Termos utilizados na Ecologia

Termos utilizados na Ecologia

Termos utilizados na EcologiaHabitat
O habitat é o lugar na natureza onde uma espécie vive. Por exemplo, o habitat da planta vitória régia são os lagos e as matas alagadas da Amazônia, enquanto o habitat do panda são as florestas de bambu das regiões montanhosas na China e no Vietnã.

Nicho ecológicoNicho ecológico
O nicho é um conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive e se reproduz. Pode se dizer ainda que o nicho é o "modo de vida" de um organismo na natureza. E esse modo de vida inclui tanto os fatores físicos - como a umidade, a temperatura, etc - quanto os fatores biológicos - como o alimento e os seres que se alimentam desse indivíduo.

Explicando melhor: O nicho do Bugio, por exemplo, inclui o que ele come, os seres que se alimentam dele, os organismos que vivem juntos ou próximo dele, e assim por diante. No caso de uma planta, o nicho inclui os sais minerais que ela retira do solo, a parte do solo de onde os retira, a relação com as outras espécies, e assim por diante.

O nicho mostra também como as espécies exploram os recursos do ambiente. Assim a zebra, encontrada nas savanas da África, come as ervas rasteiras, enquanto a girafa, vivendo no mesmo hábitat, come as folhas das árvores. Observe que cada espécie explora os recursos do ambiente de forma um pouco diferente.

População em EcologiaPopulação
Indivíduos de uma mesma espécie que vivem em determinada região formam uma população. Por exemplo: as onças do pantanal formam uma população.

As capivaras também podem ser encontradas no pantanal, mas fazem parte de outra população, já que são de outra espécie.

Às vezes a população pode aumentar muito, por exemplo, em meados do século XIX, alguns coelhos selvagens foram levados da Inglaterra para a Austrália, para serem usados nas caçadas. Na Europa, as populações de coelhos eram naturalmente controladas por diversos predadores e parasitas. Na Austrália, porém não existiam tantas espécies que atacavam coelhos. O resultado é que esse animal se reproduziu rapidamente chegando a atingir mais de 200 milhões de indivíduos, que passaram a destruir as plantações e as pastagens da Austrália. Isso mostra o perigo de se introduzir num novo ambiente um organismo não nativo.

Esta é mais uma das questões que a ecologia estuda: "O que faz o número de indivíduos de uma população aumentar, diminuir ou permanecer constante?".

Comunidade em EcologiaComunidade
Na figura abaixo, podemos perceber que no mar existem diversos animais e vários tipos de plantas. E há também seres muito pequenos - tão pequenos que só podem ser vistos com aparelhos especiais como os microscópios, que possuem lentes especiais que ampliam a imagem dos seres observados.

Se colocarmos uma gota da água do mar no microscópio, veremos um número imenso desses pequenos seres vivos.

Pense quantos organismos diferentes podem ser encontrados num jardim: grama, roseiras, minhocas, borboletas, besouros, formigas, caracóis, sabiás, lagatixas...

Todos os seres vivos de determinado lugar e que mantêm relações entre si formam uma comunidade. A comunidade do mar abaixo é composta por peixes, algas, plantas, os seres microscópios, enfim todas as populações lá existentes.

EcossistemaEcossistema
É o conjunto dos relacionamentos que a fauna, flora, microorganismos (fatores bióticos) e o ambiente, composto pelos elementos solo, água e atmosfera (fatores abióticos) mantém entre si. Todos os elementos que compõem o ecossistema se relacionam com equilíbrio e harmonia e estão ligados entre si. A alteração de um único elemento causa modificações em todo o sistema podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. Se por exemplo, uma grande área com mata nativa de determinada região for substituída pelo cultivo de um único tipo de vegetal, pode-se comprometer a cadeia alimentar dos animais que se alimentam de plantas, bem como daqueles que se alimentam destes animais.

A delimitação do ecossistema depende do nível de detalhamento do estudo. Por exemplo, se quisermos estudar o ecossistema de um canteiro do jardim ou do ecossistema presente dentro de uma planta como a bromélia.

BiosferaBiosfera
Ainda não temos conhecimento da existência de outro lugar no Universo, atém da Terra, onde aconteça o fenômeno a que chamamos de vida.

A vida na Terra é possível porque a luz do Sol chega até aqui. Graças a sua posição em relação ao Sol, o nosso planeta recebe uma quantidade de energia solar que permite a existência da água em estado líquido, e não apenas em estado sólido (gelo) ou gasoso (vapor). A água é essencial aos organismos vivos. A presença de água possibilita a vida das plantas e de outros seres capazes de produzir alimento a partir da energia solar e permite também, indiretamente, a sobrevivência de todos os outros seres vivos que se alimentam de plantas ou animais. Pela fotossíntese que há a absorção de água e gás carbônico e liberação de oxigênio, a energia do Sol é transformada em um tipo de energia presente nos açucares, que pode então ser aproveitada por seres que realizam esse processo e por outros seres a eles relacionados na busca por alimento.

A Terra pode ser dividida assim:

Litosfera - a parte sólida formada a partir das rochas;
Hidrosfera - conjunto total de água do planeta (seus rios, lagos, oceanos);
Atmosfera - a camada de ar que envolve o planeta;
Biosfera - as regiões habitadas do planeta.

Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. É um conceito da Ecologia, relacionado com os conceitos de litosfera, hidrosfera e atmosfera. Incluem-se na biosfera todos os organismos vivos que vivem no planeta, embora o conceito seja geralmente alargado para incluir também os seus habitats.

A biosfera inclui todos os ecossistemas que estão presentes desde as altas montanhas (até 10.000 m de altura) até o fundo do mar (até cerca de 10.000 m de profundidade).

Nesse diferentes locais, as condições ambientais também variam. Assim, a seleção natural atua de modo diversificado sobre os seres vivos em cada região. Sob grandes profundidades no mar, por exemplo, só sobrevivem seres adaptados à grande pressão que a água exerce sobre eles e a baixa (ou ausente) luminosidade. Já nas grandes altitudes montanhosas, sobrevivem seres adaptados a baixas temperaturas e ao ar rarefeito.

Na biosfera, portanto, o ar, a água, o solo, a luz são fatores diretamente relacionados à vida.

Ecologia Vegetal no BrasilEcologia Vegetal no Brasil


As raízes da ecologia levam-nos aos estudos ligados ã história natural, algo, que, em essência é tão antigo quanto o homem. O homem das cavernas já percebia o problema da contaminação atmosférica, pois a partir do momento em que começou o fogo, o indivíduo que utilizava os materiais úmidos ou inadequados à combustão , era castigado por seus companheiros, devido a fumaça e odores que provocava no interior da caverna. Os egípcios e babilônios aplicaram métodos ecológicos para combater as pragas que assolavam suas culturas no vale do rio Nilo o que também ocorreu na Mesopotâmia. Na antiga Grécia, os curtumes com seus gases de cheiro desagradável, só podiam ser construídos após autorização especial. As fundições de prata eram obrigadas a possuir chaminés altas para distribuir melhor na atmosfera os gases tóxicos (SO2). Na antiga Roma as atividades de matadouros, curtumes, fabricantes de azeite e lavanderias, por decreto eram permitidas somente além do rio Tibre. Os fornos de fabricantes de vidro que produziam contaminação com HF podiam ser levantados em áreas restritas. Na Idade Média com o aparecimento das concentrações urbanas nos “burgos” os problemas ecológicos se avolumaram, embora localizados.

A ecologia como ciência, embora já na antiga Grécia tenham sido produzidas obras com características ecológicas, começam a surgir após a idade média, quando reinou o obscurantismo, como ciência.

1978 – Malthus determinou que as populações podem crescer em ritmo exponencial (modelo densidade-dependente) enquanto os recursos de que necessitam crescem em ritmo aritmético.

1838 – Verhulst derivou a curva logística do crescimento populacional (modelo densidade dependente).

1843 – Farr descobriu a relação existente entre a taxa de mortalidade e a densidade de uma população.

1866 - Surge a palavra ECOLOGIA oikos = significa casa. Usada pelo biólogo alemão HAECKEL na obra "Generelle" . Morfhologie der Organismen, esta palavra significa literalmente a Ciência do Habitat. Na realidade uma série de trabalhos que se multiplicaram a partir de 1850 dão início a ecologia, embora com outros títulos com o livro de Schimper, Fitogeografia em base fisiológica (1898) nada mais fossem do que tratados sobre ecologia.

1930 - Somente na década dos 30é que a ecologia passou a ter realmente um grande desenvolvimento como ciência, embora já no nosso século, em seu princípio surgissem obras de ecologia propriamente ditas, e esta tivesse inicialmente o seu desenvolvimento.

Histórico da Ecologia Vegetal no Brasil

Histórico da Ecologia Vegetal no Brasil

1892 - Warming em seu livro LAGOA SANTA sobre a localidade do mesmo nome publicou um livro, posteriormente traduzido do Dinamarquês para o Português. (1908).

1934 - Felix Rawitscher, organizou o departamento de botânica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP ( alemão) dando início aos estudos de Fitoecologia em 1942.

1942 - A primeira obra PROBLEMAS DE FITOECOLOGIA COM CONSIDERAÇOES ESPECIAIS SOBRE O BRASIL MERIDIONAL, seguido brilhantemente por Guimarães Ferri, cujas obras sobre o cerrado são de nosso conhecimento. No Rio Grande do Sul um dos Primeiros a atuar em Fitoecologia é Albano Backes que em 1973 publicou sua tese de mestrado no Departamento de Botânica do Instituto de Biociência da USP " Contribuição ao Conhecimento da Ecologia da Mata de Araucária" versando sobre esta no Rio Grande do Sul.

Ecologia - oikos- casa g. (morada). É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos, e as interações, de qualquer natureza, existentes entre os seres vivos e seu meio. " é a ciência que estuda o ambiente e aquele que vive no ambiente."

Ambiente - tudo aquilo que cerca o indivíduo no seu local.

O Brasil em relação aos países mais desenvolvidos, em ecologia, apresenta uma série de problemas, o primeiro é de apresentar um grande número de espécies, tanto animais como vegetais, pois são muito mais pobres em espécies que as nossas, permitindo que as espécies sejam facilmente reconhecidas em sua grande maioria, mesmo usando manuais disponíveis, isto não ocorre no nosso meio. Em vista disto os autores daqueles países salientam a necessidade de estudos do aspecto dinâmico das associações, enfatizando que os estudos de sistemática não são modernos, ocorre que no Brasil a sistemática está atrasada em mais de um século em relação aqueles países, e em consequência se quisermos estudar as relações fundamentais de um ecossistema brasileiro será necessário conhecer primeiramente sua composição em espécies.

Colonização em EcologiaColonização em Ecologia

Em ecologia, chama-se colonização à ocupação dum ecótopo que ainda não estava habitado por uma espécie ou um grupo de organismos de diferentes expécies.

Por exemplo, uma duna construída pelo vento, pode ser colonizada por uma planta rastejante, que a fixa e permite o desenvolvimento de um ecossistema mais complexo.

Decomposição do Ponto de Vista EcológicoDecomposição do Ponto de Vista Ecológico

Em biologia e ecologia, decomposição, mineralização e em alguns casos, apodrecimento, é o processo de transformação da matéria orgânica em minerais, que podem ser assimilados pelas plantas para a produção de matéria viva, fechando assim os ciclos biogeoquímicos.

Este processo, não só fornece aos ecossistemas os compostos necessários ao desenvolvimento dos produtores primários, mas liberta-o igualmente de material que, se acumulado, poderia prejudicá-lo.

A decomposição dos animais e plantas mortos, ou suas partes, dos dejetos ou outras excreções dos animais e de restos de comida é um processo complexo. Nos tecidos dos organismos mortos inicia-se a autólise das células pelas enzimas contidas nos lisossomas. Esses tecidos são ainda triturados e parcialmente consumidos pelos detritívoros. A parte não consumida ou que não faz parte da alimentação desses animais é então atacada por vários tipos de bactérias; as partes interiores, onde não existe oxigénio livre, são consumidas por bactérias anaeróbicas, causando a putrefação, que resulta em aminas como a putrescina e a cadaverina, que têm um odor "pútrido"; este é o processo conhecido vulgarmente como apodrecimento. Finalmente, intervêm as bactérias mineralizantes – os decompositores –, que transformam as moléculas orgânicas libertadas pelos processos anteriores em água, dióxido de carbono e sais minerais.

Estes processos dependem de muitos fatores bióticos e abióticos, como a abundância e tipos de decompositores no biótopo, a humidade, a temperatura e outros.
Ecologia na Nova Ordem Mundial

Ecologia na Nova Ordem Mundial


A QUESTÃO AMBIENTAL DA NOVA ORDEM MUNDIAL
Durante a ordem mundial bipolar a questão ambiental era considerada secundária. Somente os movimentos ecológicos e alguns cientistas alertavam a humanidade sobre os riscos de catástrofes ambientais. Mas a grande preocupação dos governos - e em especial da grandes potências mundiais - era com a guerra fria, com a oposição entre o capitalismo e o socialismo. O único grande risco que parecia existir era o da Terceira Guerra Mundial, uma guerra atômica entre as superpotências de então. Mas o final da bipolaridade e da guerra fria veio alterar esse quadro. Nos anos 90 a questão do meio ambiente torna-se essencial nas discussões internacionais, nas preocupações dos Estados - e principalmente dos grandes centros mundiais de poder - quanto ao futuro. Já antes do final dos anos 80 percebia-se que os problemas ecológicos começavam a preocupar as autoridades soviéticas, norte-americanas e outras, mas sem ganharem muito destaque, Houve em 1972, na Suécia, a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, promovida pela ONU e com a participação de dezenas de Estados. Naquele momento, a questão ambiental começava a se tornar um problema oficial e internacional. Mas foi a Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou RIO-92, realizada no Brasil vinte anos depois da primeira, que contou com maior número de participantes (quase cem Estados-nações) e os governos enviaram não mais técnicos sem poder de decisão, como anteriormente, e sim políticos e cientistas de alta expressão em seus países. Isso porque essa segunda conferência foi realizada depois do final da guerra fria e o desaparecimento da “ameaça comunista” veio colocar a questão ambiental como um dos mais importantes riscos à estabilidade mundial na nova ordem. Além disso, os governos perceberam que as ameaças de catástrofes ecológicas são sérias e precisam ser enfrentadas, e que preservar um meio ambiente sadio é condição indispensável para garantir um futuro tranqüilo para as novas gerações. Mas a problemática ambiental suscita várias controvérsias e oposições. Os países ricos voltam suas atenções para queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica, a maior de todas. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se desenvolverem. “Se os países desenvolvidos depredaram suas matas no século passado, por que nós não podemos fazer o mesmo agora?”, argumentam. Alguns chegam até afirmar que essa preocupação com a destruição das florestas tropicais ou com outras formas de poluição nos países subdesenvolvidos ( dos rios, dos grandes centros urbanos, perda de solos agrícolas por uso inadequado, avanço da desertificação, etc.) nada mais seria que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul; a poluição e a destruição das florestas, nessa interpretação, seriam fatos absolutamente naturais e até necessários para se combater a pobreza. Outros ainda - inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia ou a Noruega - argumentam que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada mundial contra a poluição quando são justamente eles, os norte-americanos, que mais utilizam os recursos naturais do planeta. Todos esses pontos de vista têm uma certeza razão, e todos eles são igualmente limitados ou parciais. Os atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas paisagens naturais no século passado ou na primeira metade deste, e isso foi essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeira ou da Segunda Revolução Industrial, das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Parece lógico então acusar de farsante um país rico preocupado com a poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe um complicador aí: é que até há pouco tempo, até por volta dos anos 70, a humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e existiam muito mais florestas ou paisagens nativas no século passado do que hoje. Nas últimas décadas parece que o mundo ficou menor e a população mundial cresceu de forma vertiginosa, advindo daí um maior desgaste nos recursos naturais e, ao mesmo tempo, uma consciência de que a natureza não é infinita ou ilimitada. Assim, o grande problema que se coloca nos dias atuais é o de se pensar num novo tipo de desenvolvimento, diferente daquela que ocorreu até os anos 80, que foi baseado numa intensa utilização - e até desperdício - de recursos naturais não renováveis. E esse problema não é meramente nacional ou local e sim mundial ou planetário. A humanidade vai percebendo que é uma só e que mais cedo ou mais tarde terá que estabelecer regras civilizadas de convivência - pois o que prevaleceu até agora foi a “lei da selva” ou a do mais forte - , inclusive com uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do planeta , o nosso espaço de vivência em comum. É apenas uma questão de tempo para se chegar a isso, o que provavelmente ocorrerá no século XXI.

Paradigma da Ecologia

Paradigma da Ecologia


"O novo paradigma (uma constelação de concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhados por uma comunidade e que estabelece uma visão particular da realidade) pode ser chamado de uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominado visão ecológica, se o termo 'ecológica' for empregado num sentido muito mais amplo e mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes desses processos)."

Quanto mais voltamos nossa atenção para as grandes dificuldades sociais de nossa época - quando nos detemos e refletimos sobre a grande crise em que vivemos, em todos os âmbitos de ação do ser humano e em todos os lugares -, mais percebemos as falhas de uma visão de mundo compartilhada por grande parte das pessoas influentes, responsáveis pelo comportamento do homem ocidental (e que, hoje, atinge também o homem oriental), como empresários, governantes e cientistas, e mais percebemos que estas falhas estão interligadas e não podem ser entendidas de forma isolada, ou linear, como peças autônomas de um relógio.

O conjunto de problemas que se abatem sobre as pessoas e a natureza estão profundamente enlaçados com uma determinada forma de se compreender o mundo, uma percepção da realidade que é reducionista, simplista e inadequada e que não leva em conta processos sistêmicos (interrelacionados), psicológicos e orgânicos (ecológicos) presentes nos relacionamentos, no padrão de relação, entre pessoas, entre estas e a sociedade - e entre pessoas, sociedades e natureza -, e muito menos valores humanos e existenciais, formadores de referenciais umbilicalmente ligados à qualidade de vida da população mundial, já que fatores ou caracteres fenomenológicos não fazem parte do pensamento linear-racionalista, e muito menos se adequam em gráficos cartesianos.

A forma tradicional de se compreender ou de se perceber a realidade - enfim, o paradigma subjacente a nossa visão de mundo - vem condicionando o comportamento humano ocidental - e todas as suas instituições - por mais de três séculos. Ela é constituída basicamente da idéia de que todo o universo é uma grande máquina, sem vida ou qualquer sentido além do de um sistema mecânico similar ao das máquinas feitas pelo homem, e, por isso, dentro do fugaz período de tempo a que se resume uma vida humana, é perfeitamente lícito, dentro desta concepção filosófica, que o indivíduo procure extrair o máximo deste sistema morto, a fim de dar um significado ao que, em última análise, e de acordo com esta visão, não parece igualmente ter significado algum: a existência humana. Daí o conjunto de caracteres típicos de nossa sociedade industrial e capitalista: a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a ênfase na sobrevivência mais que na vivência e na melhoria real da qualidade de vida a partir do enriquecimento interpessoal, a crença num progresso material ilimitado num contínuo crescimento econômico explorador de recursos naturais limitados, o patriarcalismo com suas várias facetas e formas de dominação, etc.

O esgotamento, a anti-naturalidade e a destrutibilidade desta "visão ou concepção de mundo" - que ainda é ardorosamente adotada por nossos líderes políticos, empresários, cientistas e instituições - vêm sendo constantemente apontadas, de modo claro, por várias pessoas desde o início do século passado, na crítica ao automatismo e alienação humanas decorrentes da revolução industrial, mas a ideologia do capitalismo, detentora dos meios de comunicação de massa, e as instituições econômicas, que sempre usaram de uma gigantesca máquina de propaganda, acabam por abafar, em parte, este despertar de consciências, e a impor uma ideologia propícia a mascarar e a distorcer a percepção dos fatos e a perpetuar um conjunto de ações favoráveis aos seus interesses o objetivos gananciosos, ou seja, ela constrói toda uma "realidade" ficcional e alienante, embotando o senso crítico das pessoas, a fim de perpetuar a estrutura de poder que lhe é mais aprazível.

Mas o nível de agressividade deste paradigma e desta ideologia contra o sistema vivo "Terra" vem sendo tão estupidamente trágica, que já não é mais possível fechar os olhos ante à degradação sócio-ambiental que nosso moderno mundo industrial tem promovido, a não ser que o grau de alienação tenha chegado a tal ponto que embotou até mesmo o sentir a dor que as misérias de nossa civilização tecnicista tem causada à natureza e aos homens. De todos os cantos do planeta vemos os efeitos nocivos da forma materialista (filosofia altamente calculada para fazer parte dos hábitos de consumo da população) e pretensamente racional (esquecendo-se da sabedoria organísmica e intuitiva) de ver o mundo, e os efeitos são:

- O crescimento desordenado da população mundial, especialmente entre os países mais pobres (entre os quais se inclui o Brasil da era Neo-Liberal do vaidoso neo-imperador FHC), que é a resultante direta do crescimento das dificuldades sociais que impedem a educação básica que muito auxiliaria no planejamento familiar, aliás problema que aponta para o descaso que nossos políticos têm em pensar em termos sistêmicos e a longo prazo, e fazem da educação, como um todo, na prática, uma temática supérflua diante do ideal, basicamente industrial, de que o crescimento e riqueza de uma nação são medidos pelo crescimento linear da economia, que se concentra nas mãos de poucos, e de que um alto PIB é sinônimo de bem-estar social. Ora, sendo assim basta que a educação básica inculque os valores e os hábitos de um mundo industrial.

- A escassez de recursos, a bizarra e surreal distribuição de renda e a degradação do meio ambiente a fim de saciar a ânsia de crescimento econômico dos empresários, e/ou - por meio da exploração irracional dos recursos humanos e naturais - para o pagamento da dívida externa ou para cobrir o rombo de instituições financeiras incompetentes, parasitárias ou corruptas que combinam-se com uma crescente miséria moral e física de nosso povo, numa alienação política de causar dó, e a uma completa falta de senso crítico e valores humanistas que levam ao colapso das comunidades locais e à violência urbana que se tornou uma característica básica de nossos tempos. E toda a máquina da ideologia de consumo e do crescimento de lucros se põe, de forma drástica, contra tudo e todos que se levantem para questioná-la. Ainda nos está bem forte na memória o descaso ou a manipulação a idéias de homens como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Betinho, Florestan Fernandes, os teólogos da Teologia da Libertação, os camponeses do MST, etc.

Existem soluções viáveis para os principais problemas sociais, mas o grande nó da questão está em mudarmos a nossa percepção individualista e egoísta e nossos valores burgueses em prol de um desenvolvimento sustentável, o que atinge em cheio a estrutura do poder e do sistema político-econômico de boa parte dos países, e, ainda mais, no Brasil, onde todos sabemos das desigualdades de todo o tipo entre os que tudo tem e os que nada tem, a grande maioria, e onde recai a maior parte do peso e da hipocrisia dos sistemas institucionais estabelecidos a princípio, ironicamente, para o bem do povo.

E, de fato, começamos a ver, cada vez mais amplamente em todo o mundo, principalmente na Europa, uma gradual mas inevitável mudança de paradigma na ciência e na sociedade, a partir das pessoas comuns, de estudantes, da base, e não mais de autoridades ou orgulhosos experts diplomados em fragmentos do conhecimento humano. Mas esta nova compreensão ainda está longe de ser sequer pensada pela maioria dos líderes políticos, e, ainda menos, pelos empresários.

O reconhecimento de que é necessária uma profunda e radical mudança de percepção e de metas para garantir a nossa sobrevivência e a das demais espécies vivas que compartilham conosco, em estreita correlação, a odisséia terrestre não é feito pelos detentores do poder político e econômico que, aliás, a vêem como uma ameaça à estrutura que os sustenta. Eles sabem que os diferentes problemas estão interrelacionados, mas se recusam a reconhecer e adotar as chamadas soluções sustentáveis, preferindo fechar os olhos para não ver as conseqüências de suas atividades para as gerações futuras. A partir de um ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções "sustentáveis", em que uma sociedade satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras, como é comum de se ver nas chamadas "sociedades primitivas", como as indígenas, sem a carga intrometida da civilização branca. Nossa civilização se orgulha de seu racionalismo, mas o racionalismo é usado para justificar comportamentos profundamente irracionais e antiecológicos, num mecanismo justificador de racionalização. Ora, já não seria a hora de nos lembrarmos de que a humanidade, através da história, sempre se orgulhou do mais coração que da razão? Não é daí que vem o termo " fulano é humano", e outros semelhantes?

Existe um movimento de despertar para o fato de que as ações industriais, técnicas e altamente mecanicistas de nossa sociedade materialista está causando um sério abalo na qualidade de vida dos homens e demais seres vivos que constituem a biosfera. E movimentos como os do Greenpeace, os dos vários partidos verdes e a ampla aceitação e debates de assuntos ecológicos, como na Rio-Eco 92, parecem ser "sintomas" de uma gradual mas cada vez mais irreversível consciência de que todos nós fazemos parte de uma teia frágil, linda e muito mais profunda do que nos fazem crer nossas estruturas científicas e comerciais... fazemos parte da teia da vida que constitui um enorme organismo vivo e hoje seriamente ameaçado pela ganância e sede de poder de órgãos econômicos, industriais, políticos, científicos e religiosos, todos voltados para o conquistar e o manter o poder, quer seja material, quer seja ideológico. Mas há uma movimentação interna visível contra tudo isso, afinal somos células e nervos de Gaia, a Terra viva, e esta nova percepção Holística, sistêmica ou interrelacional entre todas as coisas que nos cercam, é chamada de Ecologia Profunda.

O filósofo Arne Naess caracterizou da seguinte forma a Ecologia Profunda: "A essência da ecologia profunda consiste em formular questões mais profundas", e, segundo Fritjof Capra, é essa também a essência de uma mudança de paradigma: "Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo. Portanto, a Ecologia Profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte".

Ecologia Social

Ao lado da Psicologia Profunda, temos ainda uma escola filosófica que tem por base uma percepção eco-sistêmica da dinâmica social, ou uma percepção de relações entre partes. Ela complementa a ecologia ao mostrar os padrões culturais de organização social que produziram a atual super-crise. É esse o foco da ecologia social, que é o nome genérico que podemos dar às várias disciplinas sociais que estudam a natureza antiecológica de muitas de nossas estruturas institucionais.

Segundo Riane Eisler, as várias escolas de Ecologia Social reconhecem a estrutura mecanicista e alienante, portanto profundamente antiecológica, de nossas instituições econômicas e sociais, que se modelam de acordo com um "sistema de dominação", como podemos ver, claramente, no capitalismo que se utilizou do mesmo processo de repressão à liberdade que acusava nos chamados países socialistas, especialmente nas ditaduras da América Latina. Sendo assim, as chamadas escolas marxistas nos permitem analisar diferentes padrões de dominação social impostas à cultura e à sociedade sob a forma de ideologia, muitíssimo vinculada através dos meios de comunicação, notadamente, nos dias de hoje, pela televisão, que é um veículo de comunicação de massa, associada à interesses políticos e comerciais pertencentes à classe econômica dominadora.

Além da Ecologia Social, podemos apontar também o ecofeminismo como uma escola especial de ecologia social voltada para a dinâmica de dominação social dentro do contexto do patriarcado, que permitiu o desenvolvimento de formas diversas de exploração: das mulheres pelos homens, da dominação hierárquica, capitalista, militarista e industrial, e em desenvolvimentos de teorias mecanicistas e controlistas do homem, como o taylorismo em administração, o behaviorismo em Psicologia, etc. Em particular, os ecofeministas mostram que a exploração extrema da natureza tem andado de mãos dadas com a das mulheres, que têm sido identificadas com a natureza através dos séculos. Não nos esqueçamos que o pai do empirismo, Francis Bacon, postulava que, tal como se fazia com as "bruxas" de sua época, "os segredos das natureza teriam de ser arrancados sob tortura", pois ela se apresenta "como uma mulher caprichosa"...

Ética

Tudo o que diz respeito à percepção humana da realidade e, conseqüentemente, aos valores humanos que estão enlaçados com esta percepção, é de fundamental importância para a Ecologia Profunda. Já não podemos acreditar que nossas teorias e pesquisas científicas são isentas de valores, pois a própria escolha de como e o que devemos estudar e levar em consideração já é uma ação que se alinha com uma determinada forma ou maneira de fazer ciência, subjetivamente aceita como a mais "verdadeira". Portanto, as chamadas abordagens dominantes (por exemplo, a Psicanálise, em Psicologia), tendem a impor uma forma de visão de homem que é estreitamente ligada a um paradigma já claramente nocivo à humanidade.

Segundo Capra, como oposição perceptual necessária a tudo isso, a ecologia profunda centraliza-se em valores holísticos e, mais propriamente, ecocêntricas (centralizados na Terra como um sistema vivo, Gaia). Nesta acepção, todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependências, formando uma rede de vida dinâmica e auto-consistente. Aliás, com estas características, a própria rede parece ser um organismo. Neste sentido, o homem não é melhor ou pior que qualquer outra espécie, mas um componente fundamental desta rede, criado por ela, mantido por ela, influenciado por ela e tendo o poder de influenciá-la (tanto positiva quanto negativamente) tanto quanto é influenciado por ela. Aliás, somos meros nodos da rede da vida, juntamente com todas as outras espécies vivas, tendo a única diferença de sermos complexamente racionais, o que nos faz quase sempre nos identificarmos apenas com esta qualidade, esquecendo-nos de que o organismo, como um todo, possui uma racionalidade ainda mais sábia que a racionalidade intelectual. Assim, quando pisamos em algo pontudo, não ficamos a "analisar" se somos agredidos por um espinho, um prego ou uma agulha, nem nas origens deste incômodo, como o objeto foi parar ali ou quais as suas conseqüências, mas, "organísmicamente", sabiamente, retiramos imediatamente o pé, graças a uma sabedoria instintiva mais profunda e que é comum a todos os seres vivos, isso sem falar no sentimento humano.... Como disse Pascal, O coração tem razões que a razão desconhece"...

Quando esta percepção ecológica e holística mais profunda torna-se parte de nossa vivência e consciência cotidiana, emerge um sistema de relacionamento transpessoal mais maduro, uma ética radicalmente nova.

Esta ética de pertinência e de co-responsabilidade vivencial é extremamente necessária nos dias de hoje, uma vez que a maior parte do que fazemos, quer seja tecnicamente ou não, especialmente entre os sacerdotes do saber, os cientistas, não parece promover a vida e nem preservá-la, mas sim de a coisificar, banalizar e destruir cada vez mais a vida sob a égide de um paradigma mecanicista, sob o pretexto de crescimento econômico travestido de pseudo-valores antropocêntricos (como se o homem fosse um ser à parte da natureza complexa que o sustenta). Os cientistas mecanicistas, que crêem num universo máquina, projetam sistemas de armamentos com a capacidade de destruir inúmeras vezes toda a vida do planeta, desenvolvem novos produtos químicos que contaminam o meio ambiente global sem nenhum respeito ético pela vida, ou desenvolvem mutações em microorganismos vivos que podem ser soltos por ai sem muito pensarem nas conseqüências de seu mister, isso sem falar de psicólogos que torturam animais e acabam por acreditar que o homem pode ser manipulado da mesma forma, além do mecanicismo econômico, que descarta qualquer possibilidade de se incluir valores e/ou qualidade de vida em seus gráficos de oferta e procura.

Como nos diz o físico Fritjof Capra e outros estudiosos da filosofia da Ciência, alienadamente "Não reconhecemos que os valores Não são periféricos à ciência e nem à tecnologia, mas constituem a sua própria força motriz". Culturalmente, acreditamos que os valores podem ser separados dos fatos (objetividade), e assim pensamos que os fatos científicos são independentes daquilo que fazemos e, portanto, são isentos de valores. "Na verdade os fatos científicos emergem de toda uma constelação de percepções, valores e ações humanas - em uma palavra, emergem de um paradigma - dos quais não podem ser separados. (...). Portanto os cientistas são responsáveis por suas pesquisas não apenas intelectualmente, mas moralmente. Dentro do contexto da Ecologia Profunda, a visão segundo a qual esses valores são inerentes a toda a natureza viva está alicerçada na experiência profunda, ecológica ou espiritual, de que a natureza e o eu são um só. Essa expansão do eu até a identificação com a natureza é a instrução básica da ecologia profunda(...)".

Esta percepção de que pertencemos, ou melhor, de que somos parte de um todo sistêmico - e que é encontrada intuitivamente nas crianças, nos índios, em algumas comunidades orientais, nas tradições mais antigas dos povos da Europa pré-cristã e em outras comunidades ditas preconceituosamente de primitivas, sentidas por poetas, biólogos e artistas de todos os tempos - acaba por gerar um comportamento ético-vivencial que advém de dentro da própria alma do ser humano, ao contrário de uma ética aceita intelectualmente, como, por exemplo, na teoria da Psicanálise como uma ética, que é cara aos lacanianos, o que não deixa de ser meio absurdo por ser esta teoria (a Psicanálise) reconhecidamente pessimista em relação ao homem (o destino do homem é ser um neurótico ou um normal mais ou menos infeliz dentro de uma sociedade que não lhe permite viver suas pulsões de modo satisfatório). Já a percepção de que somos muito mais do que nos permite crer os limites de nossa pele muda totalmente a situação, como nas fala Arne Naess:

"O cuidado flui naturalmente se o 'eu' é ampliado ou aprofundado de modo que a proteção da Natureza livre seja SENTIDA e CONCEBIDA como PROTEÇÃO DE NÓS MESMOS ... Assim como não precisamos de nenhuma moralidade vinda de um nível intelectual para nos fazermos respirar do mesmo modo se o seu 'eu', no sentido mais amplo desta palavra, abraça um outro ser, você não precisa de advertências morais ou linearmente intelectuais para demonstrar cuidado e afeição... você o faz por si mesmo, sem sentir nenhuma pressão moral para fazê-lo... Se a realidade é como é experimentada pelo eu ecológico, nosso comportamento, de maneira natural e bela, segue espontaneamente as normas da ética ambientalista".

E, mais uma vez, como nos esclarece Capra, "o que isso implica não é o fato de que o vínculo entre uma percepção ecológica do mundo e o comportamento correspondente não é uma conexão lógica, mas psicológica. A lógica não nos persuade de que deveríamos viver respeitando certas normas, uma vez que somos uma parte integral da teia da vida. No entanto, se temos esta percepção, ou a experiência, ecológica profunda de sermos parte importante da teia da vida, então estaremos (em oposição a deveríamos estar) inclinados a cuidar de toda a natureza viva." Poderíamos tomar, como modelo paradigmático desta Vivência profunda de pertencer à natureza, a vida de um dos maiores poetas e místicos da humanidade, São Francisco de Assis.

O vínculo experiencial-fenomenológico entre Ecologia Profunda e Psicologia Profunda (esta no sentido junguiano, rogeriano e/ou transpessoal do termo), que se faz presente na concepção do eu ecológico, está sendo explorado por vários autores, entre eles o filósofo Warwick Fox, que cunhou o termo "ecologia transpessoal", ou o historiador Theodore Roszak, que se utiliza do termo "ecopsicologia", que expressam a conexão profunda entre a psicologia não-freudiana e a ecologia, que antes eram consideradas áreas completamente separadas.

Sendo assim, como nos diz Capra (ob. cit), a ênfase da mudança de paradigma, hoje, nos aponta para a saída de uma ênfase nas ciências que manipulavam o mundo como uma maquininha morta, como a física clássica, para as ciências da vida, como a biologia, a ecologia e a psicologia.

Ecologia e Anarquismo





O anarquismo não se limita apenas a idéia de criar comunas independentes. E, se me detive a examinar esta possibilidade, foi apenas para demostrar que, longe de ser um ideal remoto, a sociedade anarquista tornou-se um pré-requisito para a prática dos princípios ecológicos. Sintetizando a mensagem crucial da ecologia, diremos que, ao reduzir a variedade no mundo natural, estaremos aviltando sua unidade e integridade, destruindo as forças que contribuem para a harmonia natural e para o equilíbrio duradouro e, o que é ainda mais importante, estaremos provocando um retrocesso no desenvolvimento do mundo natural. Retrocesso que poderá eventualmente, impedir o aparecimento de outras formas mais avançadas de vida.

     Sintetizando a mensagem reformadora da ecologia, poderíamos afirmar que, se desejamos promover a unidade e estabilidade do mundo natural, tornando-o mais harmonioso, precisamos estimular e preservar a variedade. Mas estimular a variedade pela variedade seria um vazio. Na natureza, ela surge espontaneamente.

     As possibilidades de sobrevivência de uma nova espécie são testadas pelos rigores do clima, pela sua habilidade em enfrentar seu inimigos, pela sua capacidade de estabelecer e ampliar o espaço que ocupa no meio ambiente. Entretanto, qualquer espécie que consegue aumentar seu território estará, ao mesmo tempo, ampliando a situação ecológica como um todo. Citando A. Gutkind, ela estará "ampliando o meio ambiente tanto para si própria quanto para qualquer outra espécie com a qual mantenha um relação equilibrada".

     Como aplicar este conceito a teoria social? Creio que para muitos leitores bastaria dizer que, na medida que o homem é parte da natureza, a ampliação do meio ambiente natural implicaria um maior desenvolvimento social. Mas a resposta para essa pergunta é bem mais profunda do que poderiam supor ecológicos e libertários. Permintam-me retornar mais um vez a idéia ecológica que afirma ser a diversidade uma consequência da integridade e do equilíbrio. Tendo em mente essa idéia, o primeiro passo para encontrar a resposta seria a leitura de um trecho da Filosofia do anarquismo de Herbert Read, onde, ao apresentar seus "critérios de progresso", ele observa que o progresso pode ser mediado pelo grau de diferenciação existente na sociedade. Se o indivíduo é apenas uma unidade da massa coletiva, sua vida será limitada, monótona e mecânica. Mas, se ele for uma unidade independente, poderá estar sujeito a acidentes ou azares da sorte, mas ao menos terá a chance de crescer e expressar-se. Poderá desenvolver-se - no único sentido real do termo - na consciência de sua própria força, vitalidade e alegria.

     Embora não tenha encontrado seguidores, as idéias de Read nos fornecem um importante ponto de partida. O que primeiro nos chama a atenção é o fato de que, tanto ecologista como anarquista ressaltam a importancia da espontaneidade.

     Na medida em que é mais que um simples técnico, o ecologista tem um tendência a desprezar o conceito de "domínio sobre a natureza" preferindo falar em "conduzir" uma situação ecológica, em gerir um ecossistema, em vez de recría-lo. O anarquista, por sua vez, fala em espontaneidade social, em libertar o potencial da sociedade e da humanidade, em dar rédeas soltas a criatividade humana. Ambos vêem na autoridade uma força inibidora, um peso que limita o pontencial criativo de uma situação natural ou social.

     Assim como o ecologista procura ampliar o alcance de um ecossistema e estimular a livre ação recíproca entre as espécie, o anarquista busca ampliar o alcance da experiência social e remover os obstáculos que possam impedir seu desenvolvimento. O anarquismo não é apenas uma sociedade sem governo, mas uma sociedade harmoniosa que procura expor o homem a todos os estímulos da vida urbana e rural, da atividade física e mental, da sensualidade não reprimida e da espiritualidade, da solidariedade ao grupo e do desenvolvimento individual. Na sociedade esquizóide em que vivemos, tais objetivos não só são considerados irreconciliáveis, como diametralmente opostos.

     Uma sociedade anaquista deveria ser descentralizada, não apenas para que tivesse condições de criar bases duradouras que garantissem o estabelecimento de relações harmoniosas entre o homem e a natureza, mas para que fosse possível dar uma nova dimensão ao relacionamente harmônico entre os próprios homens. Há uma necessidade evidente de reduzir as dimensões das comunidades humanas - em parte para solucionar os problemas da poluição e em parte para que pudéssemos criar verdadeiras comunidades. Num certo sentido, seria necessário humanizar a humanidade. O uso de aparelhos eletrônicos, tais como telefones, telégrafos, rádios e televisão, como forma de intermedia a relação entre as pessoas, deveria ser reduzido ao mínimo necessário.

     As comunidade menores teriam uma economia equilibrada e vigorosa, em parte para que pudessem utilizar devidamente as matérias-primas e as energias locais, e em parte para ampliar os estímulos agrícolas e industrias. O membro da comunidade que tiver inclinação para engenharia, deveria ser encorajado a mergulhar suas mãos na terra, o intelectual a usar seu músculos, o fazendeiro a conhecer o funcionamento da fábrica. Separa o engenheiro da terra, o pensador da espada, o fazendeiro da fábrica, gera um grau de superespecialização, onde os especialistas assumem um perigoso controle da sociedade.

     Uma comunidade auto-suficiente, que dependesse do meio ambiente para sua subsistência, passaria a sentir um novo respeito pelas inter-relações orgânicas que garantem sua sobrevivência. Creio que longe de resultar em provincianismo, essa relativa auto-suficiencia criaria uma nova matriz para o desenvolvimento do indivíduo e da comuna - uma integração com a natureza que revitalizaria a comunidade.

     Se algum dia tivermos conseguido ter na prática uma verdadeira comunidade ecológica, ela produzirá um sensível desenvolvimento na diversidade natural, formando um todo harmônico e equilibrado. E, estendendo-se pelas comunidades, regiões e continentes, veremos surgir diferentes territórios humanos e diferente ecossistemas, cada um deles desenvolvendo suas próprias potencialidades e expondo seus membros a uma grande variedade de estímulos econômicos, culturais e de conduta. As diferenças que existem entre indivíduos serão respeitadas como elementos que enriquecem a unidade da experiência e do fenômeno. Libertos de uma rotina monótona e repressiva, das inseguranças e opressões, da carga de um trabalho demasiado penoso e das falsas necessidades, dos obstáculos impostos pela autoridade e das compulsões irracionais, os indivíduos estarão, pela primeira vez na história, numa posição que lhes permitirá realizar seu potencial como membros da comunidade humana e do mundo natural.
Murray Bookchin
(em: O Anarquismo Pós-Escassez, 1974)

Ecologia, Conceitos básicos de Ecologia
Ecologia, Conceitos básicos de Ecologia

Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.
A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".

Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.

O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das populações.

No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos  estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.

Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.

A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.

O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.

Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.

Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.
Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.

A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em conseqüência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.

Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.

A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem.

A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).

A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação entre um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações às condições ambientais do local onde vivem.

A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início a sua fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia e a antropologia cultural.

A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.

Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura. Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema como as correntes e a composição química da água. Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto da ecologia marinha.

Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética. As reações comportamentais dos animais a seu ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.

A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e problemas de poluição ambiental.

Movimento ecológico. A intervenção do homem no meio ambiente ao longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com conseqüências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em decorrência das atividades do homem.

Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P. Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu funcionamento, evidenciadas no século XX.

De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia, no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de uma espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as espécies, seus relacionamentos e interdependências.

A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.

Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis, como os animais e vegetais; os não-renováveis, como os minerais e fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico reconhece os recursos naturais como a base da sobrevivência das espécies e defende garantias de reprodução dos recursos renováveis e de preservação das reservas de recursos não-renováveis.

No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente estabelecido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde criou-se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ.

Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de grupos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas, porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior. Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas estruturas sociais, econômicas e culturais, esse grupo nasceu da percepção de que a atual crise ecológica é conseqüência direta de um modelo de civilização insustentável. Embora seja também conservacionista, o ecologismo caracteriza-se por defender não só a sobrevivência da espécie humana, como também a construção de formas sociais e culturais que garantam essa sobrevivência.

Um marco nessa tendência foi a realização, em Estocolmo, da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que oficializou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram-se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da população etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios acadêmicos e nas agências governamentais.

Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Aprovou documentos importantes para a conservação da natureza, como a Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a Agenda 21.

A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de vida.

Associação biológica; Biologia; Biogeografia;    Conservação da natureza; Espécies em extinção;    Etologia; Fitogeografia; Parque nacional;    
Zoogeografia

Zoogeografia


BIOTÓPO - Área física na qual os biótipos adaptados a ela e as condições ambientais se apresentam praticamente uniformes.
BIOSFERA - Toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se encontram os gases necessários para as espécies terrestre e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.
HABITAT - É um lugar de vida de um organismo. Total de característica ecológica do lugar especifico habitado por um organismo ou população.
NICHO ECOLÓGICO - Pequena habitação ecológica que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem bem como as suas recíprocas influencia, mesologia num espaço ocupado por uma espécie ou um organismo vivo.
ECOSSISTEMA - Conjunto dos relacionamentos mútuos que o meio ambiente e a flora, fauna e os micros organismo que nele habitam, e que incluem fatores de equilíbrio geológico, atmosférico, meteorológico e biológico.
POPULAÇÃO - Comunidade de seres vivos que se entrecruzam livremente, graças ao quê trocam, entre si material genético.
ESPÉCIE - Conjunto de indivíduos muito semelhante entre si e aos ancestrais, e que se, entrecruzam. A espécie é unidade biológica fundamental. Varias espécies constituem um gênero: espécie vegetal; espécie animal e a espécie humana (gênero humano).

Ecologia: Os dez mandamentos da EcologiaEcologia: Os dez mandamentos da Ecologia

1- Amar a Deus sobre todas as coisas e a natureza
como a ti mesmo.

2- Não defenderás a NATUREZA em vão,com palavras,
mas através dos teus atos.

3- Guardarás as florestas intactas,pois tua vida
depende delas.

4- Honrarás a flora,a fauna,todas as formas de vida na Terra,
o que inclui a tua forma humana.

5- Não matarás, propiciando extinção das espécies.

6- Não te calarás diante da impureza do ar,
deixando que a industria que te emprega
suje o que a criança respira.

7- Não furtarás da TERRA sua camada de húmus
raspando com máquinas ou provocando o fogo das queimadas,condenando com os anos o solo à infertilidade.

8- Não levantarás falso testemunho,alegando que o lucro e o
"progresso"justificam teus crimes.

9- Não desejarás para teu proveito que as fontes e os rios se envene nem com os despejos industriais .

10-Não cobiçarás objetos e adornos para cuja utilização
e preparação seja necessário destruir a paisagem,
como trofeús de animais e enfeites de flores
e galhos ornamentais.

Movimentos Ecológicos

Movimentos EcológicosNos países desenvolvidos, que se constituem como “sociedade de consumo”, a poluição tende a alcançar graus elevados. A publicidade intensa voltada para os lucros das empresas, convida as pessoas a consumirem cada vez mais. As embalagens de plástico, lata ou papel tornam-se mais importantes que o próprio produto. A moda se altera rapidamente para que novos produtos possam ser fabricados e lançados no mercado. A cada ano que passa as mercadorias são feitas para durarem cada vez menos, para não diminuir nunca o ritmo de crescimento: um automóvel hoje é fabricado para durar no máximo quinze anos; as habitações construídas atualmente têm duração muito menor que as do passado e o mesmo se pode dizer das roupas, além de vários outros produtos. Mas é justamente nesses países desenvolvidos que os movimentos ecológicos, as reivindicações populares por um ambiente melhor estão mais avançados. Isso porque a tradição democrática nessas nações é mais antiga e mais forte. Uma das principais formas de se avançar com a democracia, hoje, consiste em lutar por uma melhor qualidade de vida, o que já vem ocorrendo com as associações de consumidores, que lutam por seus direitos, com as organizações de moradores, que reivindicam certas melhorias em seus bairros ou lutam contra a instalação de alguma indústria poluidora, etc. Além disso, os cidadãos de certos países exigindo - e, em boa parte, conseguindo - a aprovação de leis que combatam a poluição e facilitem os processos judiciais contra empresas que poluem o ambiente. Tudo isso leva os governos desses países desenvolvidos - que, normalmente, têm uma certa preocupação com eleições e votos - a se voltarem para a questão do meio ambiente, com planos de reurbanização de certas cidades, com a intensificação da fiscalização sobre as empresas poluidoras e com alguns tímidos projetos de reflorestamento ou preservação das poucas matas originais que restam.

Glossário de EcologiaGlossário de Ecologia


ABAXIAL – face inferior ou dorsal das folhas.
ACUME – ponta aguda e comprida. .
ACUMINADO(A) – agudo(a), aguçado(a), pontiagudo(a); terminado(a) em, ou provido(a) de acume, folha terminando gradualmente em ponta.
ADAXIAL – face superior ou ventral das folhas.
ADNATO – ligado a alguma coisa de que parece fazer parte, que nasce junto de; fusão de diferentes partes, como labelo e coluna.
AECIAL – estado esporífico dos fungos destinado à multiplicação zigótica.
AGENTE POLINIZADOR = Ave ou inseto que fecunda a flor.
ALBA (OU ALBINA) – Variedade de flor branca, sem pigmentação, podendo ter nuances amarelos na fauce.
AM – “Award of Merit”, prêmio de mérito, segunda maior premiação dada pela American Orchid Society e outras sociedades orquidófilas a plantas com qualidade de flor avaliada entre 79,5 e 89,4 pontos.
ANAMÓRFICO – estado assexuado, conidial ou clonal dos fungos.
ANDROCEU – conjunto dos órgãos masculinos da flor, conjunto dos estames.
ANTERA – porção dilatada, sacular, que se acha no ápice do filete do estame e que encerra os grãos de pólen.
ANTRACNOSE – infecção fúngica caracterizada por manchas de coloração castanha-marrom, arredondadas ou irregulares, sobre as folhas ou pseudobulbos.
AOS – American Orchid Society, sociedade orquidófila dos EUA, com sede na Flórida, com mais de 550 sociedades afiliadas. Edita mensalmente a revista “Orchids”.
APICULADO – provido de apículo, ponta aguda, rija e curta.
AQUINADA – diz-se das Cattleya e Laelia que apresentam as pétalas manchadas, lembrando a Cattleya intermedia var. Aquini.
ASSIMBIÓTICO - Processo de germinação de sementes, criado por Knudson em 1922, em laboratório, em que as sementes são introduzidas dentro de um frasco esterilizado contendo micronutrientes, onde não é necessária a presença do fungo micorirza, para germinar e se desenvolver. Quando bem executado, pode-se obter milhares de plantas com uma única cápsula de sementes.

B

BAINHA – Bráctea protetora que envolve total ou parcialmente, o escapo floral, quando ainda em formação, protegendo-o até que o mesmo esteja em condições de irromper de seu interior. Também conhecida por espata.
BIFOLIADA – que apresenta duas folhas num só pseudobulbo.
BOTÃO – a flor antes de desabrochar; pode ser usado também para a pequena saliência que nos vegetais dá origem a novos ramos, folhas ou flores.
BRÁCTEA – folha geralmente modificada, em cuja axila nasce uma flor ou uma inflorescência.
BULBO - Na realidade, em orquídea o que chamamos de bulbo, chama-se pseudobulbo pois o bulbo na realidade é um órgão que na maioria das plantas, fica abaixo do solo.
BULBO tRASEIRO - um velho pseudobulbo, frequentemente sem folhas, simpodial, que ainda está vivo e pode ser usado para propagação de uma nova planta ecomo reserva de nutrientes para o restante da planta

C

CÁLICE – invólucro exterior da flor periantada, composto por sépalas livres ou concrescidas/fundidas, total ou parcialmente.
CÁPULA – o fruto que contém as sementes das orquídeas, frequentemente com milhares e até mesmo milhões de sementes.
CAULE – parte de uma planta que suporta as folhas e as flores, com forma, organização e dimensões extremamente variáveis.
CBR – “Certificate of Botanical Recognition”, prêmio da AOS dado apenas uma vez a uma orquídea espécie quando é pela primeira vez apresentada em flor.
CCM – “Certificate of Cultural Merit”, prêmio da AOS dado ao cultivador de uma muito bem tratada planta de orquídea.
CHM – “Certificate of Horticultural Merit”, prêmio da AOS dado a uma espécie de interesse acima dos padrões dos cultivadores.
CITES – Sigla de “Convention on International Trade in Endangered Species”, ou Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, acordo internacional que relaciona as espécies de plantas e animais consideradas em perigo de extinção e as regras que controlam ou proíbem seu comércio.
CLAMIDOSPORO – célula especial rica em nutrientes e de paredes espessas produzida por algumas espécies de fungos, destinada a resistir a condições ambientais adversas.
CLEITOGAMIA – polinização que ocorre antes da flor desabrochar.
CLEISTOGÂMICA – flor que se autopoliniza, sem estar aberta inteiramente.
CLONE – Todas as diversas manifestações vegetativas (divisões, propagação meristemática, etc.) de uma única planta de orquídea, cultivada originalmente de uma só semente.
COALESCÊNCIA – junção de várias manchas ou lesões, normalmente fúngicas, formando uma área maior e contínua.
COLO – parte da planta situada entre a haste principal e as raízes, no nível do solo.
COLUNA – nas orquídeas, estrutura constituída pelo concrescimento de filetes e estigmas, órgão sexual, localizado na parte superior do labelo, podendo ou não ser envolvida por este. Órgão que se projeta do centro da flor da orquídea e que é o resultado da fusão dos órgãos, masculino (estame) e feminino (pistilo), é a parte característica para a identificação das orquídeas.
CONIDIAL – estado assexuado, vide anamórfico.
CORIÁCEO – de consistência e aspecto semelhante de couro.
COROA – A parte central da roseta de folhas de uma orquídea monopodial, como Phalaenopsis, da qual novos brotos se elevam.
COROLA – invólucro floral, por dentro do cálice, geralmente a parte mais vistosa das flores, de cores variadas, formada por um ou mais segmentos livres ou concrescidos, as pétalas.
CROMOSSOMO – Corpúsculo em que se divide o núcleo celular no curso da mitose; cada espécie vegetal ou animal possui um número constante de cromossomos, que transmitem os caracteres hereditários de cada ser e constituem unidades definidas na formação do novo ser.
CRUZAMENTO – a progênie que resulta da transferência de pólen de uma planta para a flor de outra; o ato em si.
CULTIVAR – em orquídeas, uma planta específica cultivada de uma única semente; deve ser designada com aspas simples em seu nome. Ex.: Cattleya labiata var. ametistina ‘ Canoinha’.
CULTURA DE TECIDOS – ver Meristemagem.

D

DECÍDUA – diz-se da planta cujas folhas caem em certa época do ano ou após amadurecimento, com novas brotações após um período de repouso.
DESCANSO HIBERNAL – Descanso vegetativo da planta
DIANDRAS – diz-se da planta que apresenta dois estames no androceu da flor.
DIPLÓIDE – planta com duas séries cromossomas, também conhecida como 2N.
DIVISÃO – forma de obter novas plantas pelo corte do rizoma de uma orquídea simpodial (ex. Cattleya) em partes contendo pseudobulbos e rizomas, com gemas vivas, ou corte de uma parte superior do tronco de uma orquídea monopodial (ex. Vanda).
DOG -– Deutsche Orchideen Gesellschaft, Associação Alemã de Orquídeas, que atribui, em ordem de valor, medalhas de ouro (GM), prata (SM) e bronze (BM) às plantas julgadas.
DORMÊNCIA – um período de entorpecimento e repouso durante o qual não ocorre crescimento vegetativo, comumente após um período de crescimento ou a perda de folhas; normalmente requer temperaturas mais baixas e menos água.

E

ECTOPARASITA – parasito que se situa na parte externa do hospedeiro.
ENSIFORME – em forma de espada.
EPÍFITA – diz-se de uma planta que vive sobre outra, mas sem parasitá-la, ou seja, sem retirar dela nutrientes, que lhe são providos pela chuva, pelo ar e detritos disponíveis. Pode viver sobre outros tipos de suporte. Que vive sobre árvores usando-as apenas como hospedeiro
EQUITANTE – diz-se das folhas conduplicadas quando as mais velhas envolvem as mais novas da mesma gema ou do mesmo broto (a palavra vem do latim equitare, cavalgar, montar sobre), como no conhecido Oncidium equitans, agora renominado como Tolumnia, ou na Maxillaria equitans (ex Marsupiaria matogrossensis).
ESCAPO FLORAL – Inflorescência.
ESFAGNO – Musgo de água e que é um ótimo substrato para as plantas novas se desenvolverem pois ele mantém umidade por mais tempo e geralmente não produz fungos.
ESPATA – Bráctea protetora que envolve total ou parcialmente, o escapo floral, quando ainda em formação, protegendo-o até que o mesmo esteja em condições de irromper de seu interior. Também conhecida como bainha. Bráctea que fica na base de uma inflorescência, em geral membranosa, que protege a flor em botão.
ESPÉCIE – Um conjunto de plantas ou outros seres vivos muito semelhantes que parecem ter um ancestral tão próximamente relacionado que suas características definitivamente os separam de qualquer outro grupo; várias espécies formam um gênero. Indivíduo representativo de uma classe, de um gênero, de uma espécie, etc; pode indicar também a espécie que tipifica um gênero.
ESPERMOGONIO – órgão produtor dos gametas sexuais masculinos.
ESPOROS – formação geralmente unicelular e uninuclear, capaz de germinar em condições determinadas, reproduzindo, vegetativa ou assexuadamente, o indivíduo que o formou; propágulo dos fungos.
ESTAME – órgão masculino da flor, onde se encontram a antera e os sacos polínicos, que encerram os grãos de pólen.
ESTIGMA – Cavidade existente na parte inferior da coluna, embaixo da antera, preenchida de uma substância gelatinosa, que recebe as políneas para a fertilização (parte feminina da flor).
ESTÔMATO – estrutura microscópica existente na epiderme das folhas e caules, constituída basicamente de duas células que se afastam e se aproximam, permitindo uma abertura pela qual se efetuam trocas gasosas entre a planta e o meio e absorção de água ou sua exsudação.

F

FAUCE – Extremidade do tubo do labelo. Abertura do tubo da corola, do labelo em orquídeas.
FCC – "First Class Classification", o mais alto prêmio para qualidade de flor dado pela AOS, para plantas avaliadas entre 89,5 e 100 pontos. Este prêmio surgiu na RHS, que o mantém até hoje.
FERRUGEM - infecção causada por determinados fungos, caracterizados por altas taxas de reprodução; no herbário do Instituto Biológico de S.Paulo existem mais de 11.000 espécies de ferrugens coletadas no Brasil.
FILIFORMES – em forma de fios.
FIMBRIADO – em forma de franja, principalmente com relação a segmentos finamente recortados.
FLABELADO – em forma de leque; flabeliforme.
FLÂMEA, FLAMEADA – diz-se da flor que apresenta as pétalas coloridas, da cor de chama, imitando o labelo; é um tipo de pelória.
FLOR – Órgão da planta adaptado à reprodução sexuada em que o pólen proveniente da parte masculina (estame) que é transferido para o ovário da parte feminina (pistilo ou estigma) para que se dê a fecundação e surjam então as sementes.
FLORÍFERA – diz-se de planta que floresce frequentemente.
FOLHA "TERETE" – Folhas 'terete' são folhas cilíndricas e engrossadas, com aparência tipo uma cebolinha, para colocar em termos práticos. São uma adaptação comum ao xerofitismo (adaptação a áreas secas=xericas). Em plantas como Brassavola e Leptotes ainda ha um sulco na folha, equivalente ao sulco central em Cattleyas, Laelias etc... Outras espécies, como por exemplo Papilionanthe teres (ex Vanda teres), muito cultivada no Brasil, são completamente cilíndricas, sem qualquer evidencia de sulco. (Cássio Van Den Berg)
FONTE DE INÓCULO - tecidos ou órgãos de plantas sobre os quais os fungos produzem propágulos de disseminação e dispersão.
FORMA LEPTO - ferrugem que produz teliosporos hialinos os quais germinam sem qualquer período de repouso.
FOTOSÍNTESE – síntese de materiais orgânicos a partir de água e gás carbônico, quando a fonte de energia é a luz, cuja utilização é mediada pela clorofila.
FRASCO – vasilha, normalmente de vidro transparente, usado para germinação de sementes ou micropropagação de meristemas de orquídeas (e outras plantas) em laboratório.
FUSIFORME – com a forma de fusos (bobinas), como alguns pseudobulbos.

G

GARGANTA – a parte mais interna de um labelo tubular de orquídea.
GÊNERO– Subdivisão de uma família que agrupa espécies muito próximas. O nome do gênero vem em primeiro lugar na designação latina de uma planta. Um conjunto de orquídeas ou outros seres classificados juntos porque apresentam características similares e um presumível ancestral comum; há cerca de 900 gêneros naturais de orquídeas e cerca de 600 outros intergenéricos, poucos nativos, a maioria feitos pelo homem.
GINECEU – a parte feminina da flor; conjunto de pistilo, que por sua vez é formado de ovário, estilete e estigma.
GINOSTÊMIO - Órgão central, em forma de coluna, das flores das orquídeas, constituído pela junção do estame e do pistilo.
GREX – termo usado para referir toda a progênie de um específico cruzamento.

H

HABITAT – lugar onde um determinado organismo vive ou habita.
HASTE – parte da planta que sustenta alguma outra.
HASTE FLORAL – Longo ramo desprovido de folhas que parte da base da planta e é guarnecido de flores.
HCC – “Highly Commended Certificate”, Certificado de Altamente Recomendável, o menor dos três prêmios para qualidade de flor dados pela AOS, para plantas avaliadas entre 74,5 e 79,4 pontos.
HERBÁRIO– coleção de espécimes de plantas que passaram por um processo de prensagem e secagem, ordenadas de acordo com um determinado sistema de classificação e disponíveis para referências e outros fins científicos.
HIALINO – destituído de cor, transparente.
HÍBRIDO – A progênie (descendência) resultante da união de duas diferentes espécies (o que seria um híbrido primário), ou de uma espécie e um híbrido, ou de dois híbridos (um híbrido complexo). É o resultado do cruzamento entre espécies, subespécies ou outros híbridos, dando origem a uma nova planta que apresenta a junção das características dos pais que a geraram
HÍBRIDO NATURAL – aquele que ocorre na natureza, sem interferência do homem.
HIFAS – qualquer filamento de um micélio.
HIGRÓFITO – vegetais adaptados à vida em ambientes de elevado grau de umidade.

I

IN SITU – locução latina que significa “no lugar”.
IN VITRO – Cultivo assinbiótico, em meio estéril (sem o fungo micorríza)
INFLORESCÊNCIA – qualquer sistema de ramificacão (racimo, panícula ou escapo) terminado em flores. Cacho ou espiga agrupando flores.
INTERGENÉRICO – Cruzamento entre dois ou mais gêneros, resultando um híbrido intergenérico.

J

JC – “Judges’ Commendation”, recomendação dos juízes, prêmio dado pela AOS para planta especial e/ou para flores muito características.
JOGA – “Japanese Orchid Growers Association”, Associação Japonesa dos Cultivadores de Orquídeas, que reúne orquidófilos do Japão.

K

KEIKI – São plântulas que emergem nas hastes florais ou mesmo na base de determinados gêneros, como Phalaenopsis e Dendrobium, inicialmente com folhas e raízes, que, com determinado tamanho, podem ser retiradas e replantadas, constituindo uma nova planta. A palavra tem origem no Havaí e se pronuncia “quêiqui”.

L

LABELO – É a terceira, a maior e mais colorida pétala de uma flor de orquídea, modificada pela evolução num labelo (com a forma de lábio) quase sempre um atrativo campo de aterrissagem para polinizadores.
LANCEOLADA – Folha larga no meio, atenuando-se para as extremidades, em forma de lança.
LINEAR – Folha estreita com bordas paralelas.
LITÓFITA, LITÓFILA – orquídea ou outra planta que cresce ou se desenvolve sobre rochas; rupreste, rupícola.
LOBO, LÓBULO – recorte pouco profundo e arredondado.
LOBOS LATERAIS – os dois lobos de cada lado do lobo central de um labelo trilobado.

M

MANDAIANA – diz-se da variedade de Laelia purpurata que não apresenta estrias na fauce, normalmente de cores suaves no labelo.
MERICLONE – uma cópia exata de uma orquídea, salvo alterações genéticas, feita em laboratório pela técnica de propagação de tecidos meristemáticos; como um cultivar, deve ter seu nome escrito entre aspas simples.
MERISTEMA - Divisão clonal de uma planta, também chamada micropropagação ou cultura de tecido. Para utilizar este método, necessita-se de um ótimo microscópio esteroscópio para facilitar a propagação do núcleo meristemático da orquídea. A escolha da planta é fundamental para iniciar este método. Tecido que se caracteriza pela ativa divisão de suas células e que produz as novas células necessárias ao crescimento da planta; ex. gemas, pontas de raiz e outros. Pode ser usado como sinônimo de mericlone.
MERISTEMAGEM – técnica de laboratório que consiste em fazer novas plantas mediante propagação de tecidos meristemáticos; micropopagação meristemática, merismática.
MICÉLIO – talos dos fungos, composto de filamentos, ditos hifas, destituídos de clorofila.
MICORRIZA – Fungo que vive em simbiose com vários tipos de plantas, geralmente em suas raízes e que ajuda na conversão de alimento das plantas, existe em grande quantidade na raiz das orquídeas e além da conversão, esteriliza a semente propiciando as condições necessárias a sua germinação e desenvolvimento até chegar a um tamanho em que possa se desenvolver sozinha. Associação íntima de raízes de uma planta com as hifas de determinados fungos, necessária à germinação simbiótica de sementes de orquídeas.
MICROCÍCLICA – ferrugem de ciclo curto que produz somente espermogônios e teleosporos ou apenas teleosporos.
MICROESCLERÓCIO – grupo de células ou de hifas enoveladas, formando um corpúsculo compacto, produzido por certas espécies de fungos, destinado a resistir a condições ambientais adversas.
MITOSE – divisão celular em que o núcleo forma cromossomos e estes se bipartem, produzindo dois núcleos filhos com o mesmo patrimônio original.
MONOFOLIADA – que apresenta apenas uma folha por pseudobulbo.
MONANDRA – diz-se da planta que apresenta um só estame no androceu da flor.
MONOPODIAL – Crescimento da planta somente na direção vertical. Tipo de ramificação em que o eixo principal mantém-se retilíneo e uniforme, gerando ramos menores que ele; ex. Vanda, Phalaenopsis, etc.
MULTIFLORA – que apresenta muitas flores; multifloral.

N

NÉCTAR – Líquido açucarado que as orquídeas e outras plantas segregam em várias partes, denominadas nectários.
NECTÁRIO – estrutura glandular que produz néctar, podendo ser de diversos tipos, localizados na flor (nectários florais) ou fora delas (nectário extraflorais).
NEMATÓIDE – verme cilíndrico que apresenta espécies capazes de parasitar plantas.
NIDOEPÍFITAS = Esse termo foi inventado por Hoehne ao descrever as espécies que desenvolveram uma combinação específica de raízes; a Miltonia cuneata é um ótimo exemplo. Crescem nos topos dos troncos das árvores, depois da bifurcação principal, produzem raízes finas.
NÓ – um ponto de junção ou encaixe, numa inflorescência, caule ou pseudobulbo, de onde podem emergir uma haste floral, folhas ou mesmo raízes; o espaço entre dois nós consecutivos é chamado de entrenó.
NOMENCLATURA – vocabulário de nomes.
NOMENCLATURA BINOMINAL – expressão de dois nomes, em latim ou grego latinizado, método científico de nominar seres existentes, com o primeiro termo (com inicial maiúscula) um substantivo significando o gênero e o segundo um adjetivo (com inicial minúscula) significando a espécie. Deve ser grafado em itálico. Ex.: Homo sapiens, Canis domesticus, Cattleya labiata, Tyrannosaurus rex.

O

OBLONGO – Folha com base e ápice arredondados.
OBTUSO – Folha terminando num vértice arredondado.
ORQUIIDACEA – Provavelmente a família com o maior número de plantas. Algumas epífitas, outras rupícolas e as terrestres, rizomatosas na sua maioria
OVÁRIO – a parte do pistilo que contém óvulos.
OVÓIDES – De forma oval.
ÓVULO – unidades contidas no ovário, a célula ovo que se transforma na semente.

P

PANDURIFORME – que tem formato de viola ou violino. Ex. Coelogyne pandurata.
PANÍCULA – inflorescência do tipo cacho composto, em que os ramos vão crescendo da base para o ápice, assumindo uma forma aproximadamente piramidal.
PATÓGENO – organismo que tem a habilidade de produzir doenças.
PEDICELO – haste que suporta uma flor (e mais tarde um fruto) numa inflorescência; o mesmo que pedúnculo.
PELÓRIA – anomalia vegetal, comum nas orquídeas, em que uma flor zigomorfa (com um só plano de simetria, simetria bilateral) mostra tendência a se tornar actinomorfa (com várias simetrias radiadas, ou seja, que permite sejam traçados vários planos de simetria); ex. típico: Cattleya intermedia var aquini.
PELÓRICO – que apresenta pelória; peloriado.
PÉTALA – segmento que compõe a corola, invólucro floral por dentro do cálice; podem ser livres ou concrescidas e geralmente formam a parte mais vistosa da flor, com cores as mais variadas; em orquídeas, os três segmentos que se posicionam entre as três sépalas, um deles modificado como labelo.
PICNÍDEO – estrutura globosa e microscópica onde são produzidos os esporos de alguns fungos.
PLÂNTULA – pequena planta recém-nascida; uma orquídea nova, que ainda não floriu; seedling.
POLÍNIAS ou POLÍNEAS – Grãos de pólen ou massa de consistência gelatinosa, cerosa ou granulosa (parte masculina da flor). Políneas ou polínias são as massas agrupadas de pólen comuns nos grupos mais avançados de orquídeas. São geralmente associadas a outras estruturas peculiares de orquídeas. Na ponta da coluna você encontra as anteras como uma 'cápsula' branca com pequenas subdivisões 'caixas' dentro das quais se formam as polínias. Ao conjunto de polínias chamamos polinário. Em Cattleya e Laelia ha um pequeno apêndice, amarelo, originado do tecido das polínias, que se chama 'caudículo' e que adere ao inseto polinizador. Em outros grupos tais como Oncidium, Catasetum, Zigopetalum, Stanhopea, Maxillaria, Vanda, Phalaenopsis etc. estas caudículas são quase inaparentes e há uma estrutura diferente, como uma pequena haste alongada, geralmente branca e originada de tecido da Coluna e não da Polínia... Este é chamado estipe. Na sua extremidade oposta as polínias freqüentemente ha um outro tecido aderente, que é chamado viscidio e ajuda a esta estrutura toda (polinário+estipe+viscidio) aderir ao polinizador. Grupos mais primitivos, tais como Sobralias, Epistephium e Cleistes e muitas outras terrestres tem o pólen granuloso ou farináceo e mais ou menos solto, ao invés de agrupados em massas (Cássio Van Den Berg)
PÓLEM – espécie de fina poeira que esvoaça das anteras das plantas floríferas e cuja função é fecundar os óvulos, representando, assim, o elemento masculino da sexualidade vegetal.
POLIPLÓIDE - planta com um número de séries de cromossomas maior que dois e que normalmente apresenta flores com ganho de tamanho e forma.
PROPAGAÇÃO VEGETATIVA – a criação de novas plantas mediante divisão (corte) formação de keikis, ou métodos meristemáticos, mas não por semente.
PROPÁGULO – qualquer estrutura, conjunto de células ou mesmo gemas especiais que servem à propagação ou multiplicação vegetativa de uma planta; organela de reprodução.
PULVEROLENTO – coberto ou cheio de pó; semelhante a pó.
PARASITA – Vegetal que suga a seiva de outro vegetal, o que não acontece com as orquidáceas.
PROTÓTIPO – Original, modelo exemplar mais perfeito.
PSEUDOBULBO – Bulbo ou parte da planta, que armazena água e substâncias nutritivas.

Q

R

RACIMO – inflorescência indefinida na qual as flores são pedunculadas e se inserem no eixo a distância considerável umas das outras; o mesmo que racemo ou cacho.
RAIZ – órgão de fixação do vegetal ao solo ou onde esteja ancorado, por onde retira água e nutrientes, com variáveis morfologias interna e externa; no caso das orquídeas epífitas, as raízes não absorvem nutrientes dos hospedeiros.
RAIZ NUA – método para despachar uma orquídea, retirada do vaso e com as raízes limpas de substrato.
RAÍZES AÉREAS – Que se desenvolvem no ar, emitidas por caules aéreos. Sua funções são freqüentemente, a de segurar a planta a árvores ou a outros suportes e a de absorver unidade do ar.
RENIFORME – com a forma de rim.
RESSUPINADO – órgão ou segmento vegetal que está invertido em relação à posição normal; em orquídeas, aquelas flores cujos labelos estão posicionados para baixo em relação ao eixo da inflorescência.
RESSUPINAR – ato ou efeito de tornar ressupinado; no caso da grande maioria das orquídeas, o labelo está voltado para cima dentro do botão da flor.
RESSUPINAÇÃO – Movimento que a flor faz, de até 180º, antes de abrir-se, colocando o labelo em posição horizontal.
RHS – “Royal Horticultural Society”, a Real Sociedade Horticultural, que reúne orquidófilos e cultivadores de outras plantas no Reino Unido, fundada em .... e que mantém hoje o registro de híbridos de orquídeas, talvez a única família botânica com a grande maioria de seus híbridos registrados.
RIZOMA – Caule carnudo da planta que une os pseudobulbos. Pode estar no subsolo ou na superfície do solo nas espécies terrestres, ou ainda nas epífitas que ficam na superfície da casca da árvore. Caule que se desenvolve horizontalmente, sobre o solo ou substrato, de onde emergem os pseudobulbos das orquídeas simpodiais.
ROSTELO - parte estéril do estigma das orquídeas que se projeta em ponta.
RUPESTRE - orquídea ou outra planta que nasce ou se desenvolve sobre rochas; litófila, rupícola.
RUPÍCULA – orquídea ou outra planta que nasce ou se desenvolve sobre rochas; litófila, rupestre; ex. Laelia rupícolas. Planta que vegeta sobre as pedras. Veja também sobre LITÓFITAS

S

SAPRÓFITA – Planta que retira o alimento de organismos mortos. São raríssimas. A primeira orquídea foi coleta em 1928 na Austrália, trata-se da Rhizanthella gardneri.
SAPRÓFITO – organismo que vive da matéria orgânica morta.
SEEDLING – Planta nova. Período que varia do nascimento da semente, até à 1ª floração. Plântula, uma orquídea nova ainda não florida.
SELF – orquídea obtida pela fertilização da mesma flor, aplicando-se o seu pólen sobre o próprio estigma.
SEMI-ALBA – variedade de orquídea com pétalas e sépalas brancas e labelo colorido.
SÉPALA – segmentos que compõem o invólucro exterior (cálice) da flor periantada, podendo ser livres (cálice dialissépalo), como em Cattleya, ou fundidos total ou parcialmente em uma só peça (cálice gamossépalo), como em Paphiopedilum, Masdevalia e outras.
SÉPALA DORSAL – aquela que se posiciona na parte superior da orquídea.
SÉPALA LATERAL - aquelas duas que se apresentam nos lados, apontando para baixo, formando um triângulo com a sépala dorsal, na maioria das orquídeas.
SEPTO – parede que separa os segmentos das hifas ou de esporos dos fungos.
SIBLING – orquídea resultante de um cruzamento selecionado de plantas da mesma sementeira.
SIMBIOSE – Processo de propagação das plantas, na natureza, em que o embrião das sementes, é atacado pelo fungo micoriza, que vive em simbiose nas raízes. Esse fungo transforma a água, o ar e os detritos que são depositados nas raízes, em elementos nutritivos para que as sementes germinem.
SIMBIÓTICO – Processo de propagação das plantas na natureza em que o embrião das sementes é atacado pelo fungo micorriza.
SIMPETALIA – fenômeno de concrescimento de pétalas em maior ou menor extensão.
SIMPODIAL – Crescimento da planta em dois sentidos(horizontal e vertical). Tipo de ramificação lateral em que o eixo não prevalece, sendo substituído por outro ramo, que, posteriormente, será substituído por outro, horizontalmente, de forma mais irregular que na ramificação monopodial; no caso das orquídeas, o tipo de crescimento dos rizomas que, após crescimento de um pseudobulbo e sua floração, abrem uma gema na base do pseudobulbo e iniciam novo crescimento, sempre seguindo horizontamente, em frente ou irregularmente.
SINSEPALIA – fenômeno de concrescimento de sépalas em maior ou menor extensão.
SISTÊMICO – assim são chamados os inseticidas, fungicidas e outros pesticidas que, quando aplicados, são absorvidos pelas folhas e vegetações, atuando de dentro da planta.
SPHAGNUM – Musgo d'água (ótimo substrato, por manter a umidade por mais tempo) e não proliferar fungos
SUBSTRATO – Material onde se plantam as orquídeas o meio, o material ou mistura de materiais usado para se plantar uma orquídea, envolvendo suas raízes e onde essas podem se desenvolver adequadamente; no Brasil, são mais comuns o xaxim em fibra (raízes de samambaia), esfagno (musgo), coxim (fibras de coco), cascas de pinhos e outras madeiras, piaçava ou piaçaba (fibras de folhas de determinadas palmeiras) pedaços de carvão, cascalho fino, etc. Para orquídeas terrestres e rupícolas há outros substratos, que incluem terra, areia, compostos orgânicos etc.

T

TELEOSPORO – tipo de propágulo (esporo) dos ficomicetos que possui a capacidade de se movimentar na água.
TERETE – Folhas 'terete' são folhas cilíndricas e engrossadas, com aparência tipo uma cebolinha, para colocar em termos práticos. São uma adaptação comum ao xerofitismo (adaptação a áreas secas=xericas). Em plantas como Brassavola e Leptotes ainda ha um sulco na folha, equivalente ao sulco central em Cattleyas, Laelias etc... Outras espécies, como por exemplo Papilionanthe teres (ex Vanda teres), muito cultivada no Brasil, são completamente cilíndricas, sem qualquer evidencia de sulco. Que tem forma cilíndrica, redonda; teretiforme.
TERETICAULE – que tem caule cilíndrico. Ex. Vanda teres, hoje reclassificada como Papilionanthe teres.
TERETIFOLIADO – que tem folhas de seção circular.
TERRESTRE – Plantas que vegetam na terra, em orquídeas, aquelas que vivem no solo ou no pouco substrato, normalmente detritos vegetais, sobre o solo.
TETRAPLÓIDE – planta com quatro séries de cromossomas, também conhecida como 4N e que normalmente apresenta flores com ganho de tamanho e forma.
TRIPLÓIDE – planta com três séries de cromossomas, também conhecida como 3N e que dificilmente pode ser cruzada.
TÚNICA – Invólucro exterior livre, membranoso ou fibroso, que envolve vários tipos de bulbo

U

UNGUICULADO – De forma semelhante à unha.
UNIFOLIADA – que apresenta apenas uma folha por ramo ou, em orquídeas, no pseudobulbo.
UREDINIOSPORO – esporo clonal ou assexual das ferrugens. .

V

VARIEDADE – uma subdivisão de uma espécie que agrupa plantas com uma forma diferenciada que se transmite à progênie.
VASO COLETIVO – Muitas plântulas, ou “seedlings”, plantadas junto num único vaso, antes de atingir um tamanho que permita serem replantadas individualmente.
VELA, LUMEM OU LUX – unidades de medida de intensidade luminosa.
VELAME – células de paredes espessadas e cheias de ar, absorventes, que envolvem as raízes das orquídeas epífitas e que têm um papel protetor e também de reservatório de água; velâmen.
VISCOSO – que tem visco, que é pegajoso, grudento; o mesmo que visguento e víscido.
VIRASOLE – Produto utilizado para eliminar vírus em orquidáceas, segundo Malavolta (Instituto Botânico do Estado de São Paulo)

W

X

XAXIM – tronco de determinadas samambaias arborescentes, cuja massa fibrosa é utilizada como substrato para cultura de orquídeas e outras plantas.
XERÓFITO – vegetais adaptados, morfológica ou fisiologicamente, à vida em ambientes secos.

www.megatimes.com.br
Postagem Anterior Próxima Postagem