A
China é considerada a locomotiva do crescimento econômico mundial devido à
rápida expansão de seu desenvolvimento econômico e industrial. Esse crescimento
tem sido acompanhado de uma expansão da população urbana e da emergência de um
número de grandes cidades a partir dos anos 1990. Consequentemente, o consumo
de energia aumentou enormemente, assim como as emissões de poluentes
atmosféricos e os problemas de saúde associados. A poluição do ar e da água
resulta nos problemas ambientais mais sérios, mas outras questões ambientais
incluem a diminuição de recursos hídricos, o desmatamento acelerado e as
ameaças à saúde humana que surgem a partir das mudanças climáticas. Assim, o
tamanho do país e da população somados à velocidade do desenvolvimento tornam
os problemas ambientais da China relevantes para o resto do mundo, não apenas
pelo impacto de suas demandas sobre os preços mundiais, mas também na poluição
transfronteiriça sob a forma das tempestades de chuva ácida e de poeira, e nas
contribuições para a mudança do clima.
Nesse
sentido, a ação governamental na China enfrenta, constantemente, o dilema entre
priorizar o crescimento econômico ou a proteção do meio ambiente desde a
introdução das reformas de Deng Xiaoping (conhecidas como as Quatro
Modernizações) e abertura para o mercado internacional, em 1978. Ao longo de
sua história, a China considerou a natureza como um fator limitante a ser
dominado ou superado, ao invés de ser algo a ser aceito e preservado. Para o
governo central e para muitos chineses essa atitude começou a mudar a partir do
final da década de 1970, quando foram criadas a legislação e as instituições de
proteção ambiental. As leis para proteger o ambiente na China são consideradas
as mais desenvolvidas dentre todas as nações emergentes, ao menos no papel. Existe
um ministério responsável apenas pela promoção e reforço das leis ambientais, a
chamada Agência de Proteção Ambiental do Estado. Além disso, organizações não
governamentais (ONGs) preocupadas com a proteção ambiental foram criadas e
mesmo encorajadas, de maneiras específicas, pelo governo chinês. Ações legais
contra poluidores foram abertas nas cortes, com algum sucesso. Entretanto, no
nível municipal, a eficácia das leis de proteção ambiental são severamente
enfraquecida dadas a grande burocracia administrativa, conflitos de interesses
e corrupção severa.
A
China tem se preocupado, cada vez mais, com as questões ambientais tanto de uma
perspectiva doméstica quanto global. Isso se deu graças à conscientização do
governo sobre a urgente necessidade de frear a degradação da natureza em função
de seus efeitos adversos e também devido à ação da sociedade civil que
pressionou os governos a cuidarem do meio ambiente.
Nesta
seção exploraremos as preocupações ambientais do país, da perspectiva
governamental, através de ações e políticas relativas ao ambiente, bem como do
estabelecimento do movimento ambiental. Também faremos algumas considerações
sobre o papel da China no que diz respeito às mudanças globais, tais como as
mudanças climáticas.
Por Leila da Costa Ferreira
Fabiana Barbi
Tradução de Germana Barata
Por Leila da Costa Ferreira
Fabiana Barbi
Tradução de Germana Barata