Amazônia | Floresta Amazônica e Sua Biodiversidade Ecocultural
A Floresta Amazônica é a floresta equatorial que forma a maior parte da Amazônia. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hileia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.
A maioria de seus sete milhões de km² é constituída por floresta que nunca é alagada, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica entre 1,8 milhão e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito, o que originaria os três tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas formam a Amazônia brasileira:
• Florestas montanhosas Andinas;
• Florestas de terra firme;
• Florestas fluviais alagadas;
No Pleistoceno o clima da Amazônia variou entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18 ou 12 mil anos, o clima da Amazônia era semi-árido, e o máximo de umidade ocorreu há sete mil anos. Na fase semi-árida predominaram as formações vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado sobrevivem em refúgios dentro da mata.
O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Apesar disso, a flora e fauna mantêm-se, em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos é ótimo, havendo mínimo de perdas. Um exemplo claro disso está na distribuição acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que escorrem a partir da floresta, com as chuvas. Também forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, que rapidamente são convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação.
Abaixo de uma camada inferior, a um metro, o solo passa a ser arenoso e com poucos nutrientes. Por isso e por conta da disponibilidade quase ilimitada de água, as raízes das árvores são curtas, e o processo de sustentação é feito também com base na escora das árvores umas nas outras.
A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas, faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam dessa vegetação rasteira. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de grande porte, como nas savanas. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.
A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (40 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX. A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida.
Os grandes rios separam as espécies de mamíferos e aves. As matas alagadas estão localizadas nas proximidades dos rios, e têm características diferentes da mata de terra firme. O Clima na floresta Amazônica é equatorial, pois fica bem perto da linha do equador e ela é contínua com a Mata Atlântica. Hoje em dia a Amazônia vem sendo devastada para a plantação de soja e dar lugar a pastos.
Mudanças Climáticas na Amazônia
Caso o avanço da fronteira agrícola e da indústria madeireira seja mantido nos níveis de dezembro de 2014, a cobertura florestal na Amazônia brasileira poderá diminuir dos atuais 5,3 milhões de km2 (85% da área original) para 3,2 milhões de km2 em 2050 (53% da cobertura original). Ao mesmo tempo, segundo estudo do Ministério do Meio Ambiente sobre os efeitos da mudança climática na biodiversidade brasileira, o aquecimento global vai aumentar as temperaturas na região amazônica e pode deixar o clima mais seco, provocando a savanização da floresta. O aumento da temperatura pode chegar a até 8°C no cenário mais pessimista; os níveis dos rios podem ter quedas importantes e a secura do ar pode aumentar os incêndios florestais.
Além disso, a habilidade da Amazônia em regular a chuva e resistir à mudança climática pode entrar em colapso, se levada em conta a associação de fatores como o desmatamento da floresta e as crescentes taxas de emissão de gás carbônico na atmosfera (com o consequente aumento do efeito estufa e da temperatura do Planeta). A drástica alteração do regime de chuvas na Amazônia proporcionada por altas temperaturas e pelo desmatamento pode extinguir a floresta em poucos anos.
Além disso, a habilidade da Amazônia em regular a chuva e resistir à mudança climática pode entrar em colapso, se levada em conta a associação de fatores como o desmatamento da floresta e as crescentes taxas de emissão de gás carbônico na atmosfera (com o consequente aumento do efeito estufa e da temperatura do Planeta). A drástica alteração do regime de chuvas na Amazônia proporcionada por altas temperaturas e pelo desmatamento pode extinguir a floresta em poucos anos.
Amazônia e Sua Biodiversidade Ecocultural
Bacia Amazônica – Desde sua nascente, na Cordilheira dos Andes, no Peru, até a foz, o Amazonas tem uma extensão de 6.400 quilômetros, superando o rio Nilo, segundo as últimas pesquisas. É também o maior rio do Planeta em vazão, com volume variando de 120 milhões a 200 milhões de litros de água por segundo, e também em termos de área de drenagem, com cerca de 7 milhões de km2, ou seja, 40% do continente sul-americano. Essa vazão de água doce corresponde a 20% de todos rios do Planeta somados. Estima-se que por dia ele lance no Oceano Atlântico 1,3 milhões de toneladas de sedimentos.
Bioma Amazônia – Corresponde ao conjunto de ecossistemas que formam a Bacia Amazônica. Está presente em nove países da América do Sul. Além das florestas tropicais, sua paisagem também é composta por mangues, cerrados, várzeas, entre outros. no Brasil, o núcleo central dessa paisagem, a hileia amazônica, com grande concentração de árvores de grande porte, com até 50 metros de altura, tendo o rio Amazonas como eixo que domina 300 quilômetros para cada lado do seu curso, ocupa 3,5 milhões de km2.
Amazônia Clássica – É uma divisão política e geográfica, que inclui os seis estados num conjunto também conhecido como região norte: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá. São aquelas unidades com predominância da floresta tipo hileia.
Amazônia Legal – É uma criação administrativa do governo federal, de 1996, que juntou os estados da Amazônia Clássica aos que se situavam em suas bordas (Maranhão, Tocantins e Mato Grosso), tendo com ela certa identidade física, humana e histórica, seja no Meio-norte (pelo lado do nordeste), como no Planalto Central (pelo Centro-Oeste). Essa região poderia receber recursos dos incentivos fiscais, um fundo formado pela renúncia da União à cobrança de impostos de empreendedores dispostos a investir nessa fronteira ainda pouco conhecida e ocupada. Ao invés de nela aplicarem capitais próprios novos, esses investidores podiam se habilitar a receber dinheiro que, sem os incentivos, teriam que ser recolhidos ao tesouro nacional na forma de imposto de renda. Esse fundo foi administrado por duas agências federais, primeiro a SPVEA (entre 1953 e 1966) e, em seguida, pela Sudam, que foi extinta em 2000 sob acusações de corrupção. Sua recriação foi prometida, mas até hoje não foi efetivada.
Amazonas – Maior estado em extensão do Brasil, com 1,5 milhão de km2 (20% do País). Como sua atividade econômica principal, surgida em função da Zona Franca, se concentra em Manaus (sede de 95% do Produto Interno Bruto), metade de sua população afluiu para a capital, atualmente a maior cidade da Amazônia. Por isso é o Estado proporcionalmente menos alterado da Amazônia. Pelo mesmo motivo, sua fraca densidade demográfica é motivo de preocupação para as autoridades que veem a região pelo prisma geopolítico da segurança nacional. Inquietam-se com as extensas fronteiras sem a presença de brasileiros.
Amazonense – Quem nasce no Estado do Amazonas.
Bioma Amazônia – Corresponde ao conjunto de ecossistemas que formam a Bacia Amazônica. Está presente em nove países da América do Sul. Além das florestas tropicais, sua paisagem também é composta por mangues, cerrados, várzeas, entre outros. no Brasil, o núcleo central dessa paisagem, a hileia amazônica, com grande concentração de árvores de grande porte, com até 50 metros de altura, tendo o rio Amazonas como eixo que domina 300 quilômetros para cada lado do seu curso, ocupa 3,5 milhões de km2.
Amazônia Clássica – É uma divisão política e geográfica, que inclui os seis estados num conjunto também conhecido como região norte: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá. São aquelas unidades com predominância da floresta tipo hileia.
Amazônia Legal – É uma criação administrativa do governo federal, de 1996, que juntou os estados da Amazônia Clássica aos que se situavam em suas bordas (Maranhão, Tocantins e Mato Grosso), tendo com ela certa identidade física, humana e histórica, seja no Meio-norte (pelo lado do nordeste), como no Planalto Central (pelo Centro-Oeste). Essa região poderia receber recursos dos incentivos fiscais, um fundo formado pela renúncia da União à cobrança de impostos de empreendedores dispostos a investir nessa fronteira ainda pouco conhecida e ocupada. Ao invés de nela aplicarem capitais próprios novos, esses investidores podiam se habilitar a receber dinheiro que, sem os incentivos, teriam que ser recolhidos ao tesouro nacional na forma de imposto de renda. Esse fundo foi administrado por duas agências federais, primeiro a SPVEA (entre 1953 e 1966) e, em seguida, pela Sudam, que foi extinta em 2000 sob acusações de corrupção. Sua recriação foi prometida, mas até hoje não foi efetivada.
Amazonas – Maior estado em extensão do Brasil, com 1,5 milhão de km2 (20% do País). Como sua atividade econômica principal, surgida em função da Zona Franca, se concentra em Manaus (sede de 95% do Produto Interno Bruto), metade de sua população afluiu para a capital, atualmente a maior cidade da Amazônia. Por isso é o Estado proporcionalmente menos alterado da Amazônia. Pelo mesmo motivo, sua fraca densidade demográfica é motivo de preocupação para as autoridades que veem a região pelo prisma geopolítico da segurança nacional. Inquietam-se com as extensas fronteiras sem a presença de brasileiros.
Amazonense – Quem nasce no Estado do Amazonas.
Amazônico – Quem nasce na região amazônica.
Amazônida – Aquele que tem consciência da especificidade regional e da condição colonial da Amazônia. Ou seja: é um cidadão consciente da sua posição no tempo e no espaço regional.
Amazônia Antropizada
Por volta do século XVI, a região amazônica do Alto Xingu abrigava aldeias com até 500 mil m2 e habitadas por até 5 mil pessoas. Tais núcleos se organizavam de forma circular em torno de grandes praças, interligadas por estradas que chegavam a 5 km de extensão e 50 m de largura. Esses complexos incluíam outras estruturas artificiais, como represas, pontes, fossos, aterros e lagos. Algumas aldeias eram fortificadas, com paliçadas e valas de até 5 m de profundidade e 2,5 km de extensão, cuja função, supõe-se, era a defesa contra os ataques de outros povos indígenas.
O ápice dessa estrutura regional no Alto Xingu, que era multiétnica e metalinguística, se deu por volta da época do ‘descobrimento’ do Brasil. O início da decadência, marcada por acentuada queda demográfica, ocorreu entre 1600 e 1700, em função dos primeiros contatos – ainda que indiretos – com doenças trazidas pelos colonizadores.
Outras grandes formações sócioculturais amazônicas, porém, desapareceram antes da invasão europeia. na Amazônia Central, na região da confluência entre os rios negro e Solimões, os estudos arqueológicos recentes vêm mapeando antigos sítios de ocupação de dimensões ainda maiores que os do Alto Xingu. O sítio Açutuba, próximo à cidade de Manaus, se estende por uma faixa de 3 mil metros de extensão por quase 300 de largura (900 mil m2), o equivalente a 90 quarteirões de uma cidade. Estes grandes sítios costumam estar implantados em áreas de “terra preta”, solo fértil resultante da acumulação de detritos criados pela atividade humana. A espessura das camadas de terra preta (às vezes de quase dois metros), bem como a quantidade e natureza dos vestígios arqueológicos ali encontrados, sugerem ocupações muito prolongadas (até 300 anos seguidos), por parte de sociedades populosas e sóciopoliticamente diferenciadas. Tais formações perduraram às vezes por séculos, sendo sucedidas por outras, de povos invasores ou migrantes,
portadores de diferentes tradições culturais. A cultura açutuba ocupou a região próxima a Manaus por quase dez séculos, até 1600 anos atrás. A ela se seguiu a cultura manacapuru, que perdurou por cerca de meio milênio na mesma região. Enquanto isso, uma cultura proveniente da Amazônia Oriental subia a calha do Solimões, varrendo ou absorvendo o que estivesse no caminho: a tradição chamada Guarita, fabricante de uma cerâmica semelhante à famosa cerâmica marajoara, que conheceu seu apogeu na Amazônia Central por volta de mil anos atrás.
Esse é, em linhas gerais, o cenário mostrado nos estudos que vêm sendo realizados no Alto Xingu e na Amazônia Central por arqueólogos como Eduardo neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, e Michael Heckenberger, da Universidade da Florida- Gainesville. O trabalho destes e outros pesquisadores confirmam e precisam as hipóteses que alguns especialistas haviam formulado já há algum tempo sobre a ecologia histórica e a fisionomia sóciopolítica da Amazônia pré-colombiana.
O ápice dessa estrutura regional no Alto Xingu, que era multiétnica e metalinguística, se deu por volta da época do ‘descobrimento’ do Brasil. O início da decadência, marcada por acentuada queda demográfica, ocorreu entre 1600 e 1700, em função dos primeiros contatos – ainda que indiretos – com doenças trazidas pelos colonizadores.
Outras grandes formações sócioculturais amazônicas, porém, desapareceram antes da invasão europeia. na Amazônia Central, na região da confluência entre os rios negro e Solimões, os estudos arqueológicos recentes vêm mapeando antigos sítios de ocupação de dimensões ainda maiores que os do Alto Xingu. O sítio Açutuba, próximo à cidade de Manaus, se estende por uma faixa de 3 mil metros de extensão por quase 300 de largura (900 mil m2), o equivalente a 90 quarteirões de uma cidade. Estes grandes sítios costumam estar implantados em áreas de “terra preta”, solo fértil resultante da acumulação de detritos criados pela atividade humana. A espessura das camadas de terra preta (às vezes de quase dois metros), bem como a quantidade e natureza dos vestígios arqueológicos ali encontrados, sugerem ocupações muito prolongadas (até 300 anos seguidos), por parte de sociedades populosas e sóciopoliticamente diferenciadas. Tais formações perduraram às vezes por séculos, sendo sucedidas por outras, de povos invasores ou migrantes,
portadores de diferentes tradições culturais. A cultura açutuba ocupou a região próxima a Manaus por quase dez séculos, até 1600 anos atrás. A ela se seguiu a cultura manacapuru, que perdurou por cerca de meio milênio na mesma região. Enquanto isso, uma cultura proveniente da Amazônia Oriental subia a calha do Solimões, varrendo ou absorvendo o que estivesse no caminho: a tradição chamada Guarita, fabricante de uma cerâmica semelhante à famosa cerâmica marajoara, que conheceu seu apogeu na Amazônia Central por volta de mil anos atrás.
Esse é, em linhas gerais, o cenário mostrado nos estudos que vêm sendo realizados no Alto Xingu e na Amazônia Central por arqueólogos como Eduardo neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, e Michael Heckenberger, da Universidade da Florida- Gainesville. O trabalho destes e outros pesquisadores confirmam e precisam as hipóteses que alguns especialistas haviam formulado já há algum tempo sobre a ecologia histórica e a fisionomia sóciopolítica da Amazônia pré-colombiana.
Sem mata virgem
A partir dessas evidências, torna-se cada vez mais difícil defender a ideia, ainda corrente na opinião pública, de uma Amazônia intocada, coberta de matas virgens, habitada apenas por pequenas tribos esparsas por volta de 1500.
A pesquisa sobre o Alto Xingu, conduzida por Heckenberger em colaboração com antropólogos da UFRJ e com membros do povo Kuikuru, traz outros dados surpreendentes, como o fato de que, nas antigas áreas de assentamento ocupadas por esses povos, a floresta que ali cresceu, mesmo depois de mais de 4 séculos desde o abandono dessas terras, ainda não atingiu seu clímax. Em estudo publicado em 2005, Petroglifo, Iauaretê, Alto Uaupés (AM), 2003.
esses pesquisadores sustentam que, além da pesca – abundante na região, onde estão as cabeceiras do Rio Xingu, o cultivo da mandioca era feito em larga escala, de modo a sustentar milhares de pessoas, o que teria imposto uma “dramática alteração humana da cobertura vegetal”.
A situação do Xingu talvez não tenha sido excepcional, como mostram os estudos na região de Manaus. A Amazônia é uma região ocupada milenarmente por povos indígenas e, secularmente, por segmentos da população nacional de origem europeia e africana, que se acostumaram aos ritmos e exigências da floresta. Antes da enorme catástrofe (a invasão europeia) que dizimou seus ocupantes originários, esta era uma região densamente povoada por sociedades que modificaram o ambiente tropical sem destruir suas grandes regulações ecológicas. A‘mata virgem’ tem muito de fantasia: como hoje se começa a descobrir, boa parte da cobertura vegetal amazônica é o resultado de milênios de intervenção humana; a maioria das plantas úteis da região proliferara diferencialmente em função das técnicas indígenas de aproveitamento do território; porções importantes do solo amazônico (no mínimo 12% da superfície total) são antropogênicas, indicando uma ocupação intensa e antiga. Em síntese, a floresta que
os europeus encontraram ao invadirem o continente é o resultado da presença de seres humanos, não de sua ausência. naturalmente, não é qualquer forma de presença humana que é capaz de produzir uma floresta como aquela. É importante observar que as populações indígenas estavam articuladas ao ambiente amazônico de maneira muito diferente do complexo agroindustrial do capitalismo tardio. Em outras palavras, para a floresta amazônica, muito Kuikuru não é a mesma coisa que muito gaúcho.
A pesquisa sobre o Alto Xingu, conduzida por Heckenberger em colaboração com antropólogos da UFRJ e com membros do povo Kuikuru, traz outros dados surpreendentes, como o fato de que, nas antigas áreas de assentamento ocupadas por esses povos, a floresta que ali cresceu, mesmo depois de mais de 4 séculos desde o abandono dessas terras, ainda não atingiu seu clímax. Em estudo publicado em 2005, Petroglifo, Iauaretê, Alto Uaupés (AM), 2003.
esses pesquisadores sustentam que, além da pesca – abundante na região, onde estão as cabeceiras do Rio Xingu, o cultivo da mandioca era feito em larga escala, de modo a sustentar milhares de pessoas, o que teria imposto uma “dramática alteração humana da cobertura vegetal”.
A situação do Xingu talvez não tenha sido excepcional, como mostram os estudos na região de Manaus. A Amazônia é uma região ocupada milenarmente por povos indígenas e, secularmente, por segmentos da população nacional de origem europeia e africana, que se acostumaram aos ritmos e exigências da floresta. Antes da enorme catástrofe (a invasão europeia) que dizimou seus ocupantes originários, esta era uma região densamente povoada por sociedades que modificaram o ambiente tropical sem destruir suas grandes regulações ecológicas. A‘mata virgem’ tem muito de fantasia: como hoje se começa a descobrir, boa parte da cobertura vegetal amazônica é o resultado de milênios de intervenção humana; a maioria das plantas úteis da região proliferara diferencialmente em função das técnicas indígenas de aproveitamento do território; porções importantes do solo amazônico (no mínimo 12% da superfície total) são antropogênicas, indicando uma ocupação intensa e antiga. Em síntese, a floresta que
os europeus encontraram ao invadirem o continente é o resultado da presença de seres humanos, não de sua ausência. naturalmente, não é qualquer forma de presença humana que é capaz de produzir uma floresta como aquela. É importante observar que as populações indígenas estavam articuladas ao ambiente amazônico de maneira muito diferente do complexo agroindustrial do capitalismo tardio. Em outras palavras, para a floresta amazônica, muito Kuikuru não é a mesma coisa que muito gaúcho.
Presentes
Os cem ou mais séculos de presença indígena na Amazônia nos deram presentes como a castanheira, a pupunha, o cacau, o babaçu, a mandioca, a borracha, dezenas de espécies de madeira de lei, águas limpas e abundantes, uma fauna rica e uma variedade de outros componentes da economia tropical. não vai ser incendiando milhões de hectares de floresta para plantar soja ou fazer pasto, roubando milhares de toneladas cúbicas de madeira nas barbas dos agentes fiscalizadores, ou poluindo rios inteiros com o mercúrio dos garimpos que se vai “desenvolver” a Amazônia.
nesse momento em que as megaplantações de soja se aproximam de Santarém (PA) ou transformam o Parque Indígena do Xingu em uma ilha verde cercada por um oceano de palha encharcada de agrotóxicos, parece que está na hora de dar uma paradinha para pensar. De fato, as pesquisas têm mostrado que a ‘floresta virgem’ da Amazônia nada tem de virgem, pois os índios vêm sabendo estabelecer com ela uma relação mutuamente fecunda há milênios. E afinal, para dizê-lo de maneira crua, o fato de uma pessoa não ser mais virgem não autoriza ninguém a estuprá-la, não é mesmo?
nesse momento em que as megaplantações de soja se aproximam de Santarém (PA) ou transformam o Parque Indígena do Xingu em uma ilha verde cercada por um oceano de palha encharcada de agrotóxicos, parece que está na hora de dar uma paradinha para pensar. De fato, as pesquisas têm mostrado que a ‘floresta virgem’ da Amazônia nada tem de virgem, pois os índios vêm sabendo estabelecer com ela uma relação mutuamente fecunda há milênios. E afinal, para dizê-lo de maneira crua, o fato de uma pessoa não ser mais virgem não autoriza ninguém a estuprá-la, não é mesmo?
Eduardo Viveiros de Castro*
*Antropólogo do Museu Nacional (UFRJ)
*Antropólogo do Museu Nacional (UFRJ)
Bioma Amazônia e Biodiversidade
O Bioma Amazônia é o ícone mundial da biodiversidade, onde está a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia possui ainda uma fantástica diversidade cultural. É a região brasileira relativamente mais preservada de todas. Por isso, constitui a última fronteira do avanço desenvolvimentista brasileiro.
Região do território brasileiro integrada, à época da sua declaração, pelos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás (na sua porção ao norte do paralelo 13o S) e Maranhão, na porção oeste do meridiano 44o W. Dela faz parte, atualmente, o Estado de Tocantins, desmembrado de Goiás. A Amazônia Legal corresponde a grande parte da Região Norte do Brasil e foi instituída com o objetivo de definir a delimitação geográfica da região política captadora de incentivos fiscais com o propósito de promoção do seu desenvolvimento regional.
O bioma Amazônia possui quase 8 milhões de km2, distribuídos em nove países da América do Sul: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Se formasse um país, a Amazônia latino-americana seria de tamanho equivalente aos Estados Unidos e toda Europa Ocidental. no Brasil, se estende por 4,1 milhões de km2. Mas a Amazônia Legal, conceito criado na década de 1950, é ainda maior, abrangendo 5,5 milhões de km2, ou dois terços do País, com 18 milhões de habitantes.
Ela se espalha por nove Estados da federação: Ama- zonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Embora parte dessa área adicional (de 1,4 milhão de km2) não seja composta pela típica floresta amazônica (a hileia, conforme a definição do cientista alemão Alexandre Humboldt), mas por mata mais rala e por cerrado, ela foi incluída na Amazônia Legal para poder também usufruir incentivos fiscais concedidos pelo governo federal, a partir da década de 1950, para acelerar o desenvolvimento da região. O Pará, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, é o mais populoso (e é o 9o do País). Roraima, com pouco mais de 350 mil habitantes, é o menor em população.
Atualmente, 32,9% do bioma Amazônia no Brasil conta com proteção especial (descontadas as sobreposições), sendo 20,84% terras indígenas e 12,09% unidades de conservação federal e estadual.
Na Amazônia, vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no Planeta. A floresta abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical da Terra) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Além da riqueza natural, a Amazônia contém uma fantástica diversidade cultural. nela vivem cerca de 170 povos indígenas, com uma população aproximada de 180 mil indivíduos, 357 comunidades remanescentes de antigos quilombos e centenas de comunidades localizadas, como as de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos e babaçueiros.
A Amazônia possui, ainda, grande importância para a estabilidade ambiental do Planeta. Estimativas conservadoras indicam que a floresta amazônica é responsável pela absorção de pelo menos 10% dos cerca de 3 bilhões de toneladas de carbono retirados da atmosfera pelos ecossistemas terrestres. no outro extremo, estudo publicado pela revista Science conclui que a Amazônia responde por quase 40% de tudo que a biota terrestre absorve. Sua massa vegetal, composta por árvores de até 50 metros de altura, com copas frondosas, libera cerca de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera, através da evaporação e transpiração das plantas. já seus rios despejam cerca de 12% de toda a água superficial doce que chega aos oceanos através de toda a rede hidrográfica existente no globo terrestre. O Amazonas é o mais extenso e caudaloso de todos os rios, chegando a descarregar no Atlântico 230 milhões de litros de água por segundo.
Tudo isso em um ecossistema frágil: a floresta extrai poucos nutrientes do solo, que, em grande parte de sua extensão, é pobre. As árvores vivem do próprio material orgânico que lançam sobre o chão. Geram, dessa maneira, uma formidável cadeia de vida, que se nutre desse cardápio de massa vegetal e da água abundante gerada pelas próprias árvores e trazida do oceano e da Cordilheira dos Andes, em um ambiente de umidade sem igual. A menor imprudência pode causar danos ao seu equilíbrio delicado.
Desmatamento Acelerado
Apesar de ter chegado ao século XXI com a maior parte do seu território ainda preservado, a destruição acelerada da floresta é uma realidade preocupante. A taxa anual de desmatamento na Amazônia Legal entre agosto de 2001 e agosto de 2002, no encerramento do governo (de oito anos) do presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, foi de 25.500 km2 (ou 2,5 milhões de hectares), 40% a mais do que no período anterior, a segunda maior da história, mais extensa do que todo o estado de Sergipe. no ano seguinte, o primeiro da administração Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, o desmatamento diminuiu, mas ainda assim foi o segundo maior, atingindo 23.750 km2. A média de desmatamento se aproxima da registrada nos anos 1980, considerada “a década do fogo”.
Conflitos na Amazônia
O que no início foi um processo sumário de expulsão de ocupantes tradicionais e de formação de legiões de posseiros, sem a titularidade da terra, transferida para poucos proprietários, só começou a mudar com a posição assumida inicialmente pela Igreja e, em seguida, por movimentos sociais organizados. A tensão, entretanto, continua em estado latente ou de conflito aberto, manifestando-se em seguidos choques entre os principais atores da fronteira, como índios,
Parte da explicação para o recrudescimento do desmatamento na primeira década de século XXI, coincidindo com o incremento das exportações brasileiras, está na ampliação da área plantada na região, por conta da expansão do gado, da soja e do arroz. Essas frentes econômicas avançam em direção ao coração da Amazônia, desencadeando novos empreendimentos mineradores, siderúrgicos e metalúrgicos, de grande porte (conhecidos como “grandes projetos” porque exigem muito capital e tecnologia avançada). Também pesa a desvalorização do real no início de 2001, a maior competitividade da madeira abatida impunemente na região, a inexistência de crédito para manejo sustentável dos recursos florestais e a crônica incapacidade de implementação de órgãos governamentais – como o Ibama – debilitados por anos de redução orçamentária.
Esse enfraquecimento favorece a indefinição fundiária, causa de inúmeros e sangrentos conflitos pela posse da terra, cujo domínio é mal definido, além de sua posse ser injustamente distribuída (1% dos proprietários controlam 57% da área dos imóveis rurais).
Mesmo chocantes, os números sobre destruição de florestas representam apenas uma estimativa, já que o satélite TM-Landsat, utilizado pelo Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para essas medidas, não consegue captar derrubadas em áreas menores que 6,25 hectares. Assim, deixa de fora o impacto provocado por milhões de posseiros e colonos. Além disso, os dados não incluem o corte seletivo de madeira, resultante da atuação de milhares de madeireiros em atividade na Amazônia, e tampouco o desmatamento provocado por grandes incêndios florestais, como o de Roraima, que aconteceu em 1998. Também não captam os efeitos indiretos do rompimento do equilíbrio ecológico sobre os diversos ciclos de vida que se mantinham quando havia a floresta.
O desmatamento extrapolou de uma área conhecida como Arco do Desmatamento – que vai de leste para o sul do Pará, na direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre – impulsionado por um consórcio madeira-pastagem-produção de grãos para exportação. Fortes desmatamentos estão ocorrendo também na margem esquerda do Rio Amazonas e no sudeste da “Terra do Meio”, um vasto bolsão de terras localizadas entre os rios Xingu e Tapajós, no centro do Pará. O ataque à região ocorre também pelo oeste, vindo de Mato Grosso e se irradiando a partir das margens da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), que ainda é, em metade da sua extensão, de revestimento primário, mas se encontra em vias de ser asfaltada.
Além disso, relatório elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos – ligada à Presidência da República – reconhece que 80% da produção madeireira da Amazônia provém da exploração ilegal. Existem 22 madeireiras estrangeiras conhecidas na região, sobre cuja atividade há pouca fiscalização. O desperdício da madeira fica entre 60% e 70% do que é derrubado. no entanto, o setor florestal contribuiu com 15% a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Entre os problemas que propiciam esta situação, podem ser apontados: a insuficiência de pessoal dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das populações locais.
Parte da explicação para o recrudescimento do desmatamento na primeira década de século XXI, coincidindo com o incremento das exportações brasileiras, está na ampliação da área plantada na região, por conta da expansão do gado, da soja e do arroz. Essas frentes econômicas avançam em direção ao coração da Amazônia, desencadeando novos empreendimentos mineradores, siderúrgicos e metalúrgicos, de grande porte (conhecidos como “grandes projetos” porque exigem muito capital e tecnologia avançada). Também pesa a desvalorização do real no início de 2001, a maior competitividade da madeira abatida impunemente na região, a inexistência de crédito para manejo sustentável dos recursos florestais e a crônica incapacidade de implementação de órgãos governamentais – como o Ibama – debilitados por anos de redução orçamentária.
Esse enfraquecimento favorece a indefinição fundiária, causa de inúmeros e sangrentos conflitos pela posse da terra, cujo domínio é mal definido, além de sua posse ser injustamente distribuída (1% dos proprietários controlam 57% da área dos imóveis rurais).
Mesmo chocantes, os números sobre destruição de florestas representam apenas uma estimativa, já que o satélite TM-Landsat, utilizado pelo Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para essas medidas, não consegue captar derrubadas em áreas menores que 6,25 hectares. Assim, deixa de fora o impacto provocado por milhões de posseiros e colonos. Além disso, os dados não incluem o corte seletivo de madeira, resultante da atuação de milhares de madeireiros em atividade na Amazônia, e tampouco o desmatamento provocado por grandes incêndios florestais, como o de Roraima, que aconteceu em 1998. Também não captam os efeitos indiretos do rompimento do equilíbrio ecológico sobre os diversos ciclos de vida que se mantinham quando havia a floresta.
O desmatamento extrapolou de uma área conhecida como Arco do Desmatamento – que vai de leste para o sul do Pará, na direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre – impulsionado por um consórcio madeira-pastagem-produção de grãos para exportação. Fortes desmatamentos estão ocorrendo também na margem esquerda do Rio Amazonas e no sudeste da “Terra do Meio”, um vasto bolsão de terras localizadas entre os rios Xingu e Tapajós, no centro do Pará. O ataque à região ocorre também pelo oeste, vindo de Mato Grosso e se irradiando a partir das margens da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), que ainda é, em metade da sua extensão, de revestimento primário, mas se encontra em vias de ser asfaltada.
Além disso, relatório elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos – ligada à Presidência da República – reconhece que 80% da produção madeireira da Amazônia provém da exploração ilegal. Existem 22 madeireiras estrangeiras conhecidas na região, sobre cuja atividade há pouca fiscalização. O desperdício da madeira fica entre 60% e 70% do que é derrubado. no entanto, o setor florestal contribuiu com 15% a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Entre os problemas que propiciam esta situação, podem ser apontados: a insuficiência de pessoal dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das populações locais.
Grandes empreendimentos
Outra forma de destruição têm sido os alagamentos para a implantação de usinas hidrelétricas. É o caso da usina de Balbina, no nordeste de Manaus. A baixíssima relação entre a área alagada e a potência instalada nessa hidrelétrica tornou-se um exemplo de inviabilidade econômica e ecológica em todo o mundo.
A atividade da mineração organizada, através de empresas, e da garimpagem também trouxe graves consequências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com mercúrio. Como as principais mineradoras instaladas na Amazônia são voltadas para a exportação, usufruem isenção de impostos e contam com energia subsidiada, apenas uma fração da renda que geram fica na própria região. É por isso que as grandezas quantitativas da mineração, que transformaram o Pará no segundo maior Estado minerador do País (prestes a ultrapassar Minas Gerais), não se refletem nos indicadores sociais.
Mas um novo ciclo de “grandes projetos” se inicia, tendo como eixo a maior província mineral do mundo, em Carajás, no Pará, para a produção de concentrado de cobre, níquel, gusa e aço, consolidando a atividade meramente extrativa ou que apenas faz o beneficiamento primário da matéria-prima. O ganho maior fica para quem compra esses bens, de baixo valor relativo. Grande parte da produção vai para o exterior. Em escalas crescentes, para o japão e a China. O japão, por exemplo, que até recentemente era o maior comprador de Carajás, compra na Amazônia 15% do alumínio e 15% do minério de ferro de que precisa para seu enorme parque industrial. A China, que desbancou seu vizinho como cliente preferencial da Companhia Vale do Rio Doce, já obtém em Carajás quase 20% da produção da província, que em 2007 deveria alcançar 100 milhões de toneladas anuais.
A atividade da mineração organizada, através de empresas, e da garimpagem também trouxe graves consequências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com mercúrio. Como as principais mineradoras instaladas na Amazônia são voltadas para a exportação, usufruem isenção de impostos e contam com energia subsidiada, apenas uma fração da renda que geram fica na própria região. É por isso que as grandezas quantitativas da mineração, que transformaram o Pará no segundo maior Estado minerador do País (prestes a ultrapassar Minas Gerais), não se refletem nos indicadores sociais.
Mas um novo ciclo de “grandes projetos” se inicia, tendo como eixo a maior província mineral do mundo, em Carajás, no Pará, para a produção de concentrado de cobre, níquel, gusa e aço, consolidando a atividade meramente extrativa ou que apenas faz o beneficiamento primário da matéria-prima. O ganho maior fica para quem compra esses bens, de baixo valor relativo. Grande parte da produção vai para o exterior. Em escalas crescentes, para o japão e a China. O japão, por exemplo, que até recentemente era o maior comprador de Carajás, compra na Amazônia 15% do alumínio e 15% do minério de ferro de que precisa para seu enorme parque industrial. A China, que desbancou seu vizinho como cliente preferencial da Companhia Vale do Rio Doce, já obtém em Carajás quase 20% da produção da província, que em 2007 deveria alcançar 100 milhões de toneladas anuais.
Exploração e desigualdade
O Atlas do Desenvolvimento Humano, lançado no início de outubro de 2003, mostra que a Amazônia cresce menos do que as outras regiões brasileiras e tem uma das maiores concentrações de renda do País. Conforme os dados do Atlas, elaborado em conjunto pelo Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e Fundação joão Pinheiro, todos os Estados da Amazônia tiveram desenvolvimento – entre 1991 e 2000 – abaixo da média nacional. Pará, Amazonas,
nos últimos dez anos, enquanto os grandes projetos de infraestrutura continuavam o padrão predatório, centenas de iniciativas comunitárias criavam um novo modelo de desenvolvimento amazônico, baseado no manejo sustentável de recursos naturais e na gestão participativa de políticas públicas. Em alguns casos, esse modelo foi assumido por diversos setores públicos, criando novas maneiras de pensar e agir em harmonia com a floresta e suas comunidades.
Todo esse processo, no entanto, não está sendo levado em consideração por muitos dos atuais dirigentes federais, estaduais e municipais, o que tem provocado o crescimento da violência no campo, a partir das ações de quadrilhas organizadas de grileiros de terras públicas. A ausência do Estado e a impunidade têm proporcionado o desmatamento ilegal, a expulsão de comunidades, a morte de lideranças indígenas e de pequenos agricultores, a invasão de áreas já protegidas por lei e o incentivo ao latifúndio.
Aliada à falta de recursos para pesquisa na região, a biopirataria também representa uma ameaça aos recursos da Amazônia. Aproveitando-se de um vazio na legislação brasileira, que não proíbe o registro de espécies animais ou vegetais, grupos internacionais têm se apoderado de alguns dos nomes mais populares da nossa biodiversidade, através de patentes em várias partes do mundo. Desde a quebra-pedra, patenteada na década de 1990, passando pela andiroba, açaí e copaíba, são mais de 50 produtos roubados ou visados para apropriação das populações tradicionais da Amazônia. A mais recente espécie da lista é o cupuaçu, que a empresa japonesa Asahi Foods – cuja pronúncia é açaí – tentou patentear na Europa, Estados Unidos e japão, só não consumando a pilhagem por causa da reação de instituições nacionais.
nos últimos dez anos, enquanto os grandes projetos de infraestrutura continuavam o padrão predatório, centenas de iniciativas comunitárias criavam um novo modelo de desenvolvimento amazônico, baseado no manejo sustentável de recursos naturais e na gestão participativa de políticas públicas. Em alguns casos, esse modelo foi assumido por diversos setores públicos, criando novas maneiras de pensar e agir em harmonia com a floresta e suas comunidades.
Todo esse processo, no entanto, não está sendo levado em consideração por muitos dos atuais dirigentes federais, estaduais e municipais, o que tem provocado o crescimento da violência no campo, a partir das ações de quadrilhas organizadas de grileiros de terras públicas. A ausência do Estado e a impunidade têm proporcionado o desmatamento ilegal, a expulsão de comunidades, a morte de lideranças indígenas e de pequenos agricultores, a invasão de áreas já protegidas por lei e o incentivo ao latifúndio.
Aliada à falta de recursos para pesquisa na região, a biopirataria também representa uma ameaça aos recursos da Amazônia. Aproveitando-se de um vazio na legislação brasileira, que não proíbe o registro de espécies animais ou vegetais, grupos internacionais têm se apoderado de alguns dos nomes mais populares da nossa biodiversidade, através de patentes em várias partes do mundo. Desde a quebra-pedra, patenteada na década de 1990, passando pela andiroba, açaí e copaíba, são mais de 50 produtos roubados ou visados para apropriação das populações tradicionais da Amazônia. A mais recente espécie da lista é o cupuaçu, que a empresa japonesa Asahi Foods – cuja pronúncia é açaí – tentou patentear na Europa, Estados Unidos e japão, só não consumando a pilhagem por causa da reação de instituições nacionais.
Alternativas Sustentáveis para o Desenvolvimento da Amazônia
A riqueza da Amazônia, região de solos pobres e de alta pluviosidade, está na floresta em pé e na implementação de um novo modelo de desenvolvimento, baseado na sustentabilidade ambiental e uso responsável dos recursos naturais. As pesquisas e a prática demonstram que a exploração sustentável da floresta na Amazônia é uma atividade mais rentável e que gera mais empregos do que outras, às quais tem sido dada prioridade pelo governo, como a agropecuária.
Entre as medidas para garantir essa exploração sustentável estão o controle da origem da madeira explorada na Amazônia (como, por exemplo, a certificação pelo FSC, uma entidade internacional com representação no Brasil) e a vinculação de financiamentos apenas a atividades que não representem desmatamento (o Banco da Amazônia, responsável por 82% do crédito de fomento e 42% do crédito total na região, se comprometeu a seguir essa linha).
Outra opção seria uma moratória ou revisão dos grandes projetos propostos pelo governo até a realização e apresentação de estudos de impacto ambiental e social qualificados, com a participação do Ministério Público Federal e da sociedade civil organizada. Entre os projetos estão os gasodutos Urucu-Coari, Urucu-Porto Velho e Urucu-Manaus, as hidrovias nos rios Madeira e Araguaia-Tocantins, as barragens hidrelétricas do Complexo Madeira, de Belo Monte e dos rios Araguaia e Tocantins, além das rodovias como a Cuiabá-Santarém, Manaus-Porto Velho, Rio Branco-Cruzeiro Sul.
As obras de infraestrutura na Amazônia devem ser acompanhadas pela criação de unidades de conservação para evitar maior pressão sobre os recursos naturais. Um processo efetivo de criação e implementação de unidades de conservação deve também criar corredores de biodiversidade, capazes de funcionar como barreira ao avanço do desmatamento.
Além disso, é preciso garantir a proteção dos conhecimentos das populações tradicionais e indígenas, em suas áreas de existência, e políticas adequadas de etnodesenvolvimento, para combater a biopirataria. Outra medida essencial é efetivar a homologação de todas as terras indígenas, como aconteceu com a Raposa Serra do Sol (em Roraima), homologada em abril de 2005, onde está uma das maiores concentrações de população índia do País.
Também é recomendável o apoio financeiro e técnico às redes de produção sustentável na área de pesquisa de produtos, mercados, comercialização e certificação. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Mato Grosso tem entre 12 e 15 milhões de hectares abandonados. Aproveitando essas áreas, seria possível dobrar a produção de grãos naquele Estado sem cortar mais uma árvore, ou utilizá-las para a nascente atividade de geração de biocombustíveis, desde que sua implantação seja antecipada por pesquisas científicas visando definir as aptidões do solo e o equilíbrio ecológico.
O Ministério do Meio Ambiente, tentando reverter a tendência do desmatamento, concebeu, em 2002, e está começando a executar agora o mais ambicioso empreendimento ecológico em andamento no País, o Projeto de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Com vigência até 2022, deverá absorver 800 milhões de dólares na criação, consolidação e monitoramento de áreas protegidas para o bioma Amazônia. Abrangerá área de 500 mil km2 e deverá triplicar a área protegida na Amazônia brasileira, elevando dos atuais 4% para 12% o total do bioma sob proteção. Quando concluído, o programa terá criado 50 milhões de hectares de UCs de proteção integral e de uso sustentável, com sua infraestrutura consolidada e apta a cumprir a missão de conservação da biodiversidade amazônica.
Outra opção seria uma moratória ou revisão dos grandes projetos propostos pelo governo até a realização e apresentação de estudos de impacto ambiental e social qualificados, com a participação do Ministério Público Federal e da sociedade civil organizada. Entre os projetos estão os gasodutos Urucu-Coari, Urucu-Porto Velho e Urucu-Manaus, as hidrovias nos rios Madeira e Araguaia-Tocantins, as barragens hidrelétricas do Complexo Madeira, de Belo Monte e dos rios Araguaia e Tocantins, além das rodovias como a Cuiabá-Santarém, Manaus-Porto Velho, Rio Branco-Cruzeiro Sul.
As obras de infraestrutura na Amazônia devem ser acompanhadas pela criação de unidades de conservação para evitar maior pressão sobre os recursos naturais. Um processo efetivo de criação e implementação de unidades de conservação deve também criar corredores de biodiversidade, capazes de funcionar como barreira ao avanço do desmatamento.
Além disso, é preciso garantir a proteção dos conhecimentos das populações tradicionais e indígenas, em suas áreas de existência, e políticas adequadas de etnodesenvolvimento, para combater a biopirataria. Outra medida essencial é efetivar a homologação de todas as terras indígenas, como aconteceu com a Raposa Serra do Sol (em Roraima), homologada em abril de 2005, onde está uma das maiores concentrações de população índia do País.
Também é recomendável o apoio financeiro e técnico às redes de produção sustentável na área de pesquisa de produtos, mercados, comercialização e certificação. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Mato Grosso tem entre 12 e 15 milhões de hectares abandonados. Aproveitando essas áreas, seria possível dobrar a produção de grãos naquele Estado sem cortar mais uma árvore, ou utilizá-las para a nascente atividade de geração de biocombustíveis, desde que sua implantação seja antecipada por pesquisas científicas visando definir as aptidões do solo e o equilíbrio ecológico.
O Ministério do Meio Ambiente, tentando reverter a tendência do desmatamento, concebeu, em 2002, e está começando a executar agora o mais ambicioso empreendimento ecológico em andamento no País, o Projeto de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Com vigência até 2022, deverá absorver 800 milhões de dólares na criação, consolidação e monitoramento de áreas protegidas para o bioma Amazônia. Abrangerá área de 500 mil km2 e deverá triplicar a área protegida na Amazônia brasileira, elevando dos atuais 4% para 12% o total do bioma sob proteção. Quando concluído, o programa terá criado 50 milhões de hectares de UCs de proteção integral e de uso sustentável, com sua infraestrutura consolidada e apta a cumprir a missão de conservação da biodiversidade amazônica.
Conservação da Biodiversidade da Amazônia
A falta de um sistema padronizado de geração, organização, análise e disseminação de informações científicas sobre a biodiversidade da Amazônia é uma das principais lacunas para a definição de políticas públicas consistentes de conservação e uso sustentável dos recursos biológicos da região.
A Conservação internacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), um dos mais tradicionais institutos de pesquisa da região, e outros centros de pesquisa da Amazônia estabeleceram em 2002 parcerias para desenvolver um projeto de longo prazo intitulado Biodiversidade da Amazônia, que tem por objetivos:
- A realização de inventários biológicos rápidos em áreas altamente ameaçadas;
- O desenvolvimento e teste de tecnologias para inventários biológicos em florestas tropicais;
- A organização, manutenção e disseminação das informações existentes em coleções biológicas;
- O mapeamento da distribuição da biodiversidade;
- O desenvolvimento de um sistema de avaliação do estado de conservação de espécies;
- O desenvolvimento de um sistema de apoio à implementação e gestão de áreas protegidas;
- A capacitação de recursos humanos em pesquisas sobre biodiversidade e biologia da conservação;
- A disseminação do conhecimento sobre a biodiversidade regional para o público em geral.
As informações coletadas pelo projeto são apresentadas em workshops, documentos elaborados em conjunto e publicações.
Um exemplo destas parcerias foi a elaboração do documento “Transformando o Arco do Desmatamento no Arco do Desenvolvimento Sustentável: Uma Proposta de Ações Emergenciais”, elaborado pela CI-Brasil e o Museu Goeldi. O documento – entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva em junho de 2003 - discute alternativas para minimizar o descontrolado desmatamento em algumas regiões da Amazônia.
Áreas Protegidas da Amazônia
A Amazônia possui seis Corredores de Biodiversidade . A CI-Brasil vem atuando prioritariamente em quatro deles : o Corredor do Amapá, o Corredor Central, o Corredor Sul e o Corredor Ecótonos Sul-Amazônicos. Eles abrigam diversas áreas protegidas e áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, identificadas por especialistas nos workshops realizados na região.
A implementação desses Corredores na Amazônia é vital para que desenvolvimento e conservação coexistam. Juntos, eles abrigam áreas de endemismo de inúmeras espécies.
Estes quatro Corredores englobam 28% das áreas de endemismo para aves, 18,% das áreas para borboletas e 18,4% para plantas. Também englobam áreas com alta densidade de espécies de primatas; concentram 39% de áreas prioritárias para conservação apontadas pelo Probio, além de 42,1% das Unidades de Conservação da Amazônia e 45,5% das Terras Indígenas.
A implementação desses Corredores na Amazônia é vital para que desenvolvimento e conservação coexistam. Juntos, eles abrigam áreas de endemismo de inúmeras espécies.
Estes quatro Corredores englobam 28% das áreas de endemismo para aves, 18,% das áreas para borboletas e 18,4% para plantas. Também englobam áreas com alta densidade de espécies de primatas; concentram 39% de áreas prioritárias para conservação apontadas pelo Probio, além de 42,1% das Unidades de Conservação da Amazônia e 45,5% das Terras Indígenas.
Biodiversidade da Amazônia
A falta de um sistema padronizado de geração, organização, análise e disseminação de informações científicas sobre a biodiversidade da Amazônia é uma das principais lacunas para a definição de políticas públicas consistentes de conservação e uso sustentável dos recursos biológicos da região.
A Conservação internacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), um dos mais tradicionais institutos de pesquisa da região, e outros centros de pesquisa da Amazônia estabeleceram em 2002 parcerias para desenvolver um projeto de longo prazo intitulado Biodiversidade da Amazônia, que tem por objetivos:
• a realização de inventários biológicos rápidos em áreas altamente ameaçadas;
• o desenvolvimento e teste de tecnologias para inventários biológicos em florestas tropicais;
• a organização, manutenção e disseminação das informações existentes em coleções biológicas;
• o mapeamento da distribuição da biodiversidade;
• o desenvolvimento de um sistema de avaliação do estado de conservação de espécies;
• o desenvolvimento de um sistema de apoio à implementação e gestão de áreas protegidas;
• a capacitação de recursos humanos em pesquisas sobre biodiversidade e biologia da conservação;
• a disseminação do conhecimento sobre a biodiversidade regional para o público em geral.
A Conservação internacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), um dos mais tradicionais institutos de pesquisa da região, e outros centros de pesquisa da Amazônia estabeleceram em 2002 parcerias para desenvolver um projeto de longo prazo intitulado Biodiversidade da Amazônia, que tem por objetivos:
• a realização de inventários biológicos rápidos em áreas altamente ameaçadas;
• o desenvolvimento e teste de tecnologias para inventários biológicos em florestas tropicais;
• a organização, manutenção e disseminação das informações existentes em coleções biológicas;
• o mapeamento da distribuição da biodiversidade;
• o desenvolvimento de um sistema de avaliação do estado de conservação de espécies;
• o desenvolvimento de um sistema de apoio à implementação e gestão de áreas protegidas;
• a capacitação de recursos humanos em pesquisas sobre biodiversidade e biologia da conservação;
• a disseminação do conhecimento sobre a biodiversidade regional para o público em geral.
As informações coletadas pelo projeto são apresentadas em workshops, documentos elaborados em conjunto e publicações.
Um exemplo destas parcerias foi a elaboração do documento “Transformando o Arco do Desmatamento no Arco do Desenvolvimento Sustentável: Uma Proposta de Ações Emergenciais”, elaborado pela CI-Brasil e o Museu Goeldi. O documento – entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva em junho de 2003 - discute alternativas para minimizar o descontrolado desmatamento em algumas regiões da Amazônia.
Florestas do Corredor Sul da Amazônia
O Corredor Sul-amazônico abrange a área que incluía todas as florestas localizadas entre a margem direita do rio Madeira e o centro do estado do Maranhão. O Corredor abriga várias unidades de conservação e congrega 14 Terras Indígenas. A Conservação Internacional (CI-Brasil) tem uma importante atuação no Parque Nacional da Amazônia (Parna da Amazônia) em Itaituba, oeste paraense e no Centro de Endemismo de Belém que fica dentro do Corredor, no setor mais oriental da Amazônia.
Um centro de endemismo é uma região identificada por pesquisadores como sendo uma área que concentra um elevado numero de espécies que só ocorrem neste local. A região de Belém e seus remanescentes florestais é um importante centro de endemismo para aves, borboletas e plantas.
Estimativas mostram que cerca de 50% do Centro de Endemismo Belém já foram alterados drasticamente pelas atividades humanas. O pouco que resta da biodiversidade original se concentra nas unidades de conservação, terras indígenas e áreas de reserva legal das numerosas propriedades privadas da região, em meio a áreas de uso intensivo para a agricultura e a pecuária. A região lembra mais um Hotspot do que uma Grande Região Natural, por suas florestas fragmentadas e circundadas de áreas de uso intensivo para agricultura e pecuária.
Um centro de endemismo é uma região identificada por pesquisadores como sendo uma área que concentra um elevado numero de espécies que só ocorrem neste local. A região de Belém e seus remanescentes florestais é um importante centro de endemismo para aves, borboletas e plantas.
Estimativas mostram que cerca de 50% do Centro de Endemismo Belém já foram alterados drasticamente pelas atividades humanas. O pouco que resta da biodiversidade original se concentra nas unidades de conservação, terras indígenas e áreas de reserva legal das numerosas propriedades privadas da região, em meio a áreas de uso intensivo para a agricultura e a pecuária. A região lembra mais um Hotspot do que uma Grande Região Natural, por suas florestas fragmentadas e circundadas de áreas de uso intensivo para agricultura e pecuária.
A Conservação internacional (CI-Brasil), a The Nature Conservancy do Brasil e o Museu Paraense Emílio Goeldi desenvolvem no corredor um plano de conservação da biodiversidade no centro de endemismo de Belém.
Para isso, está sendo realizado um levantamento de informações sobre uso da terra, distribuição da biodiversidade, pressões e ameaças ao meio ambiente e situação das unidades de conservação e terras indígenas. Essas informações serão utilizadas em seminários municipais com diferentes setores para a elaboração e implementação de um programa participativo para a conservação e o uso sustentado da biodiversidade na região.
No Parna da Amazônia a atividade mais relevante da CI-Brasil é a revisão do plano de manejo do parque. O trabalho é realizado em parceria com a unidade local do Ibama, a organização não-governamental Sapopema e a Alcoa, empresa do setor de mineração.
A primeira fase de implantação do projeto foi a realização de inventários biológicos por meio de expedições científicas que possibilitaram conhecer a biodiversidade e as características naturais da região. Foi realizado também o plano de comunicação e educação ambiental através de uma oficina com a participação das comunidades locais. Estas informações serviram ainda para elaboração do folder sobre o Parna e para o conteúdo das oficinas de capacitação em educação ambiental e comunicação comunitária.
Entre as principais atividades do projeto estão também eventos para a capacitação em geoprocessamento, sistemas agroflorestais e a melhoria da infra-estrutura do parque, como a reforma do centro para visitantes, abertura e sinalização de trilhas.
Para isso, está sendo realizado um levantamento de informações sobre uso da terra, distribuição da biodiversidade, pressões e ameaças ao meio ambiente e situação das unidades de conservação e terras indígenas. Essas informações serão utilizadas em seminários municipais com diferentes setores para a elaboração e implementação de um programa participativo para a conservação e o uso sustentado da biodiversidade na região.
No Parna da Amazônia a atividade mais relevante da CI-Brasil é a revisão do plano de manejo do parque. O trabalho é realizado em parceria com a unidade local do Ibama, a organização não-governamental Sapopema e a Alcoa, empresa do setor de mineração.
A primeira fase de implantação do projeto foi a realização de inventários biológicos por meio de expedições científicas que possibilitaram conhecer a biodiversidade e as características naturais da região. Foi realizado também o plano de comunicação e educação ambiental através de uma oficina com a participação das comunidades locais. Estas informações serviram ainda para elaboração do folder sobre o Parna e para o conteúdo das oficinas de capacitação em educação ambiental e comunicação comunitária.
Entre as principais atividades do projeto estão também eventos para a capacitação em geoprocessamento, sistemas agroflorestais e a melhoria da infra-estrutura do parque, como a reforma do centro para visitantes, abertura e sinalização de trilhas.
Expedição Mapeia Biodiversidade no Norte da Amazônia
Foram realizados, durante uma expedição entre os dias 30 de setembro e 23 de outubro de 2013, censos e capturas de aves, répteis e anfíbios, marcação, medição e identificação de árvores, em uma série de pontos das florestas de várzea ao longo de 400 quilômetros no baixo rio Branco, no sul de Roraima, um dos maiores rios da Amazônia. A ação foi realizada por pesquisadores e estudantes das universidades federais de Roraima (UFRR), de Pernambuco (UFPE), do Amazonas (Ufam), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Apoiada pelo Parque Nacional do Viruá, unidade de conservação federal referência de conhecimento da biodiversidade na região, a expedição teve o objetivo de inventariar sistematicamente as plantas, aves e anfíbios no baixo rio Branco. Os inventários também incluíram as estações ecológicas de Niquiá e Caracaraí. A equipe foi liderada por Luciano Naka, da UFPE, e contou com a participação de Thiago Orsi Laranjeiras, analista ambiental do Parque Nacional do Viruá.
Apoiada pelo Parque Nacional do Viruá, unidade de conservação federal referência de conhecimento da biodiversidade na região, a expedição teve o objetivo de inventariar sistematicamente as plantas, aves e anfíbios no baixo rio Branco. Os inventários também incluíram as estações ecológicas de Niquiá e Caracaraí. A equipe foi liderada por Luciano Naka, da UFPE, e contou com a participação de Thiago Orsi Laranjeiras, analista ambiental do Parque Nacional do Viruá.
Ao todo, foram registradas mais de 340 espécies de aves e 40 espécies de lagartos, serpentes e anfíbios. Além disso, foram observados sete espécies de primatas, vários grupos de ariranhas, uma onça-pintada e os sempre presentes botos-rosa e tucuxi. Os registros incluem gravação das vocalizações e fotografias, que irão compor guias de identificação para turistas e estudantes.
Entre os destaques estão 15 espécies de aves ameaçadas de extinção, como o pato-corredor (Neochen jubata) e o gavião-real (Harpia harpyja), cinco desconhecidas no estado de Roraima, como o arapaçu-beija-flor (Campylorhamphus trochilirostris) e o gavião-do-igapó (Rosthramus hamatus), e possíveis táxons novos para a ciência. "As florestas de várzea do baixo rio Branco, previamente inexploradas, estão isoladas das do Solimões-Amazonas pelos igapós do rio Negro. Com isso, várias aves especialistas nas várzeas apresentam população isolada no rio Branco; o que é um 'prato cheio' para especialização", esclarece Mário Cohn-Haft, curador da Coleção de Aves do Inpa.
Os próximos passos incluem verificar se as modificações nas comunidades animais acompanham alterações na estrutura e composição da vegetação. "Cerca de 1.500 árvores de aproximadamente 100 espécies foram marcadas e medidas", quantifica Carolina Castilho, da Embrapa-RR, líder da equipe de plantas. "Foi interessante perceber que algumas fisionomias de várzea não estão nas margens, mas sim nas ilhas, o que é diferente do padrão em outros rios de água branca na Amazônia", completou.
Todos os dados coletados formarão uma base científica minuciosa para avaliar os impactos de futuros empreendimentos hidroelétricos na bacia do rio Branco. Apesar dos planos de pelo menos quatro barragens na região, ainda há pouca informação que ajude a avaliar e decidir sobre as alternativas mais sustentáveis e menos impactantes para o aproveitamento hidroelétrico em Roraima. "As ilhas fluviais, com uma comunidade exclusiva de aves, parecem ser o ambiente mais vulnerável às alterações do fluxo de água e da dinâmica de sedimentação nos rios", salienta Luciano Naka. "Agora temos um bom ponto de partida para avaliar os impactos sobre as unidades de conservação na região", complementa Renata Bocorny, analista ambiental do Parque Nacional do Viruá, que cita as parcerias institucionais como bom caminho para a efetivação das unidades de conservação na Amazônia.
A expedição teve financiamento da Fundação O Boticário, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Roraima (Femarh), além de apoio logístico da Fundação Ajuri e do Parque Nacional do Viruá, gerido pelo ICMBio e que conta com o apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Entre os destaques estão 15 espécies de aves ameaçadas de extinção, como o pato-corredor (Neochen jubata) e o gavião-real (Harpia harpyja), cinco desconhecidas no estado de Roraima, como o arapaçu-beija-flor (Campylorhamphus trochilirostris) e o gavião-do-igapó (Rosthramus hamatus), e possíveis táxons novos para a ciência. "As florestas de várzea do baixo rio Branco, previamente inexploradas, estão isoladas das do Solimões-Amazonas pelos igapós do rio Negro. Com isso, várias aves especialistas nas várzeas apresentam população isolada no rio Branco; o que é um 'prato cheio' para especialização", esclarece Mário Cohn-Haft, curador da Coleção de Aves do Inpa.
Resultados e próximos passos
Os resultados vão descrever os padrões de distribuição geográfica da fauna e flora na região. "As análises preliminares dos dados já indicam que a comunidade de aves ao longo do rio não é homogênea, com forte modificação em um trecho intermediário do rio, entre a Serra Grande e as Corredeiras do Bem-Querer", explica Alice Plaskievicz, que defendeu sua dissertação de mestrado com o tema no programa de Recursos Naturais na UFRR. "O mesmo parece acontecer com os anfíbios", comenta Priscila Azarak, bolsista da Ufam, ao citar que encontrou certas espécies apenas em alguns pontos do rio.Os próximos passos incluem verificar se as modificações nas comunidades animais acompanham alterações na estrutura e composição da vegetação. "Cerca de 1.500 árvores de aproximadamente 100 espécies foram marcadas e medidas", quantifica Carolina Castilho, da Embrapa-RR, líder da equipe de plantas. "Foi interessante perceber que algumas fisionomias de várzea não estão nas margens, mas sim nas ilhas, o que é diferente do padrão em outros rios de água branca na Amazônia", completou.
Todos os dados coletados formarão uma base científica minuciosa para avaliar os impactos de futuros empreendimentos hidroelétricos na bacia do rio Branco. Apesar dos planos de pelo menos quatro barragens na região, ainda há pouca informação que ajude a avaliar e decidir sobre as alternativas mais sustentáveis e menos impactantes para o aproveitamento hidroelétrico em Roraima. "As ilhas fluviais, com uma comunidade exclusiva de aves, parecem ser o ambiente mais vulnerável às alterações do fluxo de água e da dinâmica de sedimentação nos rios", salienta Luciano Naka. "Agora temos um bom ponto de partida para avaliar os impactos sobre as unidades de conservação na região", complementa Renata Bocorny, analista ambiental do Parque Nacional do Viruá, que cita as parcerias institucionais como bom caminho para a efetivação das unidades de conservação na Amazônia.
A expedição teve financiamento da Fundação O Boticário, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Roraima (Femarh), além de apoio logístico da Fundação Ajuri e do Parque Nacional do Viruá, gerido pelo ICMBio e que conta com o apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Biocarvão na Amazônia
A partir dos anos 1870, naturalistas e geólogos em viagem pela Amazônia, encontraram profundas manchas de solo escuro fértil em toda a região. Na Amazônia o solo comum costuma ser arenoso ou argiloso, com poucos nutrientes com fina camada superficial de húmus gerados pela floresta.
As machas encontradas e até hoje estudadas são ricas em carbono, com 150g desse elemento por quilo de solo. Segundo pesquisas, o excesso de carbono nessas regiões está vinculado a antigas ocupações indígenas, junto com objetos de cerâmica, ossos e demais vestígios, são as chamadas “terra preta de índio”.
São solos ricos e bastante férteis , com a capacidade de reter carbono e não permitir a sua liberação para a atmosfera. O carbono está presente na forma de carvão, acredita-se que sua origem seja a da queima de materiais orgânicos com pouca presença de oxigênio. Os cientistas conluiem que a concentração de carbono no solo melhora a absorção de água, tornando as plantas mais resistentes.
As machas encontradas e até hoje estudadas são ricas em carbono, com 150g desse elemento por quilo de solo. Segundo pesquisas, o excesso de carbono nessas regiões está vinculado a antigas ocupações indígenas, junto com objetos de cerâmica, ossos e demais vestígios, são as chamadas “terra preta de índio”.
São solos ricos e bastante férteis , com a capacidade de reter carbono e não permitir a sua liberação para a atmosfera. O carbono está presente na forma de carvão, acredita-se que sua origem seja a da queima de materiais orgânicos com pouca presença de oxigênio. Os cientistas conluiem que a concentração de carbono no solo melhora a absorção de água, tornando as plantas mais resistentes.
Diversas pesquisas têm sido realizadas por cientistas brasileiros e estrangeiros sobre a “terra preta dos índios”, gerando estudos sobre a produção de fertilizantes orgânicos, chamado de biocarvão. Em inglês o biocarvão é referido como “biochar”, e as pesquisas inspiraram na criação da Associação Mundial responsável pela realização de congressos a respeito do tema, a IBI (Iniciativa Internacional Biochar) e tem a presença de mais de 200 pesquisadores de 30 países.
Esse biocarvão é produzido a partir do aquecimento de biomassa por um processo conhecido como “pirólise”. A pirólise altera as propriedades químicas do carbono da biomassa em temperaturas entre 300°C e 500°C. O biocarvão possui estrutura interna estável, similar ao do grafite, e uma estrutura periférica reativa por possuir diferentes grupos químicos.
Em 2010, Kelpie Wilson, da International Biochar Initiativa apresentou tecnologia que visa melhorar o solo do biocarvão. Segundo seus estudos é possível aprimorar o uso do biochar ou biocarvão, material que está armazenado no solo por centenas ou milhares de anos.
O biocarvão também é considerado ecologicamente viável e estável em comparação aos demais tipos de carvão, com grande capacidade de fertilizar terras ameaçadas pela desertificação, aprimorando a produtividade dos solos e ainda ajuda a amenizar os impactos das mudanças climáticas.
Amazônia Legal
A Amazônia Legal, instituída em 1953 pela Lei N.º1.806, tem uma área de
cerca de 5.217.423 km², 61% do território brasileiro e, no entanto,
abriga apenas 11,93% da população do país (1996). Os Estados mais
expressivos da Amazônia Legal são o Amazonas e o Pará que, juntos
respondem por mais de 55% do território total da região.
A região norte da América do Sul abriga um dos biomas mais ricos em diversidade biológica do mundo: a Floresta Amazônica. No total ela abrange 9 países incluindo o Brasil que abriga cerca de 85% dessa riqueza. Aqui no Brasil, para fins administrativos e de planejamento econômico foi instituída a chamada “Amazônia Legal” que engloba os seguintes Estados brasileiros: Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, em sua totalidade e parte dos Estados do Maranhão (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-Oeste).
A Lei N.º1.806 a princípio, criava a SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, e anexava ao seu território o Estado do Maranhão, Goiás e Mato Grosso, passando a região a ser chamada de “Amazônia Legal”, não por características morfogeológicas ou de vegetação, mas apenas, para facilitar o planejamento econômico na região e sua integração ao restante do país. Em 1966, porém, foi aprovada uma nova lei, a N.º 5.173 que extinguiu a SPVEA e criou a SUDAM – Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia que foi extinta em 2001 após diversas denúncias e problemas envolvendo sua administração. Em substituição a SUDAM foi criada a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) no mesmo ano. E, por fim, em janeiro de 2008, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva recriou a SUDAM extinguindo a ADA.
As principais atividades econômicas da região da Amazônia Legal são: extrativismo vegetal, pecuária e agricultura. Em algumas regiões da Amazônia Legal temos também o desenvolvimento de atividades industriais como a atividade de transformação de minerais no Pará com a transformação do alumínio e, ainda, a famosa “Zona Franca de Manaus”, uma região onde a economia se baseia na atividade de indústrias pesadas e eletroeletrônicas devido à política de isenção fiscal instituída em 1967 pelo Decreto-Lei N.º 288.
A região da Amazônia Legal ainda abrange grande parte de florestas tropicais, além de outros tipos de vegetações. Sua população engloba brancos, negros e índios, dos quais alguns ainda vivem em tribos espalhadas pelas regiões de reserva, como os Ianomâmi, Maku, Assurini e outros.
As principais atividades econômicas da região da Amazônia Legal são: extrativismo vegetal, pecuária e agricultura. Em algumas regiões da Amazônia Legal temos também o desenvolvimento de atividades industriais como a atividade de transformação de minerais no Pará com a transformação do alumínio e, ainda, a famosa “Zona Franca de Manaus”, uma região onde a economia se baseia na atividade de indústrias pesadas e eletroeletrônicas devido à política de isenção fiscal instituída em 1967 pelo Decreto-Lei N.º 288.
A região da Amazônia Legal ainda abrange grande parte de florestas tropicais, além de outros tipos de vegetações. Sua população engloba brancos, negros e índios, dos quais alguns ainda vivem em tribos espalhadas pelas regiões de reserva, como os Ianomâmi, Maku, Assurini e outros.
Efeitos da Seca na Amazônia
Tradicionalmente, sabemos que a Amazônia é rica em cobertura florestal, em água e possui grandes quantidades de elementos biológicos favoráveis à vida, porém, além dos desmatamentos, a floresta amazônica já convive com outra ameaça, a seca. Segundo estudos científicos recentes, a florestas pode levar muitos anos, até séculos para se recuperar dos efeitos nocivos causados pela seca.
A seca amazônica põe em risco a sobrevivência de espécies da fauna e flora da região, principalmente, se a ocorrência de secas for mais frequente. A partir de análises sobre modelos de mudanças climáticas gerados para estudar a região, extensas áreas florestais desapareceriam dando lugar às savanas ou outros tipos de composições vegetais. As afirmações foram confirmadas na revista PNAS, na qual informações demonstravam as primeiras avaliações sobre a grande seca ocorrida em 2005 na Amazônia.
Em 2009, quatro anos depois, os impactos da grande seca já eram percebidos na cobertura florestal da Amazônia, a cobertura florestas também é referido como “dossel”. Em 2010, ocorreu uma nova grande seca na região, apesar do aumento da ocorrência de chuvas em períodos intermediários.
A seca amazônica põe em risco a sobrevivência de espécies da fauna e flora da região, principalmente, se a ocorrência de secas for mais frequente. A partir de análises sobre modelos de mudanças climáticas gerados para estudar a região, extensas áreas florestais desapareceriam dando lugar às savanas ou outros tipos de composições vegetais. As afirmações foram confirmadas na revista PNAS, na qual informações demonstravam as primeiras avaliações sobre a grande seca ocorrida em 2005 na Amazônia.
Em 2009, quatro anos depois, os impactos da grande seca já eram percebidos na cobertura florestal da Amazônia, a cobertura florestas também é referido como “dossel”. Em 2010, ocorreu uma nova grande seca na região, apesar do aumento da ocorrência de chuvas em períodos intermediários.
As análises sobre as consequências da seca amazônica foram feitas a partir de imagens de satélite no espectro de micro-ondas, dados que permitiram verificar variações de parâmetros de umidade e biomassa em áreas de florestas. A seca de 2005, causou redução de biomassa e ressecamento do dossel, essas consequências eram percebidas também durante a segunda seca em 2010.
Segundo os pesquisadores, caso a seca amazônica ocorra numa frequência de 5 a 10 anos de intervalo, as consequências poderão gerar efeitos cumulativo sobre a estrutura biológica da floresta amazônica. As pesquisas publicadas foram realizadas pela Nasa, nos EUA, com colaboração de pesquisadores brasileiros da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e Liana Anderson, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados compreendem registros feitos até 2009, com previsões calculadas para 2010.
Nas conclusões, as florestas intocadas são mais resistentes à seca sazonal, diferente do verificado em áreas mexidas pelo homem. Porém, a resposta da floresta à seca ainda é muito complexa, gerando a necessidade de estudos mais aprofundados.
Segundo os pesquisadores, caso a seca amazônica ocorra numa frequência de 5 a 10 anos de intervalo, as consequências poderão gerar efeitos cumulativo sobre a estrutura biológica da floresta amazônica. As pesquisas publicadas foram realizadas pela Nasa, nos EUA, com colaboração de pesquisadores brasileiros da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e Liana Anderson, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados compreendem registros feitos até 2009, com previsões calculadas para 2010.
Nas conclusões, as florestas intocadas são mais resistentes à seca sazonal, diferente do verificado em áreas mexidas pelo homem. Porém, a resposta da floresta à seca ainda é muito complexa, gerando a necessidade de estudos mais aprofundados.
Ecossistema de Água Doce na Amazônia
Segundo estudo publicado na revista científica Conservation Letters, os ecossistemas de água doce na região Amazônica estão suscetíveis à degradação ambiental, o consequente desequilíbrio ambiental abrange rios, lagos e demais áreas abrangidas pela bacia amazônica. A degradação é causada pelo desmatamento, construção de barragens, hidrovias, poluição e exploração de animais e vegetais.
O estudo foi elaborados por pesquisadores brasileiros e norte-americanos, com a participação de importantes instituições, a WHRC (Woods Hole Research Center), o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), UCSB (Universidade da Califórnia em Santa Barbara) e TNC (The Nature Conservancy).
É de conhecimento geral que a Bacia Amazônica escoa 20% do volume de água doce existente no mundo. No Brasil, está situado 60% de toda a bacia, cuja área transnacional ocupa 40% do território da América do Sul e 5% da superfície da Terra. A sua área total é de aproximadamente 6,5 milhões de km².
O estudo foi elaborados por pesquisadores brasileiros e norte-americanos, com a participação de importantes instituições, a WHRC (Woods Hole Research Center), o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), UCSB (Universidade da Califórnia em Santa Barbara) e TNC (The Nature Conservancy).
É de conhecimento geral que a Bacia Amazônica escoa 20% do volume de água doce existente no mundo. No Brasil, está situado 60% de toda a bacia, cuja área transnacional ocupa 40% do território da América do Sul e 5% da superfície da Terra. A sua área total é de aproximadamente 6,5 milhões de km².
Muitas comunidades ribeirinhas e indígenas são dependentes dos recursos naturais retirados dos rios para a alimentação e geração de renda, conhecidos como “povos da água”, os amazônidas são os mais prejudicados pela degradação ambiental e perdas no ecossistema de água doce na região.
O consumo de peixe pelos ribeirinhos na região da Amazônia brasileira é de 94 quilos ao ano, seis vezes acima da média mundial. Porém, o aumento da demanda pela pesca e a diminuição da quantidade de espécies de peixes de grande porte gera a diminuição do tamanho das espécies de peixes mais pescadas. No início do século XX, o tamanho médio dos peixes mais pescados era de 200 centímetros, nos dias atuais, é de 80 centímetros.
Outra grande ameaça aos ecossistemas de água doce da Amazônia é a construção de hidrelétricas, cujos projetos geram alterações em larga escala da estrutura natural dos rios da bacia. Na região há 154 usinas hidrelétricas em operação e mais 21 usinas em construção. Somadas ao processo de desmatamento, as usinas hidrelétricas na Amazônia ameaçam o sistema hidrológico da Amazônia, incluindo alterações locais no ciclo das chuvas.
O consumo de peixe pelos ribeirinhos na região da Amazônia brasileira é de 94 quilos ao ano, seis vezes acima da média mundial. Porém, o aumento da demanda pela pesca e a diminuição da quantidade de espécies de peixes de grande porte gera a diminuição do tamanho das espécies de peixes mais pescadas. No início do século XX, o tamanho médio dos peixes mais pescados era de 200 centímetros, nos dias atuais, é de 80 centímetros.
Outra grande ameaça aos ecossistemas de água doce da Amazônia é a construção de hidrelétricas, cujos projetos geram alterações em larga escala da estrutura natural dos rios da bacia. Na região há 154 usinas hidrelétricas em operação e mais 21 usinas em construção. Somadas ao processo de desmatamento, as usinas hidrelétricas na Amazônia ameaçam o sistema hidrológico da Amazônia, incluindo alterações locais no ciclo das chuvas.
Efeitos Climáticos Mata 17% a Mais de Árvores na Amazônia
Efeito climático pode ter matado 17% mais árvores na Amazônia, diz estudo. Destruição da floresta por secas e chuvas foi subestimada, diz cientista. Pesquisadores criaram ferramenta para fazer análise mais precisa.
Um estudo realizado em conjunto entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros aponta que o número de árvores mortas na Amazônia por conta de tempestades, secas e outros fenômenos climáticos é subestimado em análises tradicionais, podendo ser de 9% a até 17% maior do que o previsto anteriormente.
A mortalidade destas árvores tem sido ignorada porque as análises comuns se baseiam apenas em trabalho de campo e em inventários florestais, disse ao G1 o pesquisador Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenador do grupo brasileiro que participou do estudo.
A pesquisa foi publicada nesta semana no site da renomada revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", mantida pela Academia Americana de Ciências. Além do Inpa, também participaram cientistas da Universidade da Califórnia, da Universidade Tulane e do Laboratório Nacional de Berkeley, todos nos EUA, além de pesquisadores do Instituto Max Planck para Biogeoquímica, na Alemanha.
Para dar uma ideia da força que eventos meteorológicos têm sobre a Amazônia, Higuchi citou como exemplo uma grande tempestade ocorrida na floresta, em janeiro de 2005, que destruiu mais de 500 milhões de árvores segundo suas contas. O fenômeno teve rajadas de vento de até 140 km/h.
Um estudo realizado em conjunto entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros aponta que o número de árvores mortas na Amazônia por conta de tempestades, secas e outros fenômenos climáticos é subestimado em análises tradicionais, podendo ser de 9% a até 17% maior do que o previsto anteriormente.
A mortalidade destas árvores tem sido ignorada porque as análises comuns se baseiam apenas em trabalho de campo e em inventários florestais, disse ao G1 o pesquisador Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenador do grupo brasileiro que participou do estudo.
A pesquisa foi publicada nesta semana no site da renomada revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", mantida pela Academia Americana de Ciências. Além do Inpa, também participaram cientistas da Universidade da Califórnia, da Universidade Tulane e do Laboratório Nacional de Berkeley, todos nos EUA, além de pesquisadores do Instituto Max Planck para Biogeoquímica, na Alemanha.
Para dar uma ideia da força que eventos meteorológicos têm sobre a Amazônia, Higuchi citou como exemplo uma grande tempestade ocorrida na floresta, em janeiro de 2005, que destruiu mais de 500 milhões de árvores segundo suas contas. O fenômeno teve rajadas de vento de até 140 km/h.
Nova ferramenta
Para fazer uma avaliação mais precisa do número de árvores destruídas por fenômenos climáticos e de sua contabilização nas emissões de CO2 pela floresta, os cientistas desenvolveram uma nova ferramenta que combina imagens de satélite da Amazônia e levantamentos "in loco".Batizado de Trecos ("Tropical Tree Ecosystem and Community Simulator", no nome em inglês), o modelo foi preparado com imagens de satélite de uma série histórica com mais de 20 anos.
"Medir os efeitos do desmatamento é relativamente fácil, hoje em dia há vários métodos em campo e boa cobertura de satélite. Mas fenômenos como chuvas, tempestades e seca não seguem um padrão, são espalhados por toda a Amazônia. Há muita dificuldade de se chegar em certas áreas da floresta", afirma Higuchi.
Vítima do clima
A Amazônia vai ser cada vez mais vítima de efeitos agravados das mudanças climáticas, como secas prolongadas, diz o pesquisador brasileiro. No sul do Pará, principalmente, estiagens costumam ser extensas. "Há regiões que passam três, quatro meses sem uma gota de água", diz Higuchi.Ele pondera que fenômenos como o El Niño estão afetando a Amazônia de maneira cada vez mais irregular. "Fenômenos climáticos, como secas e tempestades, estão ficando mais intensos, não só na floresta, como no Brasil e no mundo todo", afirma o pesquisador.
Ele demonstra preocupação com as emissões de CO2 que decorrem das árvores mortas por efeito do clima e que não são medidas de forma correta no Brasil. Para o pesquisador, este número também está subestimado. "Pode até dobrar o valor das nossas emissões de gás carbônico, por conta do que não está sendo medido", comenta.
Higuchi considera que a Amazônia precisa se preparar para possíveis mudanças no ambiente, efeitos do aquecimento global e outros fenômenos. Para ele, é preciso "dimensionar as vulnerabilidades da região".
Perfil de Desenvolvimento da Amazônia
A Amazônia brasileira compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte dos estados de Mato Grosso e do Maranhão, Correspondendo a uma área de aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, a área com fisionomia florestal ocupa cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados. A Amazônia abriga a maior floresta tropical e o maior reservatório de água doce do planeta, alem de representar mais de um terço de toda área de floresta tropical, ela é essencial para o clima e a diversidade biológica do planeta. A região apresenta mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare, 1.400 espécies de peixes, 1.300 de pássaros e 300 de mamíferos, totalizando mais de 2 milhões de espécies. Possui uma enorme reserva cultural e biológica e um grande potencial econômico em minerais, madeiras, flora, agropecuária, biodiversidade e ainda é a maior fonte natural de produtos farmacêuticos e bioquímicos do mundo. O valor estimado da reserva de madeira da Amazônia é de aproximadamente U$ 5 trilhões de dólares em madeiras de lei. As jazidas minerais conhecidas indicam recursos na ordem de U$ 4 trilhões de dólares.
Muito antes da Amazônia despertar o interesse de ambientalistas do mundo inteiro, a região já despertava o interesse econômico, principalmente ligado ao extrativismo vegetal que impulsionou sua ocupação e povoamento. A região foi invadida por holandeses, ingleses e franceses, que ali ergueram vários fortes durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Produtos como o guaraná o urucum e alguns tipos de pimentas renderam bons lucros no mercado internacional. Portugal só arganizou a primeira expedição à região em 1615 e logo montou sua primeiras fortalezas.
A ocupação da Amazônia envolveu culturas em interesses sociais e econômicos divergentes: Índios, ribeirinhos, seringueiros, latifundiários, trabalhadores rurais, garimpeiros, pistoleiros profissionais, castanheiros, madeireiros, religiosos, sem terras, soldados e cientistas. A diversidade Amazônica está presente com os mais de 22 milhões de habitantes da região o que muitas vezes podem gerar conflitos de caráter divergentes.
Colonização da Amazônia
O interesse dos europeus na Amazônia vinculou-se à procura de metais preciosos, características das práticas mercantilistas. Pelo acordo de Tordesilhas a região pertencia à Coroa Espanhola.
A Amazônia desenvolveu-se de forma irregular, com longos períodos de estagnação sucedendo-se aos breves surtos de crescimento econômico e demográfico. As fases de avanço do movimento povoador, desde a do extrativismo florestal até a da expansão seringueira.
Durante o regime colonial, a amazônia foi mantida em isolamento em relação aos territórios que compunham o restante do país. Sua evolução política e econômica sempre ficou à margem das ocorrências na sede do governo colonial.
O século XIX transcorreu sem que se verificasse algum progresso relevante no desenvolvimento da Amazônia,destacando-se apenas o carecimento transitório do ciclo da borracha já no final do século.
O Indígena
O confinamento progressivo, a escravidão e por vezes, o massacre dos nativos foram praticados durante quase todo o período de ocupação da Amazônia. Alem das chachinas acasionais, o simples contato com uma cultura estranha contribuiu para o extermínio em massa dos indígenas, pois deixava-os expostos à contaminação de enfermidades, alem do desgaste físico a que esteve sujeito na execução de trabalhos forçados.
Colonização Portuguesa
As primeiras explorações europeias no vale amazônico foram realizadas pelos espanhóis com as expedições de Vicente Pinzón (1500) e Francisco Orellana (1442). Com a união das coroas ibéricas. Os Luso-brasileiros ultrapassaram os limites fixados em Tordesilhas.
Ciclos Econômicos
Logo após o tratado de Madrid (1750) o governo de Pombal expandiu as fronteiras amazônicas e expulsou os missionários, difundiu lavouras comerciais, como o cacau e a cana-de-açucar.
Com o crescimento das indústrias automobilística nos Estados Unidos, provocou uma corrida à borracha das seringueiras. O povoamento da Amazônia foi favorecido pela decadência econômica do Maranhão e por secas devastadoras, ocorridas no Nordeste. Os nordestinos penetraram os vales amazônicos, fixando-se nas áreas mais ricas em héveas. Até 1913 a Amazônia teve grande crescimento econômico devido a extração da borracha. Essa prosperidade ocorreu sobretudo em Belém e Manaus. Os Estados Unidos eram o principal importador da borracha, a Inglaterra controlava o comércio e o transporte da matéria prima da seringueira. Com a implantação da cultura da borracha no Sudeste asiático (Malásia) a economia amazônica entrou em colápso. Entre 1920 e 1940, a população amazônica estagnou-se, os trabalhadores abandonaram os seringais e migraram para outras regiões e para as cidades onde viviam em regime de desemprego e subemprego. Até esse período de ocupação da Amazônia não tinha ocorrido a exploração efetiva da madeira da região, pois a exploração se deu de forma extrativista e, portanto, a exploração era de forma sustentável.
A exploração de castanha-do-pará, de gomas não elásticas e de madeiras foi incapaz de tirar a amazônia da crise Econômica e social em que se encontrava. A partir de 1929, os nipônicos começaram a fixar-se em vários pontos da região amazônica. Tomé-Açu, no Pará, tornou-se o assentamento mais importante na produção de pimenta, tornando uma das maiores receitas da região.
A Partir da década de 1930, novas atividades econômicas surgiram na Amazônia. Durante a Segunda guerra mundial, com a ocupação japonesa da Malásia, os aliados incentivaram a reintrodução da política de exploração da borracha. O governo brasileiro, mais uma vez, aliciou nordestinos para a Amazônia para a produção de borracha com o objetivo de suprir as necessidades do britânicos e norte-americanos. No entanto esse novo ciclo da Borracha só permaneceu enquanto durou a guerra.
Atualmente a região amazônica produz mais de 90% da pimenta-do-reino e das fibras dura de todo o Brasil, alem de manter a economia de extrativista do País.
A antiga Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia (SPVA), hoje denominada Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) empreendeu esforços significativos de planejamento e desenvolvimento da Amazônia, implantando várias indústrias com a implantação da zona Franca de Manaus (Suframa), alem das indústrias de tecelagem e fiação de juta no Pará, uma refinaria de petróleo em Manaus e diversas outras fábricas em Belém, no Pará, como cervejarias (Cerpa), tintas, óleos comestíveis. O surto industrial de Belém ocorreu paralelo à criação da Zona Franca de Manaus.
Os recursos minerais recentemente descobertos abriram novas perspectivas para a economia da amazônia, com a descoberta de novas jazidas de ferro no Pará e no vale do Jatapu no Amazonas. O Amapá tornou-se um grande produtor de manganês, com a exploração do minério na serra do Navio, a cassiterita descoberta a partir da década de 1960 no então Território de Rondônia, é hoje muito explorado neste e no no estado do Amazonas.
A abertura da rodovia Belém-Brasília em 1960, comprovou que uma rede rodoviária de tráfego permanete com o intuito de fixar colônos ao redor destas rodovias, foram sendo implatados, alem de novos eixos rodoviários na região.
Nas décadas de 1950 e 1960 a ocupação da Amazônia teve um caráter de fronteira agrícola, impulsionada por frentes camponesas e por fazendeiros que se apossavam das terras num movimento bastante espontâneo, simultâneo ou anterior à construção das rodovias.
O monopólio da terra confere à fronteira amazônica uma especificidade que lhe reduz o caráter de fronteira agrícola: a produção agropecuária é limitada, embora realizada por uma variedade de agentes e formas de organização da produção.
A exploração de recursos minerais em grande escala e o crescimento da fronteira agrícola junto à pecuária, configura o perfil de uma nova fase da expansão econômica da Amazônia. Grandes projetos minerais e agropecuários controlados por grandes empresas e proprietários, alem das empresas estatais e multinacionais. Contribuindo para a economia planetária e se integrando às corporações transnacionais. É a partir daí que o desenvolvimento da Amazônia se caracteriza com a ocupação de grandes áreas territoriais na região, consequentemente a degradação se inicia, pondo em alerta a sociedade, o governo e as entidades ambientalistas para que se implante políticas mitigadoras e compensatória através de leis que controlem a exploração dos recurso naturais da Amazônia, com o objetivo de crescimento econômico, porém de forma sustentável.
Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia
O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia foi criado pelo Decreto Estadual N 2.211 de 30/03/2010, publicado no Diário Oficial de 01/04/2010. Com um pouco mais de 6 mil hectares, localiza-se nos municípios de Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Isabel do Pará, região de formações pioneiras, predominantemente localizado na bacia hidrográfica do marajó, mas parcialmente (3%) na bacia hidrográfica do Pará. Segundo dados INPE 2009, há 1172 hectares desmatados no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia.
Usos da Terra na Amazônia
Resultados inéditos sobre florestas e uso da terra na Amazônia mostram que a agricultura é responsável por 4,9% do desmatamento. Mais de 60% das matas foram derrubadas para a formação de pastagens. As áreas degradadas representam apenas 0,1%. Além disso, 21% são de vegetação secundária, o que significa processo avançado de regeneração.
Os números apresentados na sexta-feira (02/09/2011), no Palácio do Planalto, são de levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com participação do Ministério do Meio Ambiente e Banco Mundial. O estudo mapeou 18% do bioma já desmatados até 2008, classificando as situações em cada um dos nove estados da região.
Estudo - Os números apresentados no Palácio do Planalto fazem parte do Projeto TerraClass. Dentre os resultados obtidos, destacam-se que as áreas desflorestadas até 2008 correspondem a 719 mil Km² e que a cobertura de maior abrangência está associada às áreas de pastagem, totalizando 447 mil km², distribuídos em 335 mil de pastos limpos (em processo produtivo com gramíneas entre 90% e 100%), 63 mil de pastos sujos (em processo produtivo, mas associado à vegetação arbustiva por falta de investimentos), 48 mil com regeneração com pasto (em regeneração) e 594 de pastos com solos expostos (após corte raso da floresta e uso agropastoril, pelo menos 50% do solo não têm nenhum tipo de vegetação). As áreas de agricultura anual totalizam 35 mil km².
Os números apresentados na sexta-feira (02/09/2011), no Palácio do Planalto, são de levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com participação do Ministério do Meio Ambiente e Banco Mundial. O estudo mapeou 18% do bioma já desmatados até 2008, classificando as situações em cada um dos nove estados da região.
Estudo - Os números apresentados no Palácio do Planalto fazem parte do Projeto TerraClass. Dentre os resultados obtidos, destacam-se que as áreas desflorestadas até 2008 correspondem a 719 mil Km² e que a cobertura de maior abrangência está associada às áreas de pastagem, totalizando 447 mil km², distribuídos em 335 mil de pastos limpos (em processo produtivo com gramíneas entre 90% e 100%), 63 mil de pastos sujos (em processo produtivo, mas associado à vegetação arbustiva por falta de investimentos), 48 mil com regeneração com pasto (em regeneração) e 594 de pastos com solos expostos (após corte raso da floresta e uso agropastoril, pelo menos 50% do solo não têm nenhum tipo de vegetação). As áreas de agricultura anual totalizam 35 mil km².
Desmatamento na Amazônia Pode Afetar o Regime de Chuvas no Mundo Inteiro
A destruição e a consequente perda de floresta tropical pode afetar pessoas a milhares de quilômetros de distância. O desmatamento pode causar uma grave redução das chuvas nos trópicos, com graves consequências para as pessoas, não só nesta região, mas em áreas vizinhas, disseram pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e do Centro de Ecologia e Hidrologia do Conselho de Pesquisa Ambiental Britânico.
O ar que passa sobre grandes áreas de floresta tropical produz pelo menos duas vezes mais chuva do que o que se move através de áreas com pouca vegetação. Em alguns casos, florestas contribuem para o aumento de precipitação a milhares de quilômetros de distância, de acordo com o estudo publicado na revista Nature.
Considerando as estimativas futuras de desmatamento, os autores afirmam que a destruição da floresta pode reduzir as chuvas na Amazônia em 21% até 2050 durante a estação seca.
"Nós descobrimos que as florestas na Amazônia e na República Democrática do Congo também mantêm a precipitação nas periferias destas bacias, ou seja, em regiões onde um grande número de pessoas depende dessas chuvas para sobreviver", disse o autor da pesquisa, Dominick Spracklen, da Escola sobre a Terra e o Ambiente da Universidade de Leeds.
"Nosso estudo sugere que o desmatamento na Amazônia ou no Congo poderia ter consequências catastróficas para as pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância em países vizinhos."