PRÉ-SAL - ENTENDA COMO FUNCIONA O PRÉ-SAL

Áreas de petróleo nas camadas Pós-Sal (jazidas oceânicas) e Pré-Sal.


O Pré-Sal é uma reserva gigantesca, abaixo do leito do mar, com oito grandes campos: Tupi, Júpiter, Parati, Carioca, Iara, Guará, Bem-Te-Vi e Caramba. A área vai do Espírito Santo até Santa Catarina, com 800 km de extensão e 200 km de largura, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). Segundo Márcio Rocha Mello, geólogo e ex-funcionário da Petrobras, a área do Pré-Sal poderia ser bem maior do que os 800 km, se estendendo de Santa Catarina até o Ceará.

Tupi tem reserva similar à de Júpiter: 5 a 8 bilhões. Iara tem de 3 a 4 bilhões. Somando os três, em estimativa pessimista, são 13 bilhões — 1 bi a menos que a reserva atual, de 14 bilhões. O mercado aposta que Carioca seria cinco vezes maior que Tupi: 33 bilhões. A Petrobras não confirma.


Bacias do Espírito Santo, Campos e Santos e produtos extraídos.

O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo, devido à pouca ação das bactérias, que dificilmente sobrevivem à temperatura local de mais de 100 ºC. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos é de aproximadamente 2.000 metros, enquanto na porção norte da Bacia de Campos está em torno de 200 metros.

Como se formou?
Antigamente a África e a América do Sul eram unidas (Gondwana), quando a terra, que é feita de Placas Tectônicas, se rompeu, para formar o que é hoje o nosso Oceano Atlântico, formaram-se vários mares rasos que receberam algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Estes, quando morreram, foram enterrados sob sedimentos e sob o sal formado pela evaporação da água nestes mares rasos. Soterrada abaixo desses gigantescos blocos de rocha e de sal, a matéria orgânica sofreu enorme pressão, transformando-se, por fim, no petróleo da camada Pré-Sal.

A camada de sal é impermeável, mas tem falhas geológicas. Através dessas fissuras, cujas porosidades são preenchidas por água, parte do petróleo do Pré-Sal acaba subindo e fixando-se em bolsões da camada de rocha. Em locais como esses é que se encontram algumas das jazidas de petróleo oceânicas já exploradas, como as da Bacia de Campos (RJ).

A Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo da camada Pré-Sal no dia 2 de setembro de 2008, no Campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul do Espírito Santo a partir do poço 1-ESS-103ª, interligado à FPSO Juscelino Kubitschek (P-34), e exigiu investimentos de cerca de R$ 50 milhões.

O que é o pré-sal?
O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado.
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