Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia)


Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia)

Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia)

Características: O Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia) é um primata de pelagem de cor dourada com a pele mais escura na face dos adultos e mais claro nos jovens. A pelagem do pescoço possui uma espécie de juba dourada, de onde provém seu nome vulgar. Comprimento da cabeça e corpo de 20 a 33cm, cauda de 31 a 40 cm. O adulto pesa entre 360 a 710 g. Podem viver aproximadamente 15 anos.

Habitat: Floresta Atlântica. Vive em florestas tropicais primárias, mas se adapta bem às secundárias. Ocupa um extrato de 3 a 10 m de altura nas árvores, de preferência onde ocorrem as epífitas, pois aí encontra com mais frequência alimentação.

Ocorrência: estado do Rio de Janeiro, Brasil. Espécie endêmica da Mata Atlântica costeira do estado do Rio de Janeiro. Originalmente a espécie se distribuía pelas planícies florestadas das porções sul e central do estado. Atualmente encontra-se restrita aos municípios de Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Araruama, São Pedro da Aldeia e possivelmente nas manchas das florestas de Rio Bonito e Saquarema. A maior população pode ser encontrada na Reserva Biológica de Poço das Antas/RJ (5.200 ha) com cerca de 375 indivíduos. Algumas fazendas localizadas próximas, que aderiram ao Projeto, também possuem grupos.

Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia)Hábitos: hábitos diurnos. Animal monogâmico, uma vez formado o casal, mantém-se fiel. Para dormir utilizam ocos de árvores ou densos emaranhados de vegetação no alto das mesmas, aconchegando-se uns sobre os outros. Formam grupos de 3 a 11 indíviduos sendo o tamanho médio aproximado de 7 indivíduos. Se deslocam até aproximadamente 1,5 km por dia. Podem emitir 18 tipo diferentes de vocalizações específicas para cada situação.

Alimentação: frugívoro e insetívoro (insetos, aranhas, lesmas, pererecas e afins, pequenos lagartos, néctar, exsudados e frutos maduros e verdes de mais de 38 espécies vegetais, constituindo os frutos cerca de 78% da dieta). A micro-manipulação tem importante papel na obtenção de alimento.

Reprodução: gestação de 125 a 132 dias, 1 vez por ano em geral de setembro a fevereiro. São em geral monógamos com uma fêmea e um macho dominantes. Geralmente nascem gêmeos.

Ameaças: está ameaçado de extinção principalmente por causa dos desmatamentos clandestinos na área de sua distribuição. Hoje é encontrado, apenas, na Reserva Biológica de Poco das Antas e arredores, no município de Silva Jardim, RJ. A espécie, segundo alguns autores, atingiu a quantidade de menos de 200 indivíduos soltos na REBIO de Poço das Antas na década de 80. Tal situação se estabeleceu, em função da destruição do habitat natural para produção de carvão, implantação de pastagens e áreas agrícolas e da caça desse animal silvestre para tráfico, ao longo dos anos. Para salvar a espécie da extinção em 1972 foram iniciados os encontros de pesquisadores. A.F. Coimbra Filho e A. Magnanini foram os primeiros a perceber a situação crítica do mico-leão-dourado. Graças a seus esforços foi criada a Reserva Biológica de Poço das Antas em 1974. Em 1981 formado um Comitê Internacional de Manejo. Em 1983 foi criado o Projeto Mico-Leão-Dourado pelo National Zoological Park da Smithsoniam Institution/World Wildlife Fund e o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro com os seguintes objetivos: estudar o comportamento, genética, fisiologia e manejo da espécie em cativeiro e na natureza, treinar o pessoal para o levantamento e acompanhamento, educar ambientalmente as comunidades locais, recuperar áreas degradas, proteger as áreas com florestas e reintroduzir animais reproduzidos em cativeiro. De lá para cá espécimes reproduzidos em cativeiro em mais de 150 instituições, foram sendo reintroduzidos em florestas preservadas e fiscalizadas. Em 1992 foi criada a Associação Mico-Leão-Dourado com o objetivo de desenvolver e implementar estratégias para a conservação da espécie e do seu habitat natural. O total de micos reintroduzidos passa de 200 indivíduos e o Projeto Mico-leão dourado já conta com mais de 1.000 espécimes na natureza. O maior problema hoje não é mais a reprodução em cativeiro, mas habitats adequados disponíveis para a reintrodução. Segundo o Sistema de Informação Geográfica 43 % da superfície total da Reserva são constituídas de áreas degradadas. Em pelo menos 28% da área dá reserva é necessário que seja feito um trabalho de reflorestamento e de implantação de um cinturão verde. Por estarem localizados em fragmentos florestais remanescentes isolados é necessário realizar um trabalho de translocação e acasalamento, para se evitar a consaguinidade nos grupos já estabelecidos. O objetivo é conseguir atingir o número de 2.000 indivíduos soltos em áreas de florestas que totalizem 23.000 hectares, até o ano 2025. Mas para isso é necessário a ampliação das áreas protegidas, o que só se fará com a participação voluntária dos fazendeiros da região, que já foram responsáveis pelo aumento em mais de 50% da área disponível para o Programa. O ecoturismo pode ser uma saída para geração de renda para esses fazendeiros de maneira a tornar a participação um negócio interessante. Paralelamente é desenvolvido um trabalho de Educação Ambiental com as escolas locais que entre outras atividades contam com a projeção de vídeos, apresentação de palestras e visita ao Centro Educativo da REBIO, que possui uma trilha interpretativa. Também são oferecidos Cursos de Educação Ambiental para professores que são estimulados a desenvolver projetos na região e realizadas exposições. Dois grandes perigos ainda são o fogo, causado intencionalmente, por balões ou guimbas de cigarros lançadas das estradas que passam próximas e o desmatamento. Atualmente grande parte da área de distribuição coberta por fragmentos florestais remanescentes está sendo destruída para dar lugar à construção de condomínios para veraneio.

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