Apesar do ecossistema antártico ter
sofrido perturbações ambientais no passado, provocadas pela pesca
comercial e caça a baleias e focas, atualmente o ecossistema e a biota
terrestre da Antártica são as estruturas menos modificadas, sob o ponto
de vista ambiental, de toda a superfície da Terra.
Os
ecossistemas terrestres antárticos são caracterizados pela
descontinuidade, condições ambientais inóspitas, baixa diversidade
específica e taxas de crescimento muito lentas; são frágeis, no sentido
de que possuem pouca capacidade de absorver mudanças sem que sejam
profundamente alterados. Os ecossistemas marinhos, por sua vez, são
contínuos, apresentando condições ambientais menos extremas e
diversidade específica bem maior do que o Continente.
O Protocolo ao Tratado da Antártica sobre Proteção ao Meio Ambiente (Protocolo de Madri) estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos na execução de pesquisas científicas e no apoio logístico às estações antárticas, visando a proteção da flora e fauna da região. Impõe, também, rigorosas regras e limitações à eliminação de resíduos e medidas preventivas contra a poluição marinha. Requer, ainda, a aplicação de procedimentos para a avaliação do impacto ambiental das atividades desenvolvidas na região, inclusive aquelas não-governamentais.
Brasil tem adaptado suas atividades às regulamentações do Protocolo de Madri, estando na vanguarda dos fatos, pelo exemplar manejo ambiental na EACF, que inclui o tratamento de dejetos e a retirada de todo o lixo produzido, e por ter apresentado, em conjunto com a Polônia, a proposta que considera a Baía do Almirantado, onde se localiza a EACF, a primeira Área Antártica Especialmente Gerenciada (AAEG).
O propósito da AAEG é assegurar o planejamento e coordenação das atividades em uma área especifica, reduzindo possíveis interferências e promovendo a cooperação entre as Partes Consultivas, minimizando o impacto ambiental. A AAEG da Baía do Almirantado abrange uma área aproximada de 370 Km2, compreendendo as Estações de Arctowski (Polônia), Ferraz (Brasil), Machu Picchu (Peru) e o Refúgio da República do Equador (Equador) e Pieter J. Lenie (USA).
Flora terrestre Antártica
A flora da Antártica é formada principalmente por liquens, musgos e fungos. Na região da Baía do Almirantado encontramos somente duas espécies de plantas com flores (angiospermas), a Deschampsia antarctica e Colobanthus quitensis.
Nesta época do ano, com o degelo, a vegetação adquire água e luz, período em que crescem e se reproduzem. Durante o inverno reduzem seu metabolismo. Esta é uma das estratégias para sobreviver às severas condições climáticas. Outro fator limitante para a vegetação Antártica é o reduzido espaço físico para se desenvolver. São poucas as áreas sem gelo no verão. Na região da Península Antártica e, em especial, das Ilhas das Shetland do Sul, encontramos a maior concentração de espécies vegetais. São cerca de 150 espécies de liquens. Musgos somam mais de 75 espécies, em menor número surgem os fungos.
Próximo a Estação Antártica Comandante Ferraz podemos encontrar campos de musgos com cerca de 300 metros de extensão. São áreas verdes de alguns poucos centímetros de altura. O colorido das rochas cobertas por liquens crustáceos também chama a atenção.
Fonte: www.mar.mil.br