Ecologia Profunda | Conceitos Gerais Sobre Ecologia Profunda
Conceito proposto pelo filósofo e ecologista norueguês Arne Næss em 1973, a Ecologia Profunda é um conceito filosófico que vê a humanidade como mais um fio na teia da vida. Cada elemento da natureza, inclusive a humanidade, deve ser preservado e respeitado para garantir o equilíbrio do sistema da biosfera.Enquanto a ecologia seria um estudo das interações entre os seres vivos e destes com o ambiente, a Ecologia Profunda é uma forma de pensa e agir, dentro da ecologia ou de qualquer outra atividade.
O conceito foi proposto como uma resposta ao paradigma dominante e à visão dominante sobre o uso dos recursos naturais.
Influências
A ecologia profunda possui influência do pensamento de Gandhi, Thoreau, Rousseau, Aldo Leopoldt e muitos outros.
Arne Naess era também estudioso do Budismo e de filosofias orientais, influências marcantes no modo de agir do ecologista profundo. É sensível a influência que a filosofia taoista exerceu sobre todo o movimento ecológico.
É notável também que diversas sociedades humanas, especialmente indígenas, praticavam uma vida de acordo com este modo de ver e agir a respeito da biosfera. A definição mais recorrente de Ecologia Profunda se dá justamente por meio do discurso do índio norte-americano Chefe Seattle. Em sua carta ao presidente Franklin Pierce, ele afirma:
"De uma coisa sabemos. A terra não pertence, ao homem: é o homem que pertence à terra. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará."
Pelo lado científico, há grande influência de novas descobertas científicas como a teoria da complexidade e a teoria do caos. Baseia-se em novas formas científicas de pensar, conhecidas como pensamento sistêmico.
Definição de autores
Nas palavras de Fritjof Capra: "O ambientalismo superficial é antropocêntrico. Vê o homem acima ou fora da natureza, como fonte de todo valor, e atribui a natureza um valor apenas instrumental ou de uso. A Ecologia Profunda não separa do ambiente natural o ser humano nem qualquer outro ser. Vê o mundo como uma teia de fenômenos essencialmente inter-relacionados e interdependentes.Ela reconhece que estamos todos inseridos nos processos cíclicos da natureza e somos dependentes deles"A introdução do livro "A Vida Secreta da Natureza", de Carlos Cardoso Aveline, define assim a Ecologia Profunda: "A natureza, cuja evolução é eterna, possui valor em si mesma, independentemente da utilidade econômica que tem para o ser humano que vive nela. Esta ideia central define a chamada ecologia profunda – cuja influência é hoje cada vez maior – e expressa a percepção prática de que o homem é parte inseparável, física, psicológica e espiritualmente, do ambiente em que vive".
"O novo paradigma, que corresponde a concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhados pela sociedade e que estabelece uma visão particular da realidade, pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo 'ecológica' for empregado num sentido muito mais amplo e mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes desses processos)." (Fritjof Capra)
Quanto mais voltamos nossa atenção para as grandes dificuldades sociais de nossa época - quando nos detemos e refletimos sobre a grande crise em que vivemos, em todos os âmbitos de ação do ser humano e em todos os lugares -, mais percebemos as falhas de uma visão de mundo compartilhada por grande parte das pessoas influentes, responsáveis pelo comportamento do homem ocidental ( e que, hoje, atinge também o homem oriental ), como empresários, governantes e cientistas, e mais percebemos que estas falhas estão interligadas e não podem ser entendidas de forma isolada, ou linear, como peças autônomas de um relógio.
O conjunto de problemas que se abatem sobre as pessoas e a natureza estão profundamente enlaçados com uma determinada forma de se compreender o mundo, uma percepção da realidade que é reducionista, simplista e inadequada e que não leva em conta processos sistêmicos (interelacionados), psicológicos e orgânicos (ecológicos) presentes nos relacionamentos, no padrão de relação, entre pessoas, entre estas e a sociedade - e entre pessoas, sociedades e natureza -, e muito menos valores humanos e existenciais, formadores de referenciais umbilicalmente ligados à qualidade de vida da população mundial, já que fatores ou caracteres fenomenológicos não fazem parte do pensamento linear-racionalista, e muito menos se adequam em gráficos cartesianos.
A forma tradicional de se compreender ou de se perceber a realidade - enfim, o paradigma subjacente a nossa visão de mundo - vem condicionando o comportamento humano ocidental - e todas as suas instituições - por mais de três séculos. Ela é constituída basicamente da ideia de que todo o universo é uma grande máquina, sem vida ou qualquer sentido além do de um sistema mecânico similar ao das máquinas feitas pelo homem, e, por isso, dentro do fugaz período de tempo a que se resume uma vida humana, é perfeitamente lícito, dentro desta concepção filosófica, que o indivíduo procure extrair o máximo deste sistema morto, a fim de dar um significado ao que, em última análise, e de acordo com esta visão, não parece igualmente ter significado algum: a existência humana. Daí o conjunto de caracteres típicos de nossa sociedade industrial e capitalista: a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a ênfase na sobrevivência mais que na vivência e na melhoria real da qualidade de vida a partir do enriquecimento interpessoal, a crença num progresso material ilimitado num contínuo crescimento econômico explorador de recursos naturais limitados, o patriarcalismo com suas várias facetas e formas de dominação, etc.
O esgotamento, a anti-naturalidade e a destrutibilidade desta "visão ou concepção de mundo" - que ainda é ardorosamente adotada por nossos líderes políticos, empresários, cientistas e instituições - vêm sendo constantemente apontadas, de modo claro, por várias pessoas desde o início do século passado, na crítica ao automatismo e alienação humanas decorrentes da revolução industrial, mas a ideologia do capitalismo, detentora dos meios de comunicação de massa, e as instituições econômicas, que sempre usaram de uma gigantesca máquina de propaganda, acabam por abafar, em parte, este despertar de consciências, e a impor uma ideologia propícia a mascarar e a distorcer a percepção dos fatos e a perpetuar um conjunto de ações favoráveis aos seus interesses o objetivos gananciosos, ou seja, ela constrói toda uma "realidade" ficcional e alienante, embotando o senso crítico das pessoas, a fim de perpetuar a estrutura de poder que lhe é mais aprazível.
Mas o nível de agressividade deste paradigma e desta ideologia contra o sistema vivo "Terra" vem sendo tão estupidamente trágica, que já não é mais possível fechar os olhos ante à degradação sócio-ambiental que nosso moderno mundo industrial tem promovido, a não ser que o grau de alienação tenha chegado a tal ponto que embotou até mesmo o sentir a dor que as misérias de nossa civilização tecnicista tem causada à natureza e aos homens. De todos os cantos do planeta vemos os efeitos nocivos da forma materialista (filosofia altamente calculada para fazer parte dos hábitos de consumo da população) e pretensamente racional (esquecendo-se da sabedoria organísmica e intuitiva) de ver o mundo, e os efeitos são:
o crescimento desordenado da população mundial, especialmente entre os países mais pobres (entre os quais se inclui o Brasil da era Neo-Liberal do vaidoso neo-imperador FHC), que é a resultante direta do crescimento das dificuldades sociais que impedem a educação básica que muito auxiliaria no planejamento familiar, aliás problema que aponta para o descaso que nossos políticos têm em pensar em termos sistêmicos e a longo prazo, e fazem da educação, como um todo, na prática, uma temática supérflua diante do ideal, basicamente industrial, de que o crescimento e riqueza de uma nação são medidos pelo crescimento linear da economia, que se concentra nas mãos de poucos, e de que um alto PIB é sinônimo de bem-estar social. Ora, sendo assim basta que a educação básica inculque os valores e os hábitos de um mundo industrial.
A escassez de recursos, a bizarra e surreal distribuição de renda e a degradação do meio ambiente a fim de saciar a ânsia de crescimento econômico dos empresários, e/ou - por meio da exploração irracional dos recursos humanos e naturais - para o pagamento da dívida externa ou para cobrir o rombo de instituições financeiras incompetentes, parasitárias ou corruptas que combinam-se com uma crescente miséria moral e física de nosso povo, numa alienação política de causar dó, e a uma completa falta de senso crítico e valores humanistas que levam ao colapso das comunidades locais e à violência urbana que se tornou uma característica básica de nossos tempos. E toda a máquina da ideologia de consumo e do crescimento de lurcros se põe, de forma drástica, contra tudo e todos que se levantem para questioná-la. Ainda nos está bem forte na memória o descaso ou a manipulação a ideias de homens como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Betinho, Florestan Fernandes, os teólogos da Teologia da Libertação, os camponeses do MST, etc.
Existem soluções viáveis para os principais problemas sociais, mas o grande nó da questão está em mudarmos a nossa percepção individualista e egoísta e nossos valores burgueses em prol de um desenvolvimento sustentável, o que atinge em cheio a estrutura do poder e do sistema político-econômico de boa parte dos países, e, ainda mais, no Brasil, onde todos sabemos das desigualdades de todo o tipo entre os que tudo tem e os que nada tem, a grande maioria, e onde recai a maior parte do peso e da hipocrisia dos sistemas institucionais estabelecidos a princípio, ironicamente, para o bem do povo.
E, de fato, começamos a ver, cada vez mais amplamente em todo o mundo, principalmente na Europa, uma gradual mas inevitável mudança de paradigma na ciência e na sociedade, a partir das pessoas comuns, de estudantes, da base, e não mais de autoridades ou orgulhosos experts diplomados em fragmentos do conhecimento humano. Mas esta nova compreensão ainda está longe de ser sequer pensada pela maioria dos líderes políticos, e, ainda menos, pelos empresários.
O reconhecimento de que é necessária uma profunda e radical mudança de percepção e de metas para garantir a nossa sobrevivência e a das demais espécies vivas que compartilham conosco, em estreita correlação, a odisseia terrestre não é feito pelos detentores do poder político e econômico que, aliás, a veem como uma ameaça à estrutura que os sustenta. Eles sabem que os diferentes problemas estão inter relacionados, mas se recusam a reconhecer e adotar as chamadas soluções sustentáveis, preferindo fechar os olhos para não ver as consequências de suas atividades para as gerações futuras. A partir de um ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções "sustentáveis", em que uma sociedade satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras, como é comum de se vê nas chamadas "sociedades primitivas", como as indígenas, sem a carga intrometida da civilização branca. Nossa civilização se orgulha de seu racionalismo, mas o racionalismo é usado para justificar comportamentos profundamente irracionais e antiecológicos, num mecanismo justificador de racionalização. Ora, já não seria a hora de nos lembrarmos de que a humanidade, através da história, sempre se orgulhou do mais coração que da razão? Não é daí que vem o termo " fulano é humano", e outros semelhantes?
Existe um movimento de despertar para o fato de que as ações industriais, técnicas e altamente mecanicistas de nossa sociedade materialista está causando um sério abalo na qualidade de vida dos homens e demais seres vivos que constituem a biosfera. E movimentos como os do Green Peace, os dos vários partidos verdes e a ampla aceitação e debates de assuntos ecológicos, como na Rio-Eco 92, parecem ser "sintomas" de uma gradual mas cada vez mais irreversível consciência de que todos nós fazemos parte de uma teia frágil, linda e muito mais profunda do que nos fazem crer nossas estruturas científicas e comerciais... fazemos parte da teia da vida que constitui um enorme organismo vivo e hoje seriamente ameaçado pela ganância e sede de poder de órgãos econômicos, industriais, políticos, científicos e religiosos, todos voltados para o conquistar e o manter o poder, quer seja material, quer seja ideológico. Mas há uma movimentação interna visível contra tudo isso, afinal somos células e nervos de Gaia, a Terra viva, e esta nova percepção Holística, sistêmica ou interrelacional entre todas as coisas que nos cercam, é chamada de Ecologia Profunda.
O filósofo Arne Naess caracterizou da seguinte forma a Ecologia Profunda: "A essência da ecologia profunda consiste em fomular questões mais profundas", e, segundo Fritjof Capra, é essa também a essência de uma mudança de paradigma: "Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a Ecologia Profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte" (Capra, 1997, página 26).
Hotspots
O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra?
Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta, Myers procurou identificar quais as regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.
1996-1999: o primatólogo norte-americano Russell Mittermeier, presidente da CI, ampliou o trabalho de Myers com uma pesquisa da qual participaram mais de 100 especialistas. Esse trabalho aumentou para 25 as áreas no planeta consideradas Hotspots. Juntas, elas cobriam apenas 1,4% da superfície terrestre e abrigavam mais de 60% de toda a diversidade animal e vegetal do planeta.
fev/2005: A CI atualiza a análise dos Hotspots e identifica 34 regiões, habitat de 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta. Nove regiões foram incorporadas à versão de 1999. Mesmo assim, somando a área de todos os Hotspots temos apenas 2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos.
No Brasil há dois Hotspots: a Mata Atlântica e o Cerrado. Para estabelecer estratégias de conservação dessas áreas, a CI-Brasil colaborou com o Projeto de Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade dos Biomas Brasileiros, do Ministério do Meio Ambiente. Centenas de especialistas e representantes de várias instituições trabalharam juntos para identificar áreas prioritárias para a conservação do Cerrado (em 1998) e da Mata Atlântica (em 1999).
Fontes:
www.megatimes.com.br
http://an.locaweb.com.br/Webindependente/ciencia/ecologiaprofunda.htm
Quanto mais voltamos nossa atenção para as grandes dificuldades sociais de nossa época - quando nos detemos e refletimos sobre a grande crise em que vivemos, em todos os âmbitos de ação do ser humano e em todos os lugares -, mais percebemos as falhas de uma visão de mundo compartilhada por grande parte das pessoas influentes, responsáveis pelo comportamento do homem ocidental ( e que, hoje, atinge também o homem oriental ), como empresários, governantes e cientistas, e mais percebemos que estas falhas estão interligadas e não podem ser entendidas de forma isolada, ou linear, como peças autônomas de um relógio.
O conjunto de problemas que se abatem sobre as pessoas e a natureza estão profundamente enlaçados com uma determinada forma de se compreender o mundo, uma percepção da realidade que é reducionista, simplista e inadequada e que não leva em conta processos sistêmicos (interelacionados), psicológicos e orgânicos (ecológicos) presentes nos relacionamentos, no padrão de relação, entre pessoas, entre estas e a sociedade - e entre pessoas, sociedades e natureza -, e muito menos valores humanos e existenciais, formadores de referenciais umbilicalmente ligados à qualidade de vida da população mundial, já que fatores ou caracteres fenomenológicos não fazem parte do pensamento linear-racionalista, e muito menos se adequam em gráficos cartesianos.
A forma tradicional de se compreender ou de se perceber a realidade - enfim, o paradigma subjacente a nossa visão de mundo - vem condicionando o comportamento humano ocidental - e todas as suas instituições - por mais de três séculos. Ela é constituída basicamente da ideia de que todo o universo é uma grande máquina, sem vida ou qualquer sentido além do de um sistema mecânico similar ao das máquinas feitas pelo homem, e, por isso, dentro do fugaz período de tempo a que se resume uma vida humana, é perfeitamente lícito, dentro desta concepção filosófica, que o indivíduo procure extrair o máximo deste sistema morto, a fim de dar um significado ao que, em última análise, e de acordo com esta visão, não parece igualmente ter significado algum: a existência humana. Daí o conjunto de caracteres típicos de nossa sociedade industrial e capitalista: a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a ênfase na sobrevivência mais que na vivência e na melhoria real da qualidade de vida a partir do enriquecimento interpessoal, a crença num progresso material ilimitado num contínuo crescimento econômico explorador de recursos naturais limitados, o patriarcalismo com suas várias facetas e formas de dominação, etc.
O esgotamento, a anti-naturalidade e a destrutibilidade desta "visão ou concepção de mundo" - que ainda é ardorosamente adotada por nossos líderes políticos, empresários, cientistas e instituições - vêm sendo constantemente apontadas, de modo claro, por várias pessoas desde o início do século passado, na crítica ao automatismo e alienação humanas decorrentes da revolução industrial, mas a ideologia do capitalismo, detentora dos meios de comunicação de massa, e as instituições econômicas, que sempre usaram de uma gigantesca máquina de propaganda, acabam por abafar, em parte, este despertar de consciências, e a impor uma ideologia propícia a mascarar e a distorcer a percepção dos fatos e a perpetuar um conjunto de ações favoráveis aos seus interesses o objetivos gananciosos, ou seja, ela constrói toda uma "realidade" ficcional e alienante, embotando o senso crítico das pessoas, a fim de perpetuar a estrutura de poder que lhe é mais aprazível.
Mas o nível de agressividade deste paradigma e desta ideologia contra o sistema vivo "Terra" vem sendo tão estupidamente trágica, que já não é mais possível fechar os olhos ante à degradação sócio-ambiental que nosso moderno mundo industrial tem promovido, a não ser que o grau de alienação tenha chegado a tal ponto que embotou até mesmo o sentir a dor que as misérias de nossa civilização tecnicista tem causada à natureza e aos homens. De todos os cantos do planeta vemos os efeitos nocivos da forma materialista (filosofia altamente calculada para fazer parte dos hábitos de consumo da população) e pretensamente racional (esquecendo-se da sabedoria organísmica e intuitiva) de ver o mundo, e os efeitos são:
o crescimento desordenado da população mundial, especialmente entre os países mais pobres (entre os quais se inclui o Brasil da era Neo-Liberal do vaidoso neo-imperador FHC), que é a resultante direta do crescimento das dificuldades sociais que impedem a educação básica que muito auxiliaria no planejamento familiar, aliás problema que aponta para o descaso que nossos políticos têm em pensar em termos sistêmicos e a longo prazo, e fazem da educação, como um todo, na prática, uma temática supérflua diante do ideal, basicamente industrial, de que o crescimento e riqueza de uma nação são medidos pelo crescimento linear da economia, que se concentra nas mãos de poucos, e de que um alto PIB é sinônimo de bem-estar social. Ora, sendo assim basta que a educação básica inculque os valores e os hábitos de um mundo industrial.
A escassez de recursos, a bizarra e surreal distribuição de renda e a degradação do meio ambiente a fim de saciar a ânsia de crescimento econômico dos empresários, e/ou - por meio da exploração irracional dos recursos humanos e naturais - para o pagamento da dívida externa ou para cobrir o rombo de instituições financeiras incompetentes, parasitárias ou corruptas que combinam-se com uma crescente miséria moral e física de nosso povo, numa alienação política de causar dó, e a uma completa falta de senso crítico e valores humanistas que levam ao colapso das comunidades locais e à violência urbana que se tornou uma característica básica de nossos tempos. E toda a máquina da ideologia de consumo e do crescimento de lurcros se põe, de forma drástica, contra tudo e todos que se levantem para questioná-la. Ainda nos está bem forte na memória o descaso ou a manipulação a ideias de homens como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Betinho, Florestan Fernandes, os teólogos da Teologia da Libertação, os camponeses do MST, etc.
Existem soluções viáveis para os principais problemas sociais, mas o grande nó da questão está em mudarmos a nossa percepção individualista e egoísta e nossos valores burgueses em prol de um desenvolvimento sustentável, o que atinge em cheio a estrutura do poder e do sistema político-econômico de boa parte dos países, e, ainda mais, no Brasil, onde todos sabemos das desigualdades de todo o tipo entre os que tudo tem e os que nada tem, a grande maioria, e onde recai a maior parte do peso e da hipocrisia dos sistemas institucionais estabelecidos a princípio, ironicamente, para o bem do povo.
E, de fato, começamos a ver, cada vez mais amplamente em todo o mundo, principalmente na Europa, uma gradual mas inevitável mudança de paradigma na ciência e na sociedade, a partir das pessoas comuns, de estudantes, da base, e não mais de autoridades ou orgulhosos experts diplomados em fragmentos do conhecimento humano. Mas esta nova compreensão ainda está longe de ser sequer pensada pela maioria dos líderes políticos, e, ainda menos, pelos empresários.
O reconhecimento de que é necessária uma profunda e radical mudança de percepção e de metas para garantir a nossa sobrevivência e a das demais espécies vivas que compartilham conosco, em estreita correlação, a odisseia terrestre não é feito pelos detentores do poder político e econômico que, aliás, a veem como uma ameaça à estrutura que os sustenta. Eles sabem que os diferentes problemas estão inter relacionados, mas se recusam a reconhecer e adotar as chamadas soluções sustentáveis, preferindo fechar os olhos para não ver as consequências de suas atividades para as gerações futuras. A partir de um ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções "sustentáveis", em que uma sociedade satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras, como é comum de se vê nas chamadas "sociedades primitivas", como as indígenas, sem a carga intrometida da civilização branca. Nossa civilização se orgulha de seu racionalismo, mas o racionalismo é usado para justificar comportamentos profundamente irracionais e antiecológicos, num mecanismo justificador de racionalização. Ora, já não seria a hora de nos lembrarmos de que a humanidade, através da história, sempre se orgulhou do mais coração que da razão? Não é daí que vem o termo " fulano é humano", e outros semelhantes?
Existe um movimento de despertar para o fato de que as ações industriais, técnicas e altamente mecanicistas de nossa sociedade materialista está causando um sério abalo na qualidade de vida dos homens e demais seres vivos que constituem a biosfera. E movimentos como os do Green Peace, os dos vários partidos verdes e a ampla aceitação e debates de assuntos ecológicos, como na Rio-Eco 92, parecem ser "sintomas" de uma gradual mas cada vez mais irreversível consciência de que todos nós fazemos parte de uma teia frágil, linda e muito mais profunda do que nos fazem crer nossas estruturas científicas e comerciais... fazemos parte da teia da vida que constitui um enorme organismo vivo e hoje seriamente ameaçado pela ganância e sede de poder de órgãos econômicos, industriais, políticos, científicos e religiosos, todos voltados para o conquistar e o manter o poder, quer seja material, quer seja ideológico. Mas há uma movimentação interna visível contra tudo isso, afinal somos células e nervos de Gaia, a Terra viva, e esta nova percepção Holística, sistêmica ou interrelacional entre todas as coisas que nos cercam, é chamada de Ecologia Profunda.
O filósofo Arne Naess caracterizou da seguinte forma a Ecologia Profunda: "A essência da ecologia profunda consiste em fomular questões mais profundas", e, segundo Fritjof Capra, é essa também a essência de uma mudança de paradigma: "Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a Ecologia Profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte" (Capra, 1997, página 26).
Parques Estaduais
No Brasil, parque estadual é a denominação dada às unidades de conservação de proteção integral da natureza pertencentes à categoria parque nacional do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), quando criadas na esfera administrativa estadual. A administração dos parques estaduais fica a cargo do órgão estadual responsável, que varia de acordo com a unidade federativa.
Os Estados Unidos e o México também contam com um sistema de parques estaduais administrados pelo nível estadual. Existem aproximadamente 3.675 parques estaduais (state parks) nos Estados Unidos.
Os parques estaduais são áreas protegidas de categoria II (parques nacionais), definida pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Os Estados Unidos e o México também contam com um sistema de parques estaduais administrados pelo nível estadual. Existem aproximadamente 3.675 parques estaduais (state parks) nos Estados Unidos.
Os parques estaduais são áreas protegidas de categoria II (parques nacionais), definida pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Paisagem Protegida
Em Portugal denominam-se paisagens protegidas a partes do território que, pelas suas características naturais ou culturais, denotam um interesse nacional. São geridas pelo Instituto da Conservação da Natureza ou pelos competentes serviços das regiões autônomas. Paisagem protegida é uma área com paisagens naturais, seminaturais e humanizadas, de interesse regional ou local, que evidenciam grande valor estético ou natural, e interesse nacional.
Nicho Trófico
Expressão proposta por Elton (1972), é a posição do organismo dentro de uma cadeia alimentar: produtor, herbívoro, carnívoro. Esse conceito apresenta algumas limitações de emprego, como nos casos de organismos que promovem o canibalismo, típico de várias espécies de copépodes zoo planctônicos, ou ainda, essencialmente onívoros, como o homem.
Ocupação Antrópica
Ocupação antrópica é a ocupação de zonas terrestres pelo Homem e a decorrente exploração, segundo as necessidades e as atividades humanas, dos recursos naturais. Isto se traduz em pressões ou impactos sobre o meio ambiente, que podem exceder a capacidade de suporte e de regeneração dos ecossistemas constitutivos da biosfera, contribuindo para o seu desequilíbrio.
O que é ser verde?
O que é ser verde?
Nossa civilização atingiu o apogeu. As descobertas científicas e novas tecnologias nos permitem ter e fazer coisas impensáveis há três ou quatro gerações. Nas últimas três décadas, a Ciência avançou mais que em toda a História anterior. Além dos novos produtos, também temos a chance de retardar o envelhecimento e ganhar mais qualidade de vida. No entanto, tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente.
Ao mesmo tempo em que conseguimos superar a maioria das dificuldades que ameaçava nossos ancestrais, promovemos com esse esforço uma das maiores crises ambientais do planeta. Nosso estilo de vida fez a Terra adoecer e evidenciou os problemas de relacionamento que sempre marcaram a espécie humana.
Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande “bola de neve”, incontrolável e extremamente poluída. Afinal, são seis bilhões de pessoas no planeta. Se cada um de nós jogar um único saquinho plástico em rios, mares, campos ou florestas, estaremos causando um problema terrível ao ecossistema. O que dizer, então, do lixo produzido todos os dias? Do nosso consumo inconsequente de eletricidade ou das emissões dos veículos? É preciso, mais do que nunca, ser verde.
Ao mesmo tempo em que conseguimos superar a maioria das dificuldades que ameaçava nossos ancestrais, promovemos com esse esforço uma das maiores crises ambientais do planeta. Nosso estilo de vida fez a Terra adoecer e evidenciou os problemas de relacionamento que sempre marcaram a espécie humana.
Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande “bola de neve”, incontrolável e extremamente poluída. Afinal, são seis bilhões de pessoas no planeta. Se cada um de nós jogar um único saquinho plástico em rios, mares, campos ou florestas, estaremos causando um problema terrível ao ecossistema. O que dizer, então, do lixo produzido todos os dias? Do nosso consumo inconsequente de eletricidade ou das emissões dos veículos? É preciso, mais do que nunca, ser verde.
Mas o que é, exatamente, tal conceito? À medida que a consciência das pessoas se amplia com relação aos problemas ambientais provocados pela sociedade, muitas empresas lançam o slogan: “Somos verdes”. No entanto, é mais fácil dizer que se é verde do que realmente sê-lo.
Alguns se agarram na tese de que é preciso desenvolver tecnologias limpas, mas se esquecem de que o drama da desigualdade humana é um dos precursores dos problemas ecológicos atuais.
Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos atos individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de abrir mão de nosso estilo de vida.
O conceito está diretamente ligado à reciclagem e ao não-desperdício. Ser verde é adotar as tecnologias disponíveis para economizar água e eletricidade – uso de lâmpadas frias ou de painéis solares – ou que reduzam as emissões de CO2 dos veículos – tecnologia flex ou o uso de kits de gás natural veicular (GNV).
Ser verde é consumir com consciência. Aqui, vale uma ressalva: isso não significa consumir menos, mas refletir sobre a real necessidade de se adquirir um bem e, depois, só comprá-lo de empresas que atuam com responsabilidade social e ecológica, mesmo que tais produtos sejam um pouco mais caros.
Ser verde vai além do consumo. O adepto também deve levar o debate sobre a questão ambiental a todos os círculos dos quais participa. Além disso, é fundamental que escolha seus representantes no Congresso com base no compromisso deles com a preservação da natureza, ou seja, exercendo sua cidadania ambiental.
Alguns se agarram na tese de que é preciso desenvolver tecnologias limpas, mas se esquecem de que o drama da desigualdade humana é um dos precursores dos problemas ecológicos atuais.
Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos atos individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de abrir mão de nosso estilo de vida.
O conceito está diretamente ligado à reciclagem e ao não-desperdício. Ser verde é adotar as tecnologias disponíveis para economizar água e eletricidade – uso de lâmpadas frias ou de painéis solares – ou que reduzam as emissões de CO2 dos veículos – tecnologia flex ou o uso de kits de gás natural veicular (GNV).
Ser verde é consumir com consciência. Aqui, vale uma ressalva: isso não significa consumir menos, mas refletir sobre a real necessidade de se adquirir um bem e, depois, só comprá-lo de empresas que atuam com responsabilidade social e ecológica, mesmo que tais produtos sejam um pouco mais caros.
Ser verde vai além do consumo. O adepto também deve levar o debate sobre a questão ambiental a todos os círculos dos quais participa. Além disso, é fundamental que escolha seus representantes no Congresso com base no compromisso deles com a preservação da natureza, ou seja, exercendo sua cidadania ambiental.
Centro de endemismo e Hotspot
Centro de endemismo
São áreas que possuem duas ou mais espécies endêmicas. A Amazônia não é homogênea, pois cada setor do enorme bioma possui o seu próprio conjunto de espécies endêmicas, ou seja, espécies que não ocorrem em nenhuma outra região do planeta. Um centro de endemismo é uma região identificada por pesquisadores como sendo uma área que concentra um elevado numero de espécies que só ocorrem.
Hotspots
O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra?
Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta, Myers procurou identificar quais as regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.
Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.
1996-1999: o primatólogo norte-americano Russell Mittermeier, presidente da CI, ampliou o trabalho de Myers com uma pesquisa da qual participaram mais de 100 especialistas. Esse trabalho aumentou para 25 as áreas no planeta consideradas Hotspots. Juntas, elas cobriam apenas 1,4% da superfície terrestre e abrigavam mais de 60% de toda a diversidade animal e vegetal do planeta.
fev/2005: A CI atualiza a análise dos Hotspots e identifica 34 regiões, habitat de 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta. Nove regiões foram incorporadas à versão de 1999. Mesmo assim, somando a área de todos os Hotspots temos apenas 2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos.
No Brasil há dois Hotspots: a Mata Atlântica e o Cerrado. Para estabelecer estratégias de conservação dessas áreas, a CI-Brasil colaborou com o Projeto de Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade dos Biomas Brasileiros, do Ministério do Meio Ambiente. Centenas de especialistas e representantes de várias instituições trabalharam juntos para identificar áreas prioritárias para a conservação do Cerrado (em 1998) e da Mata Atlântica (em 1999).
Fontes:
www.megatimes.com.br
http://an.locaweb.com.br/Webindependente/ciencia/ecologiaprofunda.htm