Araucária
Vegetação típica de clima subtropical, a mata de araucária é um dos ecossistemas da mata Atlântica. Originalmente era encontrada em abundância na Região Sul e em alguns trechos do estado de São Paulo, ocupando cerca de 100 mil quilômetros quadrados, mas, atualmente, está reduzida a 2% dessa área. Os espécimes centenários foram derrubados ou queimados na primeira metade do século XX para dar lugar às plantações de milho, trigo e uva dos colonos alemães e italianos e para abastecer a indústria madeireira. Ainda sobrevive na região a exploração do pinho, madeira extraída da araucária, para a indústria madeireira e de papel e celulose. A indústria de vinho também é importante. A população do campo se dedica à criação de suínos e aves. Na região vivem aproximadamente 15 milhões de pessoas.Vegetação
É uma floresta aciculifoliada, ou seja, suas plantas têm folhas em forma de agulha, finas e alongadas. A espécie dominante é a Araucaria angustifolia, nome científico do pinheiro-do-paraná, cujo fruto é o pinhão. Essa espécie atinge mais de 30 metros de altura e possui formação aberta, que oferece certa facilidade à circulação de luz e ar.
Uma árvore alta, copa de formato peculiar, figura imponente e característica, é freqüente na paisagem do Brasil. É a araucária. No passado, antes que a lavoura de café e cereais cobrisse as terras paranaenses, sua presença era tão comum que os índios chamaram de curitiba toda uma extensa região. E a palavra que significa imensidão de pinheiros, conservou-se até hoje, denominando a capital do Estado do Paraná. Conhecida como "pinheiro-do-paraná", a araucária angustifolia pertence a uma família pequena, nativa somente do hemisfério sul, que abrange apenas dois gêneros: o Aghatis, natural da Austrália e a Araucária, que aparece no Chile, Argentina e sul do Brasil. Apesar de abundantes nestas regiões, os pinheirais de araucária não são homogêneos como as florestas européias: a árvore aparece misturada a muitas outras plantas, como, por exemplo, a imbuia a erva-mate, bambu e diversas herbáceas.
A Árvore
O pinheiro-do-paraná cresce muito: chega a medir 50 metros de altura, com diâmetro de até 2 metros . Sobranceiro, o tronco ergue-se reto, sem nenhum desvio e se ramifica apenas no topo, formando a peculiar copa: os ramos desenvolvem-se horizontalmente copm as pontas curvadas para cima; superpostos uns aos outros, formam vários andares. Logo abaixo da copa, nos pinheiros mais antigos aparecem, às vezes, alguns tocos de ramos, quebrando a simetria característica. É planta dióica, isto é, suas flores, masculinas ou femininas, nascem separadas, em árvores diferentes. Assim, um pé de pinheiro-do-paraná tem inflorescências (chamadas estróbilos) somente masculinas ou somente femininas. Tanto as inflorescências masculinas quanto as femininas são formadas de membranas coriáceas, duras, que se conservam por muitos anos. As primeiras tem forma cilíndrica e as famosas pinhas, tão usadas nos enfeites de natal, não são mais do que as flores femininas agrupadas. Quando chega a época da reprodução, o vento transporta o pólem das inflorescências masculinas para as femininas. É o tipo de polinização que os botânicos denominam anemófila. A araucária é uma gimnosperma (gimno = nú sperma = semente); por isso, após o óvulo ser fecundado, ele se transforma em semente, que não tem a defesa do ovário: fica envolta numa espécie de folha modificada, a escama de cobertura. Abrigando a semente, o tecido desta folha protetora torna-se fibroso. É a semente assim protegida que se chama comumente pinhão. Uma árvore feminina produz uma média anual de 80 inflorescências, cada uma com cerca de 90 pinhões.
O pinheiro-do-paraná é uma árvore útil: pode-se dizer que tudo nela é aproveitável, desde a amêndoa, no interior dos pinhões, até a resina, que destilada fornece alcatrão, óleos diversos, terebintina e breu, para variadas aplicações industriais.As sementes são ricas em amido, proteínas e gorduras, constituindo assim em alimento bastante nutritivo. É comum ver bandos de pássaros, principalmente periquitos e papagaios, pousados nos galhos das araucárias, bicando as amêndoas. Também se costuma alimentar os porcos com pinhões, hábito generalizado do sul do país. Mas é a madeira que reúne maior variedade de aplicações. Em construção, é usada para forros, soalhos e vigas. Vastas áreas de pinheirais são cultivadas exclusivamente para confecção de caixas e palitos de fósforo. E a madeira serve até em mastros de embarcações. Em aplicações rústicas, os galhos são apenas desbastados e colhidos para, quase ao natural, transformarem-se em cabos de ferramentas agrícolas. Mas a utilidade do pinheiro não para aí: estende-se ao importante campo da fabricação de papel. Da sua madeira obtém-se a pasta de celulose que, após uma série de operações industriais, fornece papel.
As Grandes Plantações
O cultivo dos pinheirais para fins industriais é uma das características da economia do sul do Brasil. A árvore demora cerca de 16 anos para produzir boa madeira. É um curto período de crescimento, principalmente se for comparado ao dos pinheiros europeus que levam cerca de 50 anos para atingirem esse desenvolvimento. Os pinhões são semeados em covas previamente preparadas. Como as raízes crescem rapidamente e atingem grande volume o transplante não é possível. Geralmente, planta-se um pé de imbuia, de crescimento mais lento, para cinco pés de araucária. Assim, quando o pinheiral é derrubado, o terreno continua a ser aproveitado.
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