PÁSSAROS E AVES DA FAMÍLIA FALCONIDAE

FALCÃO-PEREGRINO, QUIRIQUIRI, CARCARÁ E CARCARÁ-DE-GUADALUPE (AVES FALCONIDAE) Falcão-Peregrino, Quiriquiri, Carcará e Carcará-de-Guadalupe (Aves Falconidae)

Carcará-de-guadalupe (Polyborus lutosus)

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Falconidae
Gênero: Polyborus
Espécie: P. lutosus
Nome binomial: Polyborus lutosus
Ridgway, 1876

A caracara-de-guadalupe ou carcará-de-guadalupe (Polyborus lutosus) é uma ave de rapina diurna extinta, nativa da ilha de Guadalupe (ao largo da Baixa Califórnia). A espécie foi descrita pela primeira vez em 1876 e extinguiu-se por volta de 1900.

A caracara-de-guadalupe tinha cerca de 60 centímetros de comprimento. A plumagem era castanha escura no topo da cabeça, parte inferior da asa, penas primárias e cauda, sendo o resto do corpo axadrezado de castanho e branco. As patas e a zona da face eram amareladas.

Pouco se sabe a respeito dos hábitos desta ave de rapina, diabolizada pelos colonos de Guadalupe que a viam como ameaça aos rebanhos de ovelhas que pretendiam criar. A caracara tinha hábitos alimentares variados que incluíam crustáceos, roedores, mas também minhocas e insetos e provavelmente cadáveres. Os ninhos eram construídos de forma pouco organizada, no topo de penhascos e zonas de difícil acesso. As posturas eram feitas em Abril e continham cerca de três ovos.
Sua descrição científica foi feita em 1876, quando da chegada de colonos à ilha de Guadalupe. Foram perseguidas pelos colonos sendo mortas às centenas, pois atacavam os filhotes de ovelhas que foram introduzidos na ilha. Para piorar mais a situação destas aves, elas não temiam o homem, facilitando a caça das mesmas. Em 1885 já eram aves muito raras na pequena ilha de Guadalupe de cerca de 30 km de comprimento. Em fins do século XIX a ilha de Guadalupe foi abandonada pelos colonos, o que poderia significar uma recuperação da espécie. No entanto, o ornitólogo Rollo Beck, ao visitar a ilha em busca destas aves, deparou-se com um bando de 11 espécimes que julgou ser de uma outra espécie. Abateu 9 delas para estudo. Acabou por levá-las a extinção, pois eram todas Carcarás-de-Guadalupe.
O declínio das caracaras-de-guadalupe começou imediatamente após a sua descrição científica, contemporânea da colonização da ilha. Estas aves foram caçadas em grandes números pelos pastores que relatavam sobre sua “crueldade” para com os cordeiros nascidos na ilha. As carcarás desconheciam o Homem e não tinham medo, o que facilitou o seu extermínio. Uma vez que Guadalupe tem apenas cerca de 30 km de comprimento. Em 1885 as carcarás eram muito raras na ilha. No fim do século XIX, Guadalupe foi abandonada pelos colonos o que parecia antecipar a recuperação da espécie. No entanto, um mal entendido selou o destino da espécie. Em 1900, o ornitólogo Rollo Beck visitou a ilha em busca destes animais e viu um bando de onze elementos voando sobre a ilha. Julgando que eram comuns, Beck matou nove exemplares para estudo. Estas foram as últimas carcarás a serem vistas na ilha.

A caracara-de-guadalupe é um parente próximo da caracara comum (Polyborus plancus), existente no México.

Falcão-Peregrino (Falco peregrinus)

Características: O Falcão-Peregrino (Falco peregrinus) é uma ave de rapina que atinge até 50 centímetros de altura e 1,20 metro de envergadura, sendo que a fêmea é maior que o macho. Trata-se do maior dos falcões encontrados no Brasil, onde surge como ave de arribação vinda da América do Norte. A parte superior é cinza-azulada, e a inferior, branca barrada de preto. As asas são longas e pontiagudas. Os falcões em geral são considerados os voadores mais elegantes que se conhece. O peregrino, especialmente, é o mais rápido dos pássaros, podendo atingir 180 quilômetros por hora. Há quem diga que, quando mergulha para capturar a caça, chega a 300 quilômetros por hora. Tem uma visão apuradíssima, avistando sua presa a 1 quilômetro e meio de distância.

Habitat: extremamente variável, reproduzindo-se em regiões tropicais, zonas frias, desertos etc.

Ocorrência: é extremamente cosmopolita, sendo encontrado em todos os continentes, exceto na Antártida.

Hábitos: com voo elegante e muito rápido, ele migra todos os anos do Hemisfério Norte para regiões mais quentes e é visitante habitual das cidades brasileiras. Aqueles que vivem em zonas temperadas do Hemisfério Norte e no Ártico migram para o Sul nas épocas frias. As subespécies europeias e asiáticas deslocam-se para a África, Sul da Ásia e Indonésia. As norte-americanas vêm para a América do Sul. Os falcões peregrinos nativos de latitudes médias e do Hemisfério Sul são sedentários. Os migratórios costumam escolher sempre os mesmos lugares para passar a temporada de inverno.

Alimentação: comem principalmente aves em voo e morcegos. Na cidade, o prato predileto são os pombos. Usa as poderosas garras para aprisionar as vítimas.

Reprodução: são aves solitárias que se encontram somente para o acasalamento. Os ovos eclodem em cerca de um mês e os filhotes passam dois meses dependentes da mãe, antes de partirem para o mundo. Aos 2 anos, tornam-se maduros sexualmente.

Ameaças: pode ser domesticado e usado para caça, como já o faziam os imperadores persas e árabes na Antiguidade. Ainda hoje, a prática é tida como um esporte caro na Europa. O animal é levado ao campo com um capuz, que é retirado no momento de voar em busca da presa. No Egito antigo, Horus, o Deus do céu, era representado por um falcão, muito provavelmente o peregrino. Acreditava-se que os olhos de Horus tinham o poder de dar saúde, o que fazia dele um popular amuleto. Está extinto em algumas regiões do planeta. A caça e a contaminação por agrotóxicos são as principais ameaças. Carnívoro e ocupando o topo da cadeia alimentar, o falcão não é contaminado diretamente pelos pesticidas. Ele se alimenta de aves que se alimentaram de insetos contaminados. Acaba também envenenado. A consequência é o enfraquecimento da calcificação dos ovos fazendo com que estes se quebrem facilmente no ninho durante a incubação. Com a proibição do uso do DDT em 1972 nos Estados Unidos, a população dos falcões e de outras aves voltou a aumentar. O trabalho das organizações de proteção aos animais silvestres também trouxe grande contribuição para a não extinção da espécie.

Quiriquiri (Falco sparverius)

Características: A ave Quiriquiri (Falco sparverius) mede 25 cm de comprimento. É um dos menores falcões. Inconfundível pelo desenho característico e estranho que ostenta na cabeça, duas faixas verticais laterais e duas nódoas negras na nuca, lembrando olhos. O macho possui cauda e costas uniformes ferrugíneas, retrizes com larga faixa negra anteapical e ponta branca, asas cinzentas. A fêmea com asas ferrugíneas como as costas, manchadas de negro e de cauda com inumerosas listras negras.

Habitat: regiões campestres e quase desérticas. Contenta-se com um mínimo de vegetação.

Ocorrência: do norte do Alasca à Terra do Fogo, em todo Brasil.

Hábitos: empoleira em postes e fios telefônicos, sacudindo a cauda. Voando pode lembrar uma grande andorinha.

Alimentação: lagartixas e grandes insetos como gafanhotos. Às vezes também apanha camundongos e pequenas cobras. No crepúsculo tenta capturar morcegos, o que nem sempre consegue, embora possa especializar-se nisto.

Reprodução: nidifica em ocos de árvores, cavidades feitas por pica-paus, buracos em barrancos e até em cupinzeiros. A fêmea põe de 2 a 3 ovos que choca durante 30 dias. Os gaviões filhotes já apresentam dimorfismo sexual na época em que vão abandonar o ninho, de 35 a 40 dias.

Ameaças: a espécie declina, ameaçada pela ingestão de aves intoxicadas por agrotóxicos. Infere-se que a baixa do potencial reprodutivo seja em função da grande utilização de biocidas organoclorados em culturas agrícolas. O inseticida concentra-se nos tecidos e provoca o enfraquecimento da calcificação dos ovos, que se quebram no ninho. Continuando nesse ritmo, a espécie poderá extinguir-se em futuro não muito distante. Há poucas aves esteticamente tão valiosas como os rapineiros, sobretudo os falcões. Deixemos que abatam algumas pombas cujo número lhes é mil vezes superior e sempre é importante ter em mente, que os rapineiros caçam apenas para se alimentar.

Carcará (Polyborus plancus) Carcará (Polyborus plancus)

Características: é um falcão de pernas e pescoço compridos. De cor parda, ele apresenta manchas brancas na garganta, peito e cauda, e possui uma crista negra no alto da cabeça. Mede de 50 a 60 cm de comprimento, possuindo manchas mais claras nas pontas das asas. Cara vermelha.

Habitat: regiões abertas, próximas de residências, estradas e áreas cultivadas, principalmente em terrenos arados recentemente.

Ocorrência: desde o extremo sul dos Estados Unidos, México até a América do Sul.

Hábitos: ele tem pernas fortes e passa a maior parte do tempo no solo. Freqüentemente é visto pousando no meio das estradas e nas cercas.

Alimentação: a invenção do automóvel trouxe grande benefício para o carcará. Este grande pássaro consegue bom suprimento de alimento dos restos de animais atropelados nas rodovias. O carcará é um limpa-estradas. Come tudo o que acha, desde as carcaças de cadáveres comidos pelos corvos, até insetos e lesmas. Seu sistema digestivo é poderoso e o que não consegue digerir é regurgitado sob a forma de pelotas.




Fonte: www.megatimes.com.br
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