Uma nova espécie de peixe encontrada no Rio Aripuanã, em Mato Grosso,
foi descrita cientificamente por pesquisadores brasileiros. Denominado Trachycorystes menezesi, a espécie é popularmente conhecida por "peixe-chinelão" devido à sua aparência achatada.
O peixe-chinelão foi encontrado em uma área próxima ao município de Aripuanã pelo pesquisador Heraldo Britski, professor aposentado da Universidade de São Paulo, em 1976, durante expedição feita à região, na época considerada inóspita.
Segundo
Britsky, o animal só foi descrito em 2011, com artigo publicado na
revista científica "Neotropical Ichthyology", devido à "falta de tempo".
O nome "menezesi" foi uma homenagem ao explorador Naércio Menezes, um dos condutores da expedição em 1976.
Trachycorystes menezesi ou peixe-chinelão, nova espécie descrita por pesquisadores brasileiros e que foi descoberta no Mato Grosso (Foto: Divulgação/HeraldoBritski) |
Características
Com aproximadamente 40 centímetros de comprimento e de cor alaranjada, o peixe-chinelão é uma espécie endêmica (vive apenas em uma região geográfica). Ele pode ser encontrado nas águas do Rio Aripuanã, próximo à formação das cachoeiras de Dardanelos e Andorinhas.
Com aproximadamente 40 centímetros de comprimento e de cor alaranjada, o peixe-chinelão é uma espécie endêmica (vive apenas em uma região geográfica). Ele pode ser encontrado nas águas do Rio Aripuanã, próximo à formação das cachoeiras de Dardanelos e Andorinhas.
“Na época existia um povoado naquela região. Nós subíamos de barco pelo
Rio Madeira para depois entrar no afluente do Aripuanã. Foram descritas
várias espécies endêmicas naquela área e o Trachycorystes menezesi se soma a elas”, diz o pesquisador.
Segundo o pesquisador, com o avanço das cidades sobre a floresta e a
construção de usinas hidrelétricas na região, algumas espécies que
sequer foram descritas pelo meio científico podem ter desaparecido.
De acordo com Britski, o peixe-chinelão pode não ter seguido o mesmo
destino, mas sua população poderia ter sido reduzida. “A destruição da
mata pode levar à extinção daquilo que não foi revelado. O problema é
conseguir conservar e impedir que a destruição represente a extinção de
outras espécies”, afirma Britski.