Cobras Peçonhentas da África

Cobras Peçonhentas da África

Cobras Peçonhentas da África
Como na Austrália e em outras parte do mundo, algumas das mais tóxicas serpentes peçonhentas na África não são necessariamente perigosas para o homem, ou porque são tímidas e evitam o contato, ou vivem em áreas remotas e não são amplamente distribuídas. Um exemplo disso é a boomslang, que tem um veneno muito tóxico, mas normalmente não é agressiva com seres humanos, ou amplamente distribuída em áreas povoadas.

A África é um continente enorme com uma variedade de habitats, de desertos à florestas tropicais. Ela suporta várias espécies e subespécies de serpentes peçonhentas, em diferentes áreas geográficas. É muito difícil obter estatísticas precisas de picadas de serpentes da região, devido à falta de modernas instalações médicas e informações sobre saúde pública. Estima-se entretanto, que muitas pessoas são picadas e morrem como resultado de seu envenenamento, a cada ano.

Mamba-negra (Black Mamba), Dendroaspis polylepis

Mamba-negra (Black Mamba), Dendroaspis polylepis
A mamba-negra é a maior serpente peçonhenta da África, com um comprimento médio de cerca de 2,5 m, podendo chegar aos 4,3 m. É a segunda serpente peçonhenta mais longa do mundo, excedida em comprimento apenas pela cobra-rei. Seu nome é derivado da coloração negra dentro da boca, ao contrário da cor real da sua pele, que varia de verde-amarelado ao cinza metálico. É a serpente mais rápida do mundo, capaz de mover-se a 4,3-5,4 m por segundo (16-20 km/h).

O veneno da mamba-negra é composto principalmente de neurotoxinas potentes. Embora apenas 10 a 15 mg de seu veneno seja mortal para um ser humano adulto, sua picada fornece cerca de 100-120 mg de veneno, em média, mas pode fornecer até 400 mg de veneno em uma única picada. Uma picada de mamba-negra pode, potencialmente, matar um ser humano dentro de 20 minutos ou menos, dependendo da natureza da picada e da área picada, mas a morte geralmente ocorre após 30-60 minutos, em média, às vezes levando até três horas.

Antes do soro antiofídico ser amplamente disponível, uma picada de mamba-negra era 100% fatal. Infelizmente, o soro antiofídico ainda não está disponível nas zonas rurais da área de ocorrência da mamba-negra, e as mortes ainda são frequentes.

Distribuição Geográfica: Nordeste da República Democrática do Congo, Sudão, Etiópia, Eritréia, Somália, Quênia, Uganda, Tanzânia, Moçambique, Suazilândia, Malawi, Zâmbia, Zimbábue, Botswana, Namíbia, KwaZulu-Natal na África do Sul.

Víbora-do-gabão (Gaboon Viper), Bitis gabonica
Víbora-do-gabão (Gaboon Viper), Bitis gabonica
A víbora-do-gabão não é apenas o maior membro do gênero Bitis, mas também a víbora mais pesada do mundo e tem as maiores presas (até 5 cm), e a maior produção de veneno dentre as serpentes peçonhentas. Os adultos têm em média 1,20-1,50 m de comprimento, com um máximo de 2 m.

Picadas de víboras-do-gabão são relativamente raras, devido à sua natureza dócil e o fato de que sua ocorrência é limitada principalmente a áreas de floresta tropical. No entanto, quando ocorre uma picada sempre deve ser considerada uma emergência médica grave. O soro antiofídico deve ser administrado o mais rapidamente possível para salvar a vida da vítima, se não o membro afetado. Possui um veneno hemotóxico. Suas glândulas de veneno são enormes e cada picada produz as maiores quantidades de veneno dentre as serpentes peçonhentas, cerca de 200-1000 mg de veneno.

Distribuição Geográfica: Guiné, Gana, Togo, Nigéria, Camarões, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Sudão, Uganda, Quênia, Tanzânia, Zâmbia, Malawi, Zimbábue, Moçambique KwaZulu-Natal na África do Sul.

 
Boomslang, Dispholidus typus
Boomslang, Dispholidus typus
A boomslang é uma serpente peçonhenta da família Colubridae. É uma serpente tímida e de hábitos arborícolas, e picadas geralmente ocorrem somente quando as pessoas tentam manipular, capturar ou matar o animal.

Muitos membros da família Colubridae são inofensivos aos seres humanos por causa de pequenas glândulas de veneno, veneno fraco, ou presas ineficientes. No entanto, a boomslang é uma notável exceção, pois tem um veneno muito potente, que é inoculado através de grandes presas que estão localizadas na parte posterior da mandíbula. As boomslangs podem abrir suas mandíbulas a um ângulo de 90 graus ao picar. A picada de uma boomslang adulta fornece cerca de 1,6-8 mg de veneno. O veneno da boomslang é hemotóxico; ele desativa o processo de coagulação do sangue e a vítima pode morrer em conseqüência de hemorragia interna e externa. O veneno tem ação lenta e pode levar de 24 a 48 horas para  aparecer os sintomas sérios.

Distribuição Geográfica: África subsaariana.

 
Cobra-egípcia (Egyptian Cobra)Cobra-egípcia (Egyptian Cobra), Naja haje
A cobra-egípcia é uma espécie do gênero Naja encontrada na África e na Península Arábica. É uma das maiores espécies de Naja na África. Pode crescer cerca de 1,5-2,4 m de comprimento. As características mais reconhecíveis de uma cobra-egípcia são a sua cabeça e capuz. É uma serpente terrestre e noturna. Quando ameaçada, ela assume uma postura ereta típica e expande seu capuz.

O veneno da cobra-egípcia é principalmente neurotóxico e a quantidade média de veneno normalmente atinge 175-200 mg em uma única picada. Seu veneno afeta o sistema nervoso, interrompendo a transmissão dos sinais nervosos para os músculos e em fases posteriores interrompe os sinais nervosos transmitidos para o coração e os pulmões, causando a morte devido à completa falência respiratória. Ao contrário de algumas outras cobras africanas (por exemplo, a cobra-cuspideira-vermelha), essa espécie não "cospe" veneno.

Distribuição Geográfica: Norte da África, África Ocidental ao sul do Sahara, bacia do Congo, Quênia, Tanzânia, e em partes do sul da Península Arábica.

Víbora-ariete (Puff Adder), Bitis arietansVíbora-ariete (Puff Adder), Bitis arietans
A víbora-ariete é encontrada em uma variedade de habitats na África e é amplamente distribuída. É freqüentemente encontrada nas proximidades de assentamentos humanos. O tamanho médio é de cerca de 1 m de comprimento e é muito robusta.

Essa espécie é responsável por mais mortes do que qualquer outra serpente africana. Isto é devido a uma combinação de fatores, incluindo sua ampla distribuição, ocorrência comum, tamanho grande, veneno potente que é produzido em grandes quantidades, longas presas, seu hábito de se aquecer em trilhas e de se manter calma quando há aproximação de pessoas. Quando perturbada, ela faz um som de assobio alto e contínuo, adotando uma postura defensiva bem enrolada com a parte dianteira de seu corpo em forma de "S". Ela pode atacar de repente e em alta velocidade.

O veneno tem efeito citotóxico e é um dos mais tóxicos dentre as víboras com base em DL50. A víbora-ariete normalmente injeta entre 100-350 mg de veneno em uma única picada. Cerca de 100 mg do seu veneno é considerado ser o suficiente para matar um ser humano adulto saudável, com a morte ocorrendo após 25 horas.

Distribuição Geográfica: É uma serpente muito comum e de ampla distribuição na África. É encontrada do sul da África subsaariana a África do Sul.

Naja mossambica
Cobra-cuspideira-de-moçambique (Mozambique Spitting Cobra), Naja mossambica
A cobra-cuspideira-de-moçambique é uma serpente muito comum nas regiões de savana da África tropical e subtropical. São frequentemente encontradas em cupinzeiros abandonados, buracos de roedores e próximas de assentamentos humanos.Os adultos têm um tamanho médio de 0,90-1,0 m de comprimento, com tamanho máximo de 1,5 m.

Essa serpente é agitada e muito nervosa. Quando confrontada de perto pode se elevar até dois terços de seu comprimento, abrir seu capuz e prontamente "cuspir" seu veneno à distância, como forma de defesa. Ao fazer isso, o veneno pode ser ejetado a uma distância de 2-3 m, com uma precisão extraordinária.

A cobra-cuspideira-de-moçambique não costuma picar, apesar de seu comportamento agressivo, mas sua picada causa destruição local dos tecidos grave. Se o veneno atingir os olhos pode causar cegueira. O veneno é potencialmente citotóxico e neurotóxico.

Distribuição Geográfica: Angola, Botsuana, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe.

Fontewww.terraselvagem.com
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