Amazônia | Maior Bioma Terrestre do Planeta
Floresta Amazônica
A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Araceæ, Heliconiaceæ, Marantaceæ, Rubiaceæ, entre outras. Essa flora herbácea, alem do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema. Como exemplo, temos as helicônias,com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. No continente americano, as helicônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na amazônia desmatada. A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies. Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras tem uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo. Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumauma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo. Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna que vive exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se integram na comunidade epífita, temos os macacos, os sagüis. as jaguatiricas, os gatos-do-mato, lagartos, araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram nesse habitat, acima do solo. Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e, com elas, toda a fauna associada. Muitas dessas plantas epífitas de rara beleza foram muito bem retratadas pela pintora Margaret Mee, durante as várias excursões que realizou na floresta amazônica. Outrora abundantes em determinadas regiões, hoje grande parte dessas plantas se encontra em populações reduzidas. Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso medicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso. Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio ecológico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo.
A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta e a maior floresta tropical úmida do mundo. Ocupa cerca de 5,6 milhões de km², divididos entre nove países: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, que possui o maior pedaço da floresta (3,4 milhões de km² , que ocupam aproximadamente 48% do território nacional).
Diversos ecossistemas interagem na Amazônia: 68% de sua área total é composta pela floresta tropical úmida de terra firme e o restante é constituído por matas de cipó, campinas, matas secas, igapós, manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terras firmes, campos de várzeas e matas de bambu. Há três tipos de floresta amazônica: matas de terra firme, que possuem as árvores mais altas, cujas copas muito próximas impedem a entrada da luz do sol no interior da floresta, deixando-o úmido e sem ventilação; mata de igapó, localizada nos terrenos mais baixos e formada por espécies de ramificação baixa e densa, como a vitória-régia; e mata de várzea, um tipo de transição entre as duas primeiras, cuja composição varia de acordo com a proximidade dos rios.
O clima da região é bastante úmido, com temperatura média de 26° C. É um dos locais mais chuvosos do mundo: metade da planície amazônica fica submersa durante a estação das chuvas, pois as águas sobem em média 10m. A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra. É considerada, também, uma das mais antigas coberturas florestais, estabilizada a cerca de 100 milhões de anos.
Clima equatorial, terras baixas e florestas tropicais e equatoriais úmidas. Estende-se além do território brasileiro. Em território brasileiro, os ecossistemas amazônicos ocupam uma superfície de 3,6 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. A Amazônia é reconhecida como a maior floresta tropical existente no planeta, correspondendo a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce.
Fauna
A fauna amazônica também é bastante diversificada. A região comporta metade das espécies de aves hoje conhecidas (cerca de 1.800 espécies), possui a maior diversidade de insetos (12 a 18 milhões), répteis (475 espécies) e anfíbios (527 espécies). Possui mais espécies de peixes que o Oceano Atlântico (3,1 mil espécies) e suas águas também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões. São mais de 556 espécies de mamíferos, com destaque para as 34 espécies de macacos endêmicas da mata amazônica.
A Maior Região Brasileira
A Amazônia é uma imensa região natural, isto é, uma área individualizada por elementos da natureza – clima, floresta, hidrografia, etc. – que se estende por 6,5 milhões de quilômetros quadrados no norte da América do Sul. É uma região internacional, pois ocupa parte do território de vários países: Brasil , Peru, Colômbia, Equador, Venezuela e Guianas. É uma área florestal, com clima equatorial (quente e úmido) e uma rica hidrografia.
A Amazônia Brasileira abrange quase 5 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a mais da metade (cerca de 58%) do território nacional.
Existem outras duas formas bastantes utilizadas para identificar essa mesma área: Amazônia legal e região Norte. A Amazônia legal abrange uma área total de 4 978 247 km², que corresponde quase perfeitamente à Amazônia brasileira. Ela foi estabelecida pelo governo federal em 1966, com a criação da SUDAM – Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia. A SUDAM foi criada com o objetivo de “desenvolver” a Amazônia legal, isto é, incentivar a indústria e a agropecuária, criar estradas, promover o povoamento, etc. A região Norte é uma das cinco regiões em que o Brasil foi dividido pelo IBGE. Tal divisão vem caindo em desuso nos últimos anos, e o próprio IBGE já está realizando estudos para reformular essa classificação. Ao contrário das noções de Amazônia brasileira e Amazônia legal, a da região norte não ajuda muito a compreender esta área, pois abrange apenas parte de Mato Grosso e a parte oeste do Maranhão.
Como é a Amazônia?
A Amazônia é conhecida como um imenso e complexo ecossistema, provavelmente o mais rico e variado de todo nosso planeta, pelo menos nas suas partes sólidas ou continentais. Apresenta uma imensa quantidade de seres vivos, pertencentes a um número enorme de espécies vegetais e animais. Algumas são ainda desconhecidas ou pouco estudadas pela ciência. Nenhuma outra vegetação do mundo possui tanta variedade em espécies como a floresta Amazônica; nenhuma outra bacia hidrográfica do globo possui tantos tipos diferentes de peixes como a bacia Amazônica. Talvez se possa dizer o mesmo com referencia aos insetos e a outros seres da fauna da região. O fator que mais distingue e individualiza a Amazônia é sua vegetação: uma floresta latifoliada (isto é, com folhas grandes e largas), equatorial, bastante heterogênea ou diversificada. É uma mata perene, sempre verde, que não perde as folhas no outono-inverno, como costuma acontecer na vegetação de climas temperados e frios. É densa e intrincada, com árvores muito próximas umas das outras. A floresta Amazônica costuma apresentar aspectos bastante diversos de acordo com a área, dando às vezes a impressão de ser outra mata. Algumas espécies características dessa floresta são: a castanheira, o guaraná e o caucho, que normalmente se localizam nas terras firmes, isto é, longe das várzeas fluviais; a seringueira e a sumaúma, que são encontradas nas várzeas, isto é, próximo ao leito dos rios, sujeitas a inundações periódicas; e as plantas típicas dos leitos fluviais, tais como a vitória-régia. Quanto ao clima da Amazônia, pode-se dizer que é do tipo equatorial: quente e úmido. As medias térmicas mensais são elevadas – entre 24°C e 28°C – e praticamente não há inverno. Apenas em alguns curtos períodos, em que a frente fria oriunda do sul do continente consegue atingir a parte ocidental da Amazônia, a temperatura desce a 16°C ou 18°C . As chuvas são abundantes – entre 1 600 e 2 500 mm por ano – e ocorrem quase durante o ano todo, embora normalmente se concentrem mais de dezembro a maio. A hidrografia amazônica é riquíssima. É nessa região que se encontra a maior bacia hidrográfica do planeta, formada pelo rio Amazonas e seus afluentes, que abrange cerca de 4,8 milhões de quilômetros quadrados. A vazão ou debito fluvial do rio Amazonas é a mais elevada do mundo, representando cerca de 15% do total de águas fluviais existentes na superfície terrestre. Em extensão, o rio Amazonas é o segundo maior da Terra, perdendo apenas para o rio Nilo (na África). Mas vários rios da bacia Amazônica estão entre os maiores do mundo: Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira, etc. Além dos rios, há inúmeros lagos e igarapés, que são cursos de água que unem dois rios ou um rio e um lago. O relevo na Amazônia é baixo, situando-se a altitudes que vão de 0 até 500 metros . Apenas ao norte, nas fronteiras com a Venezuela e as Guianas, existem algumas áreas montanhosas onde as altitudes ultrapassam às vezes os 2 000 metros .
Os solos amazônicos – com exceção de alguns trechos de terras negras e férteis – são pobres: possuem pouca fertilidade natural e estão sujeitos à erosão ocasionada pelas chuvas, que podem destrui-los progressivamente. Na realidade, é a vegetação que protege e alimenta os solos na Amazônia. A grande quantidade de plantas próximas umas às outras impede que a água das chuvas caia diretamente sobre o solo, desgastando-o com o impacto. Alem disso as folhas e os frutos que caem continuamente no chão são decompostos por microrganismos (bactérias e fungos) e absorvidos pelo solo, contribuindo para manter seus elementos nutrientes.
Um ecossistema muito delicado
Na Amazônia os elementos naturais são bastante interdependentes, possuindo um equilíbrio muito delicado. A alteração num dos elementos, provoca modificações drásticas nos demais. A exuberante vegetação desempenha um papel essencial nesse ecossistema. As árvores, alem de protegerem e nutrirem o solo, também contribuem para a umidade do ar, que é básica para a rica hidrografia amazônica. O ar úmido da Amazônia, responsável pelas freqüentes chuvas que alimentam os rios e lagos, na realidade muito deve às plantas. São elas que através da evapotranspiração, contribuem para manter elevada a umidade atmosférica. Calcula-se que mais de 50% da umidade amazônica provenha de lá mesmo; o restante vem dos oceanos. Isso significa que a destruição da floresta – que já está ocorrendo, em ritmo acelerado – poderá ocasionar uma diminuição na umidade e nos índices de chuvas. Além disso, certamente irá empobrecer os solos, pela perda da proteção e dos nutrientes que a vegetação abundante e densa lhes fornece.
A Amazônia de Ontem e de Hoje
Até por volta de 1970, a Amazônia brasileira era uma imensa região natural onde predominavam baixíssimas densidades demográficas e na qual a atividade econômica mais importante era o extrativismo vegetal: coleta do látex (borracha) nas seringueiras e nos cauchos e de castanha-do-pará, guaraná, etc. Nas últimas décadas essa situação mudou completamente: o extrativismo vegetal é uma atividade de importância cada vez menor diante do crescimento da agropecuária e da mineração; e grandes levas de migrantes, oriundos do Nordeste e até do Centro-Sul, foram e continuam indo para a Amazônia, provocando a multiplicação de povoados e cidades, além de intenso desmatamento. É evidente que essa mudança não ocorreu de um dia para outro nem atinge toda a região. Antes de 1970 já havia correntes migratórias para a Amazônia, bem como certo desenvolvimento da agropecuária e da mineração. E mesmo nos dias de hoje ainda há algumas áreas em que o extrativismo vegetal permanece a atividade econômica mais importante. No Acre, por exemplo, o extrativismo tradicional da borracha ou da castanha continua a existir e a fornecer recursos para milhares de famílias. Mas a Amazônia tradicional, extrativa e pouco ocupada pelo homem, era conhecida pela presença de alguns personagens característicos: o seringueiro (trabalhador do seringal, isto é, de uma propriedade em cuja mata existem seringueiras aproveitadas); o seringalista (proprietário do seringal); os grupos indígenas, muitas vezes isolados. A Amazônia de hoje, mesmo ainda apresentando esses personagens, caracteriza-se muito mais por conflitos pela posse de terras, por enormes desmatamentos e pela violência que marca as relações entre os novos personagens: posseiros, grileiros, empresários, peões, colonos.
Fatores de ocupação da Amazônia
Essa transformação da Amazônia, que vem ocorrendo até os nossos dias, foi resultado de vários fatores interligados. O primeiro deles foi o próprio crescimento da população e da economia do país: nas ultimas décadas verificou-se um grande movimento de migração para o norte, tanto de pessoas como de atividades agrárias. Juntamente com essa expansão, exerceu enorme papel a ação do governo, no sentido de impulsionar esse processo de ocupação da Amazônia. Com a criação da SUDAM e com os incentivos fiscais, multiplicaram-se os investimentos na Amazônia. No entanto, boa parte deles não se destina a ocupação racional da região; o único objetivo dos investidores é deixar de pagar impostos, adquirindo terras sem usá-las produtivamente. O desmatamento, porém, ocorre sempre, pois constitui uma demonstração para o governo de que a terra começou a ser ocupada ou aproveitada. Finalmente, há outro fator que vem contribuindo para acelerar a ocupação da Amazônia: a dívida externa do Brasil. Sendo um dos países mais endividados do mundo, com um total que chegou a 120 bilhões de dólares em 1990, o Brasil vem tentando pagar os juros e as parcelas dessa dívida com um notável aumento de suas exportações. E nessas exportações tem peso fundamental certos bens do setor primário, como minérios, carne, produtos agrícolas, etc. Grande parte das riquezas naturais dessa região – ferro, alumínio, ouro, madeira, peles de animais, etc. – acaba indo para o mercado internacional.
Os Principais Problemas da Amazônia Atual
Vamos examinar dois dos grandes problemas atuais da Amazônia brasileira.
O primeiro deles é constituído pelos grandes projetos públicos ou particulares que foram implantados principalmente após a criação da SUDAM. Houve centenas deles, mas os mais importantes foram: a Zona Franca de Manaus, o projeto Grande Carajás e as hidrelétricas, especialmente a de Tucuruí. O outro grande problema são os conflitos pela posse da terra, dos quais resulta uma violência que vem se tornando conhecida em todo o mundo nos últimos anos.
Grandes projetos implantados na Amazônia
A Amazônia sempre foi palco de projetos gigantescos, destinados a desmatar imensas áreas e explorar algum recurso natural com benefícios econômicos.
Antes mesmo da criação da SUDAM existiram alguns projetos, que geralmente resultaram em fracassos e acabaram por ser abandonados. Mas seu custo social e ambiental sempre foi imenso: destruição das matas e da fauna, empobrecimento dos solos, massacre ou expulsão de tribos indígenas, exploração intensa de trabalhadores: muitos morreram devido às péssimas condições de trabalho, vitimados por doenças como a malária.
Projetos anteriores a SUDAM
Os três principais projetos implantados antes da criação da SUDAM foram a Estrada de Ferro Madeira–Mamoré, a Fordlândia e a mineração na serra do Navio.
A Estrada de Ferro Madeira–Mamoré foi construída de 1903 a 1912 em Rondônia, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim. Costuma-se dizer que tantas foram as mortes de trabalhadores, devido às doenças tropicais típicas dessa floresta, que a cada dormente da ferrovia corresponde uma vida humana. Apesar de ter funcionado durante cerca de sessenta anos, essa ferrovia foi um fracasso em relação ao que se pretendia. Quando ela foi concluída, a procura da borracha natural da Amazônia baixou no mercado internacional, devido à concorrência das bem sucedidas plantações de seringueiras do Sudeste Asiático. Hoje existem apenas 8 dos 364 quilômetros iniciais da ferrovia, que servem somente para passeios turísticos.
A Fordlândia foi um projeto do empresário norte-americano Henry Ford, que de 1928 a 1946 implantou um ambicioso projeto de plantação de seringueiras em áreas próximas ao rio Tapajós, no Pará. Foram derrubadas 7 200 hectares de mata para plantar 3 milhões de seringueiras, numa época em que o mercado internacional exigia grandes quantidades de borracha natural. Esse projeto fracassou porque as seringueiras morreram, atacadas por uma praga. Foi um problema típico de desequilíbrio ecológico: espalhadas no meio da floresta, as seringueiras sobrevivem bem, pois seus inimigos naturais são controlados pelo próprio ecossistema. No entanto, quando plantadas todas juntas, ficaram sem essa proteção e não resistiram. A serra do Navio, no Amapá, é uma rica reserva mineral de bauxita (minério de alumínio). Sua exploração foi e continua sendo feita pela empresa Icomi, uma associação de empresários nacionais e estrangeiros. Essa empresa instalou-se na área de 1954 a 1957, construindo uma ferrovia que liga a serra do Navio ao porto de Santana, em Macapá. O minério foi intensamente explorado nas ultimas décadas, destinando-se principalmente à exportação para os Estados Unidos. Atualmente, as reservas encontram-se quase esgotadas. A Icomi e seus proprietários lucraram muito com a exploração de bauxita. No entanto, esse projeto não favoreceu nem a ecologia da região nem os trabalhadores nele envolvidos.
Projetos favorecidos pela SUDAM
Zona Franca de Manaus. Foi talvez a criação mais famosa e permanente da SUDAM. Implantada de 1967 a 1972, teve por objetivo instalar um polo industrial na cidade de Manaus. Para concretizá-lo o governo isentou de impostos os produtos aí fabricados. Existe em Manaus uma Zona Franca comercial, no centro da cidade, onde inúmeras lojas vendem produtos estrangeiros (principalmente eletrodomésticos, mas também perfumes, canetas, relógios, jeans, etc.). Esses produtos são bem mais baratos que no restante do país, pois não pagam imposto alfandegário (de importação). Mais importante que a Zona Franca comercial é o distrito industrial, localizado na periferia da cidade, onde estão instaladas numerosas indústrias, em geral eletrônicas – de videocassetes, aparelhos de som, rádios, televisores, etc. Na realidade, essas fabricas são apenas montadoras: elas recebem as peças já prontas do exterior e as montam em Manaus. O projeto da Zona Franca de Manaus obteve grande sucesso. Criou-se de fato um pólo industrial, o maior da Amazônia. Manaus cresceu enormemente, tornando-se a segunda metrópole da Amazônia brasileira, depois de Belém. Na realidade, Belém – que ainda é maior que Manaus – é mais uma metrópole da antiga Amazônia, da Amazônia tradicional e extrativa. Manaus, pouco a pouco, vai-se transformando na metrópole da nova Amazônia, da Amazônia dos grandes projetos e da intensa ocupação de terras. Mas esse desenvolvimento trouxe também conseqüentes negativas. Atraídas pela possibilidade de emprego em na Zona Franca , muitas pessoas do interior do Amazonas e até de outros Estados migraram para Manaus. Com isso, a cidade cresceu enormemente, enquanto se esvaziaram outras áreas do Estado. Mas a oferta de emprego foi muito menor do que se esperava, principalmente porque o tipo de indústria moderna que se instalou em Manaus utiliza pouca mão-de-obra. O resultado foi a multiplicação gigantesca da pobreza urbana, com o surgimento de multidões de desempregados e subempregados e da favelas na periferia da cidade.
Projeto Grande Carajás. Implantado entre 1980 e 1986 pela Companhia Vale do Rio Doce, de mineração, esse projeto está voltado para a extração de minérios na serra dos Carajás, no leste do Pará. Trata-se de uma área riquíssima, onde há as maiores reservas mundiais conhecidas de ferro, além de manganês, cobre, níquel, ouro, bauxita e casseterita. De Carajás até o porto de Itaqui, em São Luís , foi construída uma ferrovia destinada a facilitar o escoamento dessas riquezas minerais, que são em sua grande maioria exportadas. Essa área origina atualmente exportações de 30 milhões de toneladas de ferro por ano, destinado principalmente ao Japão, além de quantidades bem menores de manganês e cobre. Esse projeto ocasionou danos ambientais sérios, como desmatamento, extinção de espécies vegetais e animais, poluição de rios, etc. Além disso, outros problemas fazem pensar se ele valeu a pena. Um deles é seu alto custo, comparado aos benefícios econômicos que trouxe. Com um custo total de cerca de 62 bilhões de dólares, que contribuiu para aumentar a dívida externa do país, ele vem ocasionando um ganho médio de apenas 1,2 bilhões de dólares ao ano em exportações. Outra dúvida que esse projeto levanta é se é bom para o Brasil assumir o papel de fornecedor de matérias-primas ou bens de intermediários (ferro, aço, alumínio) para os países desenvolvidos. Como as indústrias que operam com minérios são altamente poluidoras, prevê-se que, no futuro, esses países se livrarão delas, transferindo-as para o Terceiro Mundo.
Hidrelétricas. A construção de grandes usinas hidrelétricas é outro grande problema da Amazônia. A maior de todas é a usina de Tucuruí, no rio Tocantins. Como praticamente todas as outras da região, ela foi construída pela Eletronorte, em associação com construtoras particulares. É uma das maiores hidrelétricas do mundo, com uma capacidade total de 8 milhões de quilowatts. Os grandes problemas ambientais causados por essas hidrelétricas vem justamente da imensa área que inundam, deixando sob a água das represas enormes trechos de mata. Isso ocorre porque o relevo dessa região é normalmente plano, com altitudes baixas e poucas elevações. Assim, quando se represa o rio, suas águas cobrem uma área muito grande, formando um enorme e pouco profundo lago artificial. Como a vegetação não costuma ser derrubada antes, fica submersa, apodrecendo debaixo da água. A decomposição dos vegetais libera gás metano e óxido de enxofre, além de tornar a água extremamente ácida. Essa acidez, aliada à multiplicação de algas causada pelo material em decomposição, extermina grande parte dos peixes e começa, após algum tempo, a atacar também as turbinas da usina. Ocorrem por isso, problemas periódicos de manutenção e limpeza, o que pode até comprometer parte de produção de energia elétrica. A destruição de imensos trechos de floresta é acompanhada pelo extermínio da rica fauna que nela vive. Além disso, também as populações da região sofrem sérios danos. Todos os habitantes das áreas inundadas perdem suas terras e seus tradicionais meios de vida: os ribeirinhos (habitantes das margens dos rios, que vivem da pesca ou da agricultura em pequena escala) e os indígenas.
Além de ocasionarem todos esses problemas ambientais e sociais, as hidrelétricas da Amazônia, com exceção de Tucuruí, não são muito produtivas. Elas geram pouca eletricidade, levando em conta os enormes investimentos necessários a sua construção e os gigantescos lagos que criam. Isso porque, como as águas fluviais na Amazônia em geral são mansas, correndo devagar e sem grandes desníveis, ou cachoeiras, a força da água que será transformada em energia elétrica não costuma ser muito intensa.
As lutas pela terra
É comum encontrarmos na imprensa noticias sobre conflitos pela posse de terra no Brasil, especialmente na Amazônia. Essas lutas envolvem posseiros, grileiros, empresários, jagunços, empreiteiros, peões e indígenas, resultando em inúmeras mortes.
Posseiros. São agricultores que cultivam pequenos lotes, geralmente há muitos anos, mas não possuem título de propriedade. Eles tem a posse da terra mas não os documentos legais, registrados em cartório, que garantem a propriedade. São vitimas dos fazendeiros e empresas, que procuram expulsá-los das terras.
Grileiros. São grandes fazendeiros que se apropriam, ilegalmente de extensas porções de terra, obtendo muitas vezes títulos de propriedade falsificados.
Empresários. São pessoas ricas, ou mesmo empresas, que adquirem enormes extensões de terra na Amazônia, algumas vezes munidos de títulos de propriedade duvidosos. Eles beneficiam-se dos incentivos fiscais concedidos pela SUDAM e frequentemente nem conhecem direito a área que adquiriram, pois só a examinaram de avião.
Jagunços. São homens armados (pistoleiros ou seguranças) contratados pelos grileiros, empresários ou empreiteiros, para patrulhar suas terras e expulsar os posseiros ou os indígenas.
Empreiteiros. Também chamados de “gatos”, são as pessoas que contratam os trabalhadores para as grandes fazendas, servindo de intermediários entre eles e os fazendeiros.
Peões. São trabalhadores rurais, normalmente recrutados pelos “gatos”. Ganham salários baixíssimos e ocupam-se de atividades como a derrubada da mata, a plantação de capim para as pastagens, etc. Muitas vezes trabalham sem registro em carteira e portanto não se beneficiam dos direitos trabalhistas garantidos por lei. Recrutados pelos empreiteiros em áreas distantes. Muitas vezes no Nordeste, eles de iludem com as promessas de enriquecimento, que nunca acontece. Dispõem de um único local para comprar mantimentos, o armazém da própria fazenda. Como lá os alimentos, as bebidas e outros gêneros são caríssimos, eles ficam sempre endividados como patrão, não podendo deixar o emprego.
Indígenas. As diversas sociedades indígenas, povos originais da terra, constituem o setor mais frágil, o mais prejudicado nessa transformação da Amazônia. Elas são constantemente expulsos de suas terras, seja pelos jagunços contratados por empresas ou fazendeiros, seja pelas hidrelétricas ou por projetos de mineração, abertura de estradas e derrubada da mata para aproveitar a madeira. A vida dos povos indígenas esta intimamente ligada a terra. Sem ela, eles perdem seu modo de vida próprio – sua caca, suas roças, seus costumes tradicionais – e os grupos se desorganizam. Freqüentemente, comunidades inteiras são mortas por doenças transmitidas pelos brancos ou durante a luta com os invasores de suas terras. No atual território brasileiro já existiam cerca de 5 milhões de indígenas, antes da colonização. Hoje subsistem pouco mais de 200 000, concentrados principalmente na Amazônia. Esses povos lutam corajosamente para sobreviver e conservar suas terras e seus costumes e tradições.
É a maior floresta tropical do mundo, que se espalha pelo norte do território brasileiro, nos estados do Acre, do Amazonas, do Pará, de Rondônia, de Roraima, do Amapá, de Mato Grosso, do Tocantins e do Maranhão, estendendo-se também pelos países vizinhos (Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia). O clima quente e úmido, com chuvas abundantes e bem distribuídas o ano todo, além da densa rede de rios, propicia o surgimento da floresta com a maior biodiversidade do planeta. Cada nível da floresta é habitado por diversas comunidades. Os insetos espalham-se do chão às árvores mais altas. Aves e macacos situam-se nos níveis superiores. Roedores e anfíbios, além de animais rastejadores, exploram os estratos mais baixos. No estrato terrestre estão os felinos, como a onça-pintada e a jaguatirica, os maiores predadores desse ecossistema, além de jabutis, cutias, pacas e antas, entre outros animais. Jacarés, ariranhas e grandes cobras, como a sucuri, vivem às margens dos 7 mil rios que cortam a região e formam a maior bacia hidrográfica do mundo, com extensão aproximada de 7 milhões de quilômetros quadrados. Longe de ser homogênea, a floresta Amazônica apresenta manchas de cerrado, com vegetação do tipo savana, adaptada às áreas mais secas; campos como os de Roraima, em que predominam as gramíneas; e campinaranas, que são campinas com boa quantidade de árvores. O primeiro grande ciclo de desenvolvimento urbano e modernização da região ocorre no século XIX, com a exploração da borracha. Desde então, a floresta perdeu 16% da área original, em virtude da expansão econômica das frentes agrícolas, madeireiras e mineradoras. Vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas, concentradas especialmente nas capitais. O extrativismo é uma atividade econômica importante para algumas populações indígenas, de seringueiros e ribeirinhos. Os principais produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará. Atualmente, alguns estados têm investido também no ecoturismo.
Vegetação
A floresta Amazônica tem vegetação latifoliada, ou seja, em que predominam espécies de folhas largas, que vicejam em regiões de clima equatorial, tipicamente quente e bastante úmido. Apresenta três tipos de mata: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde à parte da floresta onde o solo é permanentemente inundado. Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúne espécies vegetais como o mucuri, a sumaúma, o jauari e a vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. As espécies da mata de várzea, que ficam entre os igapós e a terra firme, têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios. As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Em solo seco, livre de inundação durante todo o ano, as árvores podem chegar a 65 metros de altura. Em algumas regiões, o entrelaçamento de suas copas quase impede totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o mogno e o guaraná.
www.megatimes.com.br
Vegetação
A floresta Amazônica tem vegetação latifoliada, ou seja, em que predominam espécies de folhas largas, que vicejam em regiões de clima equatorial, tipicamente quente e bastante úmido. Apresenta três tipos de mata: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde à parte da floresta onde o solo é permanentemente inundado. Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúne espécies vegetais como o mucuri, a sumaúma, o jauari e a vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. As espécies da mata de várzea, que ficam entre os igapós e a terra firme, têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios. As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Em solo seco, livre de inundação durante todo o ano, as árvores podem chegar a 65 metros de altura. Em algumas regiões, o entrelaçamento de suas copas quase impede totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o mogno e o guaraná.
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