AMBIENTES AMEAÇADOS PELA DEGRADAÇÃO

Ambientes Ameaçados pela Degradação

Todos os tipos de habitat do mundo, terrestres e aquáticos, vêm perdendo espécies. A principal causa é a degradação dos ambientes naturais, provocada pelo desmatamento, pela expansão agrícola e pelo avanço da urbanização, além da poluição. Nos últimos 30 anos, 1,2 milhão de quilômetros quadrados de terras do planeta foram transformados em plantações. A BirdLife International aponta a perda do habitat como o principal risco para 83% dos mamíferos e 85% das espécies de aves atualmente ameaçados.

Florestas

A destruição das florestas é um grande perigo para a biodiversidade. Além de abrigar uma variedade enorme de plantas e bichos, outra função muito importante delas é servir como filtro para a absorção do dióxido de carbono (CO2), o principal causador do efeito estufa. A demanda por madeira e carvão e a instalação de cultivo agrícola eliminaram quase metade da cobertura vegetal do mundo. De um total de 62,2 milhões de quilômetros quadrados, restam 38,7 milhões. Na Europa (excluindo o território da atual Federação Russa) e na Ásia, quase 70% das florestas originais foram derrubadas durante o século XIX e o início do XX. Entre 1960 e 1990, um quinto das florestas tropicais foi destruído, principalmente na Ásia e na América Latina. No Brasil, a floresta Amazônica tem sofrido ampla devastação, especialmente para o aproveitamento de madeiras nobres e para a expansão da agropecuária. A mata Atlântica, explorada comercialmente desde o século XVI, teve sua cobertura original reduzida a menos de 10%.

Áreas secas

Regiões áridas, semi-áridas e subúmidas correspondem a cerca de 40% das terras do planeta, habitadas por mais de 2 bilhões de pessoas. Mesmo sem apresentar a exuberância de espécies das florestas tropicais, esses ambientes com baixa umidade e grande variabilidade de chuva e clima abrigam plantas e animais endêmicos (nativos e restritos a determinada região geográfica) e de grande importância ecológica.

Áreas úmidas continentais

A devastação causada pelas atividades econômicas e pela expansão populacional afeta profundamente as áreas úmidas continentais, como brejos e várzeas. De acordo com o Worldwatch Institute, o avanço da agricultura provocou o desaparecimento de aproximadamente 60% desses ecossistemas na Europa. Na Ásia, 85% das terras úmidas estão ameaçadas. A maior área contínua de terras úmidas do planeta, o Pantanal (localizado, em grande parte, no território brasileiro), também sofre o impacto de práticas destrutivas.

Ambientes marinhos e costeiros

Fundamentais para regular todos os ciclos bioquímicos planetários, os oceanos geram mais de 70% do oxigênio da atmosfera, estocam 20 vezes mais dióxido de carbono que as florestas e outros ambientes terrestres e atenuam os efeitos do aquecimento global porque têm boa capacidade de absorção de calor. Para saber mais sobre sua diversidade biológica, cientistas de 70 países se empenham na criação de um enorme banco de dados de espécies oceânicas. De acordo com o segundo relatório do censo da vida marinha, previsto para terminar em 2010, já foram documentadas mais de 15 mil espécies de peixes. No entanto, apesar da rica fauna e flora, os oceanos estão seriamente ameaçados pela poluição, pela superexploração pesqueira e por alterações climáticas. O crescimento populacional em terra também representa perigo para os ambientes marinhos. Segundo a ONU, cerca de 70% das substâncias que contaminam os oceanos vêm de atividades humanas costeiras e o restante, de acidentes ou descargas em alto-mar. Quase metade da humanidade vive a menos de 60 quilômetros do litoral. Com isso, mangues, estuários e praias, cuja ocupação pelo homem é cada vez maior, têm suas espécies marinhas – para as quais esses ecossistemas são "berçários" naturais – seriamente ameaçadas.

Branqueamento dos corais

Embora ocupem 0,2% da área dos oceanos, os recifes de coral são considerados as "florestas tropicais" dos mares, por abrigar cerca de 1 milhão de espécies de seres vivos e mais de um quarto dos peixes marinhos. Além de suprir 10% da produção pesqueira mundial, eles se tornaram atração turística de importância internacional, pela riqueza dos cenários e pela beleza de suas espécies. Essas formações rochosas, constituídas por organismos marinhos de esqueleto calcário, desempenham ainda importante função de quebra-ondas, pois atenuam a erosão que os mares provocam na plataforma continental. Os corais são muito sensíveis às alterações climáticas, como a elevação da temperatura dos mares. Em 1998, o problema afetou 90% dos corais em algumas áreas do Pacífico. O resultado visível é o "branqueamento" dos recifes. O fenômeno ocorre quando, submetido ao impacto da poluição ou do clima mais quente, as algas são expelidas pelos corais, que passam a expor o esqueleto calcário branco. Outro tipo de agressão é causada pelo pisoteamento, pelos impactos dos barcos e pela extração de partes das estruturas dos corais pelos turistas. Em 2004, a Grande Barreira de Corais da Austrália, o maior banco de recifes do mundo, passa a ter 30% da área protegida por uma lei que proíbe a pesca e o trânsito de barcos. O parque de corais é uma das maiores atrações turísticas australianas, captando anualmente cerca de 3 bilhões de dólares para a economia do país.

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