Parque Nacional do Caparaó | Minas Gerais e Espírito Santo
Localização
O
parque está localizado na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais e
ocupa sete cidades do lado capixaba (espiritossantense) e quatro do lado
mineiro.
Cerca de 80% do parque está no estado do Espírito Santo.
Suas coordenadas estão entre 20º 19’ e 20º 37’ S de latitude e entre 41º 43’ e 41º 53’ O de longitude
Superfície
31.000 hectares.
Abriga
o terceiro pico mais alto do país, o Pico da Bandeira. Por volta de
1859, D. Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império
no pico mais alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação
Pico da Bandeira (2891,9 m) se deva a esse fato.
Pico do Cristal
As montanhas do maciço do Caparaó apresentam paisagens de grande beleza, existindo também outros picos importantes como o Pico do Cristal (2769,7m. ) e o Pico do Calçado (2.766m)
Tronqueira
Platô localizado a 1.970 metros de altitude. O local é o último ponto que permite acesso por carro, distante 6 quilômetros da portaria do Alto Caparaó. Possui uma área para camping com quiosques, mesas, sanitários, chuveiros, lava-pratos e uma vista panorâmica de todo o vale do Rio Caparaó.
Cachoeira Bonita
Está situada a apenas 350 metros de distância da Tronqueira, com 80 metros de queda d’água. O nome é merecido, já que este é, sem dúvida, um dos pontos de maior beleza do Parque. O acesso é feito por trilha rústica, com um mirante no meio do caminho, que proporciona ampla visão da cachoeira, localizada no rio José Pedro, divisa natural dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Vale Verde
É formado pelo rio Caparaó, situado numa das áreas mais baixas do Parque, com cerca de 1.200 metros de altitude. Suas cachoeiras formam diversas piscinas naturais, ideais para um banho gelado. Está localizado a 600 metros após a portaria do Parque.
Vale Encantado
Possui vários poços para banho e também está localizado no rio José Pedro. È a partir deste local que se pode observar a mudança da paisagem em função da altitude.
Flora
As áreas florestais do Parque são de formação secundária, tendo sido alteradas pela ação do fogo, extração de madeiras nobres e desmatamento. Poucas áreas, em locais de mais difícil acesso, foram poupados dessas transformações. Em geral, o dossel destas matas varia entre os 20 e 30 m, sendo comuns as espécies de formações secundárias como as embaúbas (Cecropia spp.), as quaresmeiras (Tibouchina ssp. e Miconia ssp.), os adragos (Croton spp.), os pau-jacarés e os angicos (Piptadenia ssp.).
Nas altitudes maiores, predominam espécies da família das lecitidáceas, como os jequitibás (Cariniana excelsa), além das meliáceas como a cangerana (Cabralea aichleriana) e o cedro. Em locais mais úmidos na vertente leste (ES) há ocorrência de várias espécies de bromeliáceas e orquídeas.
Na transição de floresta para campo, existe predominância da espécie arbórea candeia (Vanillosmopsis erithropappa). Já nas áreas mais elevadas dos campos de altitude, predomina o bambuzinho-do-campo (Chusquea pinifolia), com ocorrência de várias espécies de bromeliáceas, pteridófilas, liquens e musgos.
Fauna
Em seu estado primitivo, a região devia ser quase que totalmente coberta por Florestas Tropicais, apresentando a fauna característica de Mata Atlântica. Com a ocupação da terra para agricultura e pecuária, quase que a totalidade destas florestas foram destruídas, restando da fauna do Parque se resumindo a pequenos animais relativamente comuns, como o gambá , cuícas várias. Alguns roedores de certa importância como a paca ,o tapeti e o caxinguelê. Além de alguns predadores menos exigentes quanto ao espaço vital como o cachorro-do-mato , irara, guaxinim e pelo menos uma espécie de gato-do-mato.
A avifauna é formada por espécies notáveis e muito comuns em grande parte do Brasil , especialmente o inhambu-chintam que habita as capoeiras, os urubus pretos, vários gaviões, sendo o mais frequente rapineiro é o gavião-carijó.
Além de diversas outras aves, como beija-flores, o carrapateiro, o cará-cará , o jacu , o bacurau , o formicidário , o furnarídeo , o tiranídeo , o saci , o tico-tico e a seriema.
Objetivos Específicos da Unidade
Proteger o pico da bandeira, amostras representativas de ecossistemas de "campos de altitude", e da floresta sub-caducifolia tropical, como também espécies da fauna ameaçadas de extinção.
Área da Unidade
31.853,00 (ha)
Antecedentes Legais
Em 1948, Gil Sobral Pinto, encaminhou um relatório substancial sobre a possibilidade de criação do Parque Nacional no Alto do Caparaó. em 1953, a Câmara Municipal de Espera Feliz dirigiu-se ao Presidente da República solicitando o seu integral apoio à criação do Parque no Alto do Caparaó.
Aspectos Culturais e Históricos
Conta-se que por volta de 1859, D. Pedro II determinou a instalação de uma bandeira do império no pico de altitude mais expressiva da Serra do Caparaó. Acredita-se que a origem da denominação "Pico da Bandeira" deve-se a este fato. O Parque foi também local de repercussão histórica e política no ano de 1967, tendo ocorrido a Guerrilha do Caparaó, iniciativa do movimento esquerdista brasileiro. O nome do Parque tem origem indígena-popular, que significa "Águas que Rolam das Pedras". A lenda conta que "Ó" era o nome de um boi muito bravo que vivia dentro da área do Parque, sendo temido pelos boiadeiros da localidade. Um dia 3 destemidos boiadeiros subiram a serra e conseguiram laçar o "Ó" . Para comprovar o ato de bravura caparam o "Ó", ficando a região conhecida como Caparaó.
Clima
Apresenta clima tropical de altitude, com temperatura média anual entre 19 ºC e 22 ºC, sendo, Fevereiro mais quente, e julho mais frio. A pluviosidade está em torno de 1.000 mm anuais, e as maiores ocorrências de chuvas estão entre os meses de novembro a janeiro. Setembro é o mês mais seco.
Relevo
O parque encontra-se numa região montanhosa que compreende parte da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira. Seu ponto culminante é o Pico da Bandeira, o terceiro mais alto do Brasil, com 2.890 m de altitude. As áreas mais baixas chegam a 997m de altitude, no Vale Verde.
Vegetação
Na face leste do maciço do Caparaó, situada no estado do Espírito Santo, predomina a Floresta Tropical Pluvial e na face oeste, no estado de Minas Gerais, conforme a altitude: até 1.800m, Floresta Tropical Pluvial; de 1.800 até 2.400 m, Campos de Altitude com formações arbustivas; tropical pluvial; e acima de 2.400 m, Campos Limpos incrustados entre os afloramentos rochosos.
Fauna
A população de animais foi reduzida pela ação predatória do homem, resumindo-se atualmente há pequenos animais relativamente comuns. No entanto, o Parque abriga espécies ameaçadas de extinção, como: o mono-carvoeiro (brachyteles arachnoides), o lobo-guará (chrysocyon brachyurus), o veado-campeiro (ozotocerus bezoarticus), ocorrendo ainda a jaguatirica, a onça-pintada e o gato-mourisco.
O Parque Nacional do Caparaó está entre os mais visitados do país, sendo foco atrativo para o desenvolvimento do ecoturismo, gerando empregos diretos e indiretos devidos a esta atividade.
Sempre ocorre incêndios proveniente de queimadas provocadas nas áreas vizinhas. Freqüentemente observa-se a ocupação de áreas impróprias para pastagem, dado ao relevo montanhoso da região, resultando em baixa produtividade dos rebanhos e erosão dos solos.
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