PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA - BA

Proteger amostras dos ecossistemas da Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina, assegurando a preservação de seus recursos naturais e proporcionando oportunidades controladas para visitação, pesquisa científica e conservação de sítios e estruturas de interesse histórico-cultural.


Cachoeira da Fumaça
Malva dos Gerais
Trilha no Vale do Pati

Arte rupestre
Cachoeira das Andorinhas
Poço Encantado
Cachoeira do Sossego
PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA - BA

MAPA DO PARQUE DA CHAPADA DIAMANTINA
 
ÁREA DA UNIDADE
152.575,00 (ha)

ASPECTOS CULTURAIS E HISTÓRICOS Antecedentes Legais
A criação do Parque resultou de uma ampla mobilização de ambientalistas e comunidades dos municípios do entorno, conscientes da importância de preservar suas belezas cênicas.

Aspectos Culturais e Históricos
Com o surgimento do ciclo da mineração principalmente do diamante, na Chapada Diamantina, apareceram vários povoados. Na mesma época o plantio de café/algodão produziu o surgimento do coronelismo, o qual dominou a região e suscitou o surgimento de muitas lendas. Dentre estas as mais difundidas são a da Moça Loura e a do escravo "Pai Inácio".

Esta região viveu períodos de muita riqueza a partir da descoberta das jazidas de diamantes, em 1820. Esgotado o ciclo de diamantes, após décadas de exploração o marasmo tomou conta da cidade. Mas, atualmente, as antigas cidades históricas, antes ocupadas por garimpeiros, passaram a receber turistas que buscam a tranqüilidade e a beleza da natureza.

 
ASPECTOS FÍSICOS E BIOLÓGICOS Clima
O clima é tipicamente tropical, com precipitações pluviométricas variando entre 750 e 1000 mm anuais, com 4 a 6 meses sem chuva.

Relevo
O relevo apresenta-se bastante acidentado, com planaltos, serra quebradas e montanhas, as quais formam as margens do Parque. A altitude média fica em torno de 1.000 metros. O ponto mais elevado do PNCD tem aproximadamente 1600m.

Vegetação
A vegetação é constituída por campos rupestres (nas áreas pedregosas das serras), campos gerais, cerrado, matas e capões (nos vales profundos). A flora da Chapada apresenta-se riquíssima, com predominância de orquídeas (Orchidaceae), bromélias (Bromeliaceae) e sempre-vivas (Eriocaulaceae) e canelas-de-ema (Velloziaceae). Há, ainda, uma grande variedade de plantas medicinais.

Fauna
A fauna é constituída por espécies oriundas de diferentes ambientes, como felinos (onça-pintada e suçuarana), serpentes (jibóia, sucuri), capivara, veados, peixes, preás, mocós (roedores semelhantes a preás), cutias, coatis e antas. Esta última espécie é uma das mais ameaçadas de extinção na Chapada.

BENEFÍCIOS DA UNIDADE PARA O ENTORNO E REGIÃO
A preservação dos ecossistemas da Serra do Sincorá permitirá a manutenção de um banco genético importantíssimo para a pesquisa científica e a manutenção da biodiversidade. Além disto, será possível impedir a desertificação, ao evitar-se a destruição de nascentes. Finalmente, a exploração racional e ordenada do ecoturismo dará a população local uma alternativa econômica sustentável a longo prazo.

USOS CONFLITANTES QUE AFETAM A UNIDADE E SEU ENTORNO
Entre os principais problemas que afligem a Chapada estão: garimpos artesanais (principalmente de diamantes), incêndios, caça clandestina e comercialização de plantas ornamentais e cristais que são retirados da área do Parque. Além destes, o gado levado para os gerais em épocas de estiagem, causa sérios danos a vegetação.

O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 1985 e protege 152 mil hectares onde estão muitas atrações, bem como as cidades históricas. Tive a oportunidade de fazer algumas destas trilhas e fiquei impressionado com o cenário por onde se caminha. A Trilha do Pati é uma das mais longas, e também recebeu o título de melhor trilha do Brasil. Com toda a certeza, a visão do mirante do Vale do Pati é inigualável, de tirar o fôlego e, para mim, foi a imagem mais bonita que registrei. Durante 10 dias percorri todo o perímetro do parque, ao lado do guia Gustavo (Guga), que há 11 anos vive na chapada e conhece bem seus atrativos. Falando assim parece fácil, mas foram mais de 700 km, por estradas boas, outras terríveis, buracos, travessia de rios, longas caminhadas e muita coisa interessante.

A chapada que tem diamante no nome, é formada por várias facetas, e todas com brilhos particulares. O período intenso de chuvas neste imenso platô contribui para a formação de novos espetáculos. As águas esculpem cânions, criam cavernas e navegam por entre pedras e campos fazendo novos desenhos na natureza. A Cachoeira da Fumaça, a segunda maior do Brasil, é um destes espetáculos em que as águas levaram milhões de anos para formar. Na Fumaça, com seus 400 metros de altura, dependendo da freqüência das chuvas, as águas podem atingir o solo ou mesmo virar “fumaça” pairando no ar com suas gotas flutuando pela ação do vento.

É muito difícil indicar lugares para visitar: além de muitos, cada um tem suas características e todos são belíssimos, mas poderia dizer quais foram os que mais me impressionaram e que são imperdíveis. Vamos lá, não perca: a subida no Morro do Pai Inácio, a Cachoeira da Fumaça (pelo Vale do Capão), a Trilha do Pati, o Cachoeirão (no Pati), a Gruta da Torrinha, a Pratinha (com pouca gente !!), o Cemitério Bizantino de Mucugê, a pequena Vila de Igatu, os Poços Encantado e Azul e a Cachoeira do Buracão em Ibicoara (impressionante !!). A Chapada é enorme, percorrer esta relação acima já vai exigir um bom tempo mas compensa cada minuto.

Um trabalho que vale ressaltar é o combate a incêndios na região do parque e também em todo o seu entorno, feito por guias voluntários, que não ganham nada para executar este trabalho árduo e valioso. Pude acompanhar e registrar um destes combates e posso garantir que estes brigadistas são mesmo os verdadeiros heróis da Chapada. Segundo Humberto Barrios, diretor da unidade, sem a ajuda destes voluntários, o parque poderia sofrer danos irreparáveis.

Muitos atrativos da chapada estão no entorno da unidade mas, com relação à área do parque, há muita coisa a ser feita como colocação de placas indicativas, regulamentação de trilhas, fiscalização mais atuante e um trabalho preventivo em relação a incêndios. Esperamos que todos estes itens estejam inseridos na elaboração do Plano de Manejo do parque, para que estas preciosidades da chapada permaneçam preservadas para as futuras gerações.

Acesso
Distante a 425 km de Salvador, o acesso é feito pela rodovia BR-242. No município de Lençóis, há infra-estrutura para visitantes e guias especializados para a região do parque.
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