Aveia (Avena sativa)
Aveia é uma gramínea do gênero Avena, do qual são conhecidas várias
espécies. Cereal de relativa importância nas regiões de climas
temperados, a aveia é muito utilizada na alimentação animal. Acredita-se
que se originou da Anatólia ou na Europa ocidental, de onde se espalhou
para outras partes do mundo.
O cultivo da aveia remonta a tempos imemoriais. Descobertas arqueológicas revelaram sua utilização em povoados pré-históricos e aldeias da Europa central e do oeste asiático.
Entre as principais espécies de aveia, distinguem-se as diploides (Avena brevis, A. wiestii, A. strigosa e A. nudibrevis), as tetraplóides (A. barbata e A. abyssinica) e as hexaplóides (A. sativa diffusa, A. sativa orientalis, A. byzantina, A. nuda, A. fatua e A. sterilis). A maioria dos tipos cultivados pertence à espécie A. sativa e sobretudo à subespécie A. sativa diffusa, cujas panículas se ramificam e se abrem à semelhança de galhos de uma árvore.
Acredita-se que a Avena sativa se originou da aveia selvagem, A. fatua, o que deve ter ocorrido no norte da Europa. Em regiões um pouco mais quentes, onde a aveia comum não cresce bem, cultiva-se a aveia vermelha, A. byzantina, que é originária da aveia selvagem vermelha, A. sterilis.
A planta da aveia cresce até cerca de 1,5m de altura, mas há variedades de porte baixo (sessenta centímetros). Cada planta produz três a cinco colmos ocos, cujo diâmetro tem cerca de meio centímetro. As folhas são estreitas, com cerca de 1,5cm de largura e 25cm de comprimento. As flores desenvolvem-se em panículas terminais de dez a cinqüenta centímetros e se reproduzem em espiguetas providas de um pedúnculo curto. Em cada panícula podem existir de 20 a 120 espiguetas. O sistema de reprodução da aveia é do tipo autogâmico: as flores se autofecundam naturalmente, isto é, os grãos de pólen depositam-se no estigma da mesma flor.
De modo geral, a aveia se desenvolve melhor em regiões frias e úmidas. Em clima seco e quente os grãos ficam chochos e apresentam baixa produtividade. Além disso, o tempo quente e úmido provoca doenças como a ferrugem e o carvão, às quais muitas variedades são susceptíveis. Contudo, grandes progressos foram alcançados na obtenção de variedades resistentes às doenças e bem adaptadas a ambientes diversos. A aveia é pouco exigente em relação à qualidade do solo; é o cereal que menos problemas apresenta, depois do centeio, pois cresce bem em terrenos de baixa fertilidade, onde o trigo e a cevada não conseguiriam sobreviver.
A colheita da aveia presta-se bem à mecanização. A maior parte da produção destina-se à alimentação dos animais, como cavalos, vacas leiteiras, aves e animais novos de várias espécies. A aveia pode ser fornecida sob a forma de grãos, que são eventualmente misturados a outros produtos. É possível também usar a planta toda como forragem. Em muitas regiões, é utilizada como pastagem para o gado, ou é cortada e fenada. O corte é feito com os grãos ainda em estado leitoso, quando dão feno muito nutritivo e palatável para os animais. Apenas uma pequena proporção, cerca de cinco por cento da aveia em grãos, é usada na alimentação humana. Os grãos são ricos em proteína, óleo, vitamina B1, fósforo e ferro.
A aveia pode também ser industrializada: a partir da destilação da palha, dá o aldeído líquido chamado furfural. A demanda desse solvente na fabricação do nylon cresceu muito nos últimos anos.
Os países que mais produzem aveia são os da Comunidade de Estados Independentes (CEI), os Estados Unidos, Canadá, China, Polônia, Alemanha, França e Austrália. Na América Latina, a Argentina é o maior produtor. Embora a aveia seja um produto grandemente consumido no Brasil (na alimentação de cavalos de corrida e na alimentação humana, de modo geral), seu cultivo limita-se à região sul do país: Paraná, Santa Catarina, e, principalmente, Rio Grande do Sul.
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