Bioma: Floresta com araucária
Área: 3.395 ha.
Unidade de Uso Sustentável.
A FLONA tem uma maior concentração de mata nativa de Araucária.
Uma parte da área - 1.308,71 ha. - é reflorestada com araucárias, pinus e eucalipto.
Tem como principais espécies nativas a araucária, imbuia, erva-mate, bracatinga, cedro e carvalho.
Em relação à fauna encontra-se a Gralha Azul, Sabiá, Tiriva, Periquito, Veado, Macaco-Prego, Paca, Cotia, Capivara, entre outros.
Nas áreas reflorestadas, possui um sistema de exploração de madeira em forma de manejo, viveiro de mudas florestais e ornamentais, apicultura e exploração de erva-mate.
A Floresta Nacional (Flona) de Irati é a segunda maior concentração de mata nativa protegida do bioma Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucária), em terras públicas do Brasil, com um total de 3.495 hectares. Essa unidade de conservação fica localizada na Região Centro-Sul do Paraná, a 150 km de Curitiba. Do total da área protegida há 1.700 hectares de araucária, sendo que destes, 1.272 hectares são de mata nativa. Entre a floresta constatam-se árvores como imbuia, bracatinga, cedro e carvalho. Outra parte da Flona é formada de 900 hectares, somente de pinus, qual pode ser manejada desde que aconteça um estudo de impacto ambiental e um inventário completo da fauna e da flora. A grande ameaça que vem sofrendo a Flona de Irati é a especulação do setor madeireiro da região para conseguir junto à União a liberação de corte dos pinus que foram ali plantados há mais ou menos 35 anos.
A área é pública desde 1946 e virou Flona em 1968, sendo que a partir daquele ano foi permitido o uso sustentável da floresta. A unidade é atualmente administrada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e serviu entre as décadas de 1970 e 80 como um laboratório para plantação de árvores de corte em forma de manejo. Foram realizados ali, durante vinte anos, projetos pilotos com mudas florestais e ornamentais em viveiros próprios, apicultura e exploração de erva-mate. Por conta disso, bem próximo da entrada principal da Flona tem uma vila com 20 casas de madeira, uma pequena igreja, posto de gasolina, escola, marcenaria e minimercado, que servia os funcionário do governo federal. Mas, hoje, grande parte desse patrimônio não tem mais utilidade e muitas das casas estão condenadas, tanto que a administração do Ibama já autorizou a demolição de algumas delas, o que acontecerá nos próximos meses. Toda essa estrutura era gerenciada pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que estava vinculado ao Ministério da Agricultura, o qual encerrou suas atividades com a criação do Ibama pela Lei Nº 7.735 de 1989.
A especulação para o corte do pinus é gerada pelo fato de ele ainda não ter um destino certo. A maior preocupação, hoje, por parte dos que trabalham na unidade é que várias espécies de vegetação nasceram entre os pinus. Em meio às árvores exóticas, constata-se a formação de um sub-bosque e entre elas já foram observados alguns pássaros e outros animais silvestres pelos biólogos e engenheiros florestais da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), como de outras instituições, que desenvolvem pesquisa no local.
Para o professor de manejo florestal da Unicentro, Afonso Figueiredo Filho, o que vai definir o futuro dessas madeiras é o plano de manejo. “Em junho de 2006 finalizamos um relatório técnico, em parceria com o Ibama, que está disponível a todos, o qual têm recomendações necessárias quanto ao plano de manejo para área. Este é que definirá o futuro ecológico de zoneamento e das atividades econômicas”, retrata.
A equipe de reportagem, ao visitar as plantações, observou que muitas árvores já caíram devido ao tempo, mas ainda têm uma boa cotação para as indústrias de laminado. Em torno das faixas dos pinus forma-se um mosaico verde, sendo predominante à mata de araucária que possui uma elevada taxa de biodiversidade. Nesse sentido, o corte sem um manejo adequado pode afetar o meio ambiente. Em 1990, algumas delas foram retiradas por meio de um convênio de doação para as prefeituras da região; porém o acordo não deu certo e chegou a afetar alguns espaços da flora local.
O analista ambiental do Ibama e chefe da unidade, Ricardo Augusto Ulhoa, tem um pré-levantamento que muitas toras podem ser exploradas, mas deve haver um reflorestamento sério para manutenção dos corredores verdes, como também precisará uma logística para organizar as pontes e estradas internas, quando ocorrer extrações futuras das árvores. “Esse trabalho só pode ocorrer depois que tivermos um relatório de impacto completo. E só podemos ter alguma definição quando o plano de manejo da Flona estiver acabado”, expõem. Para ele, a exploração das árvores de pinus poderá render para União aproximadamente uns R$ 10 milhões. “Se for feita uma exploração consciente, pode ter uma duração com ciclos de sete a dez anos, o que provavelmente ocorrerá, para minimizar os impactos, ou não, dependendo do que apontar o futuro relatório para daí definirmos um inventário completo para contagem e retirada da madeira”, finaliza.
Como saída, o Ibama em 2006 estabeleceu uma nova linha de gestão para a unidade, onde buscou apoio de empresas do terceiro setor. O respaldo para a parceria aconteceu por meio da lei 9.985 (2000), que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), passando a ser regulamentado pelo Decreto 4.340 (2002), que autorizou a participação de entidade da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OCIP), no compartilhamento para uma gestão integrada.
O resultado começou com abertura de um convite público por meio de uma consulta prévia a 12 instituições ambientalistas. Quando da abertura da licitação pública, apenas uma OSCIP reuniu as condições técnicas para desenvolvimento dos trabalhos, que foi a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com sede em Curitiba. Uma das principais exigências do edital era a contrapartida inicial da entidade de R$ 50 mil reais, para o levantamento dos primeiros estudos, que depois futuramente serão recompensados com outras ordens financeiras públicas e privadas.
A ganhadora da licitação firmou o termo de parceria em 5 de dezembro do ano passado, sendo que o ato foi publicado no Diário Oficial da União. Desde então, a entidade passou a responsabilizar-se pelas diretrizes de trabalho referente ao plano manejo da Flona de Irati, que servirá como uma espécie de guia para a gestão da área. As outras atribuições da SPVS são de colocar em prática o plano que deverá ser aprovado pelo Conselho Consultivo da própria unidade de conservação, que indicará metas de gestão para a sustentabilidade da floresta.
O superintendente estadual do Ibama/PR, Hélio Sydol, coloca que a Flona de Irati é um projeto pioneiro no Brasil por ter como principal parceiro entidades do terceiro setor. “O plano de manejo precisa de todo um cuidado visando primeiramente o meio ambiente, tanto da Flona como do seu entorno, e a sociedade precisa participar. Segundo o superintendente, essa forma de gestão compartilhada é muito interessante para o Estado. “Toda a sociedade vai ganhar, e os valores que serão extraídos das madeiras serão repartidos entre Ibama Paraná, Conta da União e a OSCIP SPVS, que receberá os valores exclusivamente para aplicação em projetos de conservação no bioma Mata Atlântica”, explica.
Para o engenheiro florestal e coordenador da floresta de araucária da SPVS, Sandro Coneglian, a iniciativa do Ibama é favorável ao Estado no sentido de fazer uma gestão em rede para as áreas de proteção. “A adesão da SPVS se justifica pelo pioneirismo do Ibama de poder compartilhar com empresas do terceiro setor e a sociedade civil organizada, nas questões de manutenção das unidades de conservação. Serão divididas as tarefas de captação de recursos sem tirar qualquer autonomia do órgão federal, e assim poderá trazer bons frutos. Estamos dando um passo importante para cumprir metas do próprio governo em favor da conservação da biodiversidade, que deve ser de responsabilidade de toda uma sociedade”, destaca.
A parceria foi firmada, mas ainda não foi efetivada por conta do impasse que paralisou as atividades do Ibama, depois do anúncio da criação do Instituto Chico Mendes, em junho, que dividiu as atribuições do órgão que ainda não está totalmente institucionalizado pelo governo federal. A SPVS foi comunicada desse fato pela superintendência do Ibama/PR, e aguarda as próximas instruções do Ministério do Meio Ambiente para poder começar a atuar na área novamente. A Flona de Irati também poderá sofrer algumas alterações em relação à exploração podendo ser passado exclusivamente para iniciativa privada quanto a sua exploração conforme determina a Lei 11.284 (2006), como foi feito no mês de setembro com a Flona de Jamari no Estado do Pará.
Fonte: Ibama
Área: 3.395 ha.
Unidade de Uso Sustentável.
A FLONA tem uma maior concentração de mata nativa de Araucária.
Uma parte da área - 1.308,71 ha. - é reflorestada com araucárias, pinus e eucalipto.
Tem como principais espécies nativas a araucária, imbuia, erva-mate, bracatinga, cedro e carvalho.
Em relação à fauna encontra-se a Gralha Azul, Sabiá, Tiriva, Periquito, Veado, Macaco-Prego, Paca, Cotia, Capivara, entre outros.
Nas áreas reflorestadas, possui um sistema de exploração de madeira em forma de manejo, viveiro de mudas florestais e ornamentais, apicultura e exploração de erva-mate.
A Floresta Nacional (Flona) de Irati é a segunda maior concentração de mata nativa protegida do bioma Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucária), em terras públicas do Brasil, com um total de 3.495 hectares. Essa unidade de conservação fica localizada na Região Centro-Sul do Paraná, a 150 km de Curitiba. Do total da área protegida há 1.700 hectares de araucária, sendo que destes, 1.272 hectares são de mata nativa. Entre a floresta constatam-se árvores como imbuia, bracatinga, cedro e carvalho. Outra parte da Flona é formada de 900 hectares, somente de pinus, qual pode ser manejada desde que aconteça um estudo de impacto ambiental e um inventário completo da fauna e da flora. A grande ameaça que vem sofrendo a Flona de Irati é a especulação do setor madeireiro da região para conseguir junto à União a liberação de corte dos pinus que foram ali plantados há mais ou menos 35 anos.
A área é pública desde 1946 e virou Flona em 1968, sendo que a partir daquele ano foi permitido o uso sustentável da floresta. A unidade é atualmente administrada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e serviu entre as décadas de 1970 e 80 como um laboratório para plantação de árvores de corte em forma de manejo. Foram realizados ali, durante vinte anos, projetos pilotos com mudas florestais e ornamentais em viveiros próprios, apicultura e exploração de erva-mate. Por conta disso, bem próximo da entrada principal da Flona tem uma vila com 20 casas de madeira, uma pequena igreja, posto de gasolina, escola, marcenaria e minimercado, que servia os funcionário do governo federal. Mas, hoje, grande parte desse patrimônio não tem mais utilidade e muitas das casas estão condenadas, tanto que a administração do Ibama já autorizou a demolição de algumas delas, o que acontecerá nos próximos meses. Toda essa estrutura era gerenciada pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que estava vinculado ao Ministério da Agricultura, o qual encerrou suas atividades com a criação do Ibama pela Lei Nº 7.735 de 1989.
A especulação para o corte do pinus é gerada pelo fato de ele ainda não ter um destino certo. A maior preocupação, hoje, por parte dos que trabalham na unidade é que várias espécies de vegetação nasceram entre os pinus. Em meio às árvores exóticas, constata-se a formação de um sub-bosque e entre elas já foram observados alguns pássaros e outros animais silvestres pelos biólogos e engenheiros florestais da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), como de outras instituições, que desenvolvem pesquisa no local.
Para o professor de manejo florestal da Unicentro, Afonso Figueiredo Filho, o que vai definir o futuro dessas madeiras é o plano de manejo. “Em junho de 2006 finalizamos um relatório técnico, em parceria com o Ibama, que está disponível a todos, o qual têm recomendações necessárias quanto ao plano de manejo para área. Este é que definirá o futuro ecológico de zoneamento e das atividades econômicas”, retrata.
A equipe de reportagem, ao visitar as plantações, observou que muitas árvores já caíram devido ao tempo, mas ainda têm uma boa cotação para as indústrias de laminado. Em torno das faixas dos pinus forma-se um mosaico verde, sendo predominante à mata de araucária que possui uma elevada taxa de biodiversidade. Nesse sentido, o corte sem um manejo adequado pode afetar o meio ambiente. Em 1990, algumas delas foram retiradas por meio de um convênio de doação para as prefeituras da região; porém o acordo não deu certo e chegou a afetar alguns espaços da flora local.
O analista ambiental do Ibama e chefe da unidade, Ricardo Augusto Ulhoa, tem um pré-levantamento que muitas toras podem ser exploradas, mas deve haver um reflorestamento sério para manutenção dos corredores verdes, como também precisará uma logística para organizar as pontes e estradas internas, quando ocorrer extrações futuras das árvores. “Esse trabalho só pode ocorrer depois que tivermos um relatório de impacto completo. E só podemos ter alguma definição quando o plano de manejo da Flona estiver acabado”, expõem. Para ele, a exploração das árvores de pinus poderá render para União aproximadamente uns R$ 10 milhões. “Se for feita uma exploração consciente, pode ter uma duração com ciclos de sete a dez anos, o que provavelmente ocorrerá, para minimizar os impactos, ou não, dependendo do que apontar o futuro relatório para daí definirmos um inventário completo para contagem e retirada da madeira”, finaliza.
Como saída, o Ibama em 2006 estabeleceu uma nova linha de gestão para a unidade, onde buscou apoio de empresas do terceiro setor. O respaldo para a parceria aconteceu por meio da lei 9.985 (2000), que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), passando a ser regulamentado pelo Decreto 4.340 (2002), que autorizou a participação de entidade da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OCIP), no compartilhamento para uma gestão integrada.
O resultado começou com abertura de um convite público por meio de uma consulta prévia a 12 instituições ambientalistas. Quando da abertura da licitação pública, apenas uma OSCIP reuniu as condições técnicas para desenvolvimento dos trabalhos, que foi a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com sede em Curitiba. Uma das principais exigências do edital era a contrapartida inicial da entidade de R$ 50 mil reais, para o levantamento dos primeiros estudos, que depois futuramente serão recompensados com outras ordens financeiras públicas e privadas.
A ganhadora da licitação firmou o termo de parceria em 5 de dezembro do ano passado, sendo que o ato foi publicado no Diário Oficial da União. Desde então, a entidade passou a responsabilizar-se pelas diretrizes de trabalho referente ao plano manejo da Flona de Irati, que servirá como uma espécie de guia para a gestão da área. As outras atribuições da SPVS são de colocar em prática o plano que deverá ser aprovado pelo Conselho Consultivo da própria unidade de conservação, que indicará metas de gestão para a sustentabilidade da floresta.
O superintendente estadual do Ibama/PR, Hélio Sydol, coloca que a Flona de Irati é um projeto pioneiro no Brasil por ter como principal parceiro entidades do terceiro setor. “O plano de manejo precisa de todo um cuidado visando primeiramente o meio ambiente, tanto da Flona como do seu entorno, e a sociedade precisa participar. Segundo o superintendente, essa forma de gestão compartilhada é muito interessante para o Estado. “Toda a sociedade vai ganhar, e os valores que serão extraídos das madeiras serão repartidos entre Ibama Paraná, Conta da União e a OSCIP SPVS, que receberá os valores exclusivamente para aplicação em projetos de conservação no bioma Mata Atlântica”, explica.
Para o engenheiro florestal e coordenador da floresta de araucária da SPVS, Sandro Coneglian, a iniciativa do Ibama é favorável ao Estado no sentido de fazer uma gestão em rede para as áreas de proteção. “A adesão da SPVS se justifica pelo pioneirismo do Ibama de poder compartilhar com empresas do terceiro setor e a sociedade civil organizada, nas questões de manutenção das unidades de conservação. Serão divididas as tarefas de captação de recursos sem tirar qualquer autonomia do órgão federal, e assim poderá trazer bons frutos. Estamos dando um passo importante para cumprir metas do próprio governo em favor da conservação da biodiversidade, que deve ser de responsabilidade de toda uma sociedade”, destaca.
A parceria foi firmada, mas ainda não foi efetivada por conta do impasse que paralisou as atividades do Ibama, depois do anúncio da criação do Instituto Chico Mendes, em junho, que dividiu as atribuições do órgão que ainda não está totalmente institucionalizado pelo governo federal. A SPVS foi comunicada desse fato pela superintendência do Ibama/PR, e aguarda as próximas instruções do Ministério do Meio Ambiente para poder começar a atuar na área novamente. A Flona de Irati também poderá sofrer algumas alterações em relação à exploração podendo ser passado exclusivamente para iniciativa privada quanto a sua exploração conforme determina a Lei 11.284 (2006), como foi feito no mês de setembro com a Flona de Jamari no Estado do Pará.
Fonte: Ibama