ECÓTONOS

ECÓTONOS
Ecótonos (do grego: oikos: casa e tonus: tensão) consistem em áreas de transição ambiental, onde comunidades ecológicas diferentes entram em contato. Podem ser mudanças bruscas na vegetação em diferentes gradientes ecológicos, e assim são considerados potenciais indicadores de respostas a mudanças climáticas e reguladores de fluxos nos ambientes e, por isso, possuem uma grande biodiversidade sendo encontrados organismos pertencentes aos ecossistemas em contato ou a espécies endêmicas do próprio ecótono.

Livington (1903) e Clements (1905) foram os pioneiros no estudo de ecótono ao se interessarem pelos limites de um ecossistema . Leopold (1933) e outros biólogos continuaram com os estudos, considerando estas zonas como importantes hábitats. Também, na década de 1930, os ecótonos foram estudados por cientistas de diversas áreas do conhecimento. Odum (1953) sustentava a importância dos ecótonos ao afirmar que são áreas ricas e abundantes de espécies, ocorrendo inclusive espécies únicas.

Por volta da década de 1970, houve um interesse considerável em ecótonos por parte da sociedade científica. Mas, no meio da década de 1980, o interesse voltou-se para ecossistemas mais definidos e homogêneos. Na transição de 80 e 90, cresceu a preocupação ambiental e o estudo de ecótonos tornou-se relevante. De fato, ecótonos são sensíveis a mudanças climáticas, como já mencionado, e muitos cientistas apóiam o monitoramento dessas zonas para detectar mudanças globais.

Atualmente, é amplamente aceito que o entendimento destas zonas de transição é importante para compreender os mecanismos que moldam a biogeografia dos organismos.

A principal característica de um ecótono é o fato de ser um ecossistema formado entre outros ecossistemas. Existe discussão sobre serem a união de áreas marginais ou o centro de regiões de transição. Exemplos das duas idéias são encontrados sendo que a primeira, que defende a formação através da união de áreas marginais, possui maior relação com ações antropogênicas (com exceções). O tamanho (área), microclima, altura, recursos e as combinações genéticas dos organismos variam entre ecótonos e essas variações são influenciadas por fatores que afetam qualquer outro ambiente como o clima, altitude, latitude, longitude e solo.

Outro fator que influencia a formação de ecótonos é a dispersão de sementes, dependendo da quantidade e posição que cai uma nova área pode ser observada. Vale lembrar que a expansão de um determinado ecossistema e seu contato com outro, levará a criação de um novo ecótono.

Por serem regiões com características presentes nos ecossistemas que a compõem ou características próprias, os organismos que as habitam sofrem uma seleção genética muito intensa , aqueles que são especializados a um dos ecossistemas tendem a não serem encontrados em ecótonos, mas espécies menos especializadas tendem a sobreviver mais facilmente nesse “novo ecossistema”, se modificar sob efeito dessas novas condições e, com o passar do tempo, formar novas espécies.

Uma mesma espécie encontrada em dois ecótonos diferentes provavelmente apresentará características morfológicas diferentes , como exemplificado abaixo, assim como novos alelos e comportamentos e uma intensa pressão evolutiva e por isso devem ser realizados maiores estudados nessas áreas.

Fonte: Wikpédia
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