MICO ESTRELA (Callithrix jacchus)

Características: sagüi com até 30 cm, mais de 35 cm de cauda não prensil e até 240 g de peso. Lembram os esquilos pelo seu comportamento e na forma do corpo. Cabeça mais longa que larga, unhas longas com a forma de garras (exceto a do polegar). Possui topetes brancos grandes em torno da orelha, um ponto branco na testa e o descanso do corpo é cinza. A parte traseira e a cauda são cinza pálido e escuro unido. Possui os dentes incisivos inferiores adaptados para roer troncos de árvores gumíferas e ao todo 32 dentes, sendo oito incisivos, quatro caninos, doze pré-molares e oito molares. O polegar não se opõe completamente, mas o hálux sim. Podem viver por 20 anos. São muito utilizados em pesquisas biomédicas.

Habitat: cerrado, caatinga e mata atlântica.

Ocorrência: nordeste do Brasil, sendo também, introduzido nas matas do Sudeste brasileiro, onde está se tornando praga dominando espécies nativas.

Hábitos: tem marcada índole social. A organização do grupo obedece a uma ordem hierárquica muito bem definida; tal ordem nem sempre é imediatamente perceptível, pois as relações entre indivíduos dominantes e subalternos é em geral, bastante amigável. Além disso, na maior parte das atividades, os indivíduos gozam dos mesmos direitos, independentemente da posição na cadeia hierárquica. As diferenças se mostram claramente, porém no comportamento sexual; na cabeça do grupo situam-se usualmente um macho e uma fêmea adultos; muitas vezes, quando um ou outra acasalam com indivíduos de posto inferior, seu "companheiro de chefia" contraria numa verdadeira cena de ciúme. 0 resultado é a luta com o rival, sempre do mesmo sexo. F ormam grupos de 7 a 15 indivíduos em uma área de 5 ha. São monogâmicos e gostam de mostrar a genitália para demarca o seu território. E m cada grupo só a fêmea principal tem filhotes. A fêmea fica então livre para buscar sua comida preferida, goma de árvore, que ela consegue furando a casca com os dentinhos muito longos. Cada buraco de goma tem dono e a fêmea o marca com "xixi", que tem o seu cheiro, para ninguém tentar comer a goma, que demora algum tempo para se formar, pois depende da evaporação da água da seiva. Raramente adotam a postura bípede. Apóiam-se sempre nas quatro patas, ou deitam-se nos galhos, com a cauda pendente. Raramente saltam de uma árvore para outra que esteja a distância, mas, como geralmente as copas se tocam, atravessam com agilidade as pontes formadas pelos ramos. Abrigam-se nos ocos dos troncos, mas não constroem ninhos. Vivem em grupos pequenos (também podem ser vistos sozinhos ou em pares). Às vezes formam bandos que, nas regiões pouco freqüentadas pelo homem, podem reunir trinta ou quarenta indivíduos. Dormem umas doze a quatorze horas por dia. Gostam de brincar de briga e de esconde-esconde. Um sagui demonstra sua superioridade em relação a outro virando-lhe o traseiro. Isso difere curiosamente do habito de alguns macacos africanos, entre os quais este gesto indica submissão. Possuem domínios definidos e os bandos instalam-se nas proximidades das fruteiras, na mata, repetindo os mesmos percursos todos os dias. Utilizam as mesmas árvores e os mesmos galhos durante os deslocamentos.

Alimentação: insetos, goma de árvores e frutas. Algumas semanas antes de dar à luz, as fêmeas ficam menos ativas.

Reprodução: gestação dura em torno de 140 a 150 dias, gerando de 1 a 3 crias. O chefe da família tem a obrigação de cuidar dos filhos. Pequenininho, o sagüi se agarra no peito do pai e só volta para junto da mãe na hora de mamar. Na hora de atravessar os galhos e correr pelas árvores, é o pai que carrega os filhotes. Com 30 dias de vida, os filhotes começam a comer um pequenos insetos e ovos. Normalmente os filhotes mamam até os 6 meses. Com a idade de 15 a 18 meses já são capazes de se reproduzirem.

Predadores naturais: gaviões, gatos do mato, corujas e iraras.

Ameaças: caça indiscriminada e tráfico de animais silvestres.

Fonte: Vivaterra

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