Babaçu (Orbignia speciosa)
A denominação Babaçu (Orbignia speciosa) é comum a várias palmeiras brasileiras conhecidas também por outros nomes, como aguaçu, uauaçu, coco-de-macaco e coco-pindoba. Embora sejam conhecidas várias espécies do gênero Orbignia, assumem particular importância, por serem boas produtoras de frutos, Orbignia speciosa (ou O. martiana) e O. olifera, de frutos maiores que a primeira.Um dos mais importantes recursos vegetais do Brasil, o babaçu fornece matéria-prima para o fabrico de sabões e detergentes, margarina e óleos comestíveis, além de atender a um sem-fim de necessidades impostas pela vida cotidiana das populações rurais fixadas em suas áreas de ocorrência.
O caule ou estipe pode alcançar 15m de altura e quarenta centímetros de diâmetro em O. speciosa, que começa a frutificar com sete a oito anos. Existem, em conjunto, 15 a 20 folhas ou palmas, de cinco a dez metros de comprimento, com bainha e pecíolo persistentes e fibrosos. As flores sésseis, providas de cálice, são protegidas por espatas lanceoladas. O fruto, castanho quando maduro, mede de 8 a 15cm de comprimento e cinco a sete de diâmetro. Esse tamanho depende das condições ecológicas e das variedades de cada espécie. Cada fruto pode conter até oito sementes ou amêndoas, que constituem a parte de maior valor, por encerrarem óleo, sais minerais, fibras, proteínas e carboidratos. O óleo é de cor branca, levemente amarelada.
O babaçu ocorre espontaneamente nos estados do Maranhão e Piauí, em terras arenosas e baixas dos vales dos rios Itapecuru, Pindaré, Grajaú, Mearim e Parnaíba, entre a costa e o planalto. Nessa região, a espécie mais comum é a Orbignia speciosa.
Em Minas Gerais, as palmeiras são frequentes ao longo do rio São Francisco e seus afluentes e, ao norte, em direção ao rio Urucuri. Em Goiás, acham-se na região norte, e, em Mato Grosso, a oeste. Solo arenoso e água disponível no solo são de importância para o sistema radicular e é talvez por isso que o babaçu ocorre tão intensamente em certas áreas e de modo muito esparso em áreas vizinhas.
A população das regiões onde vegeta o Babaçu usa o caule e as folhas da planta para a construção de casas rústicas e o palmito em sua alimentação ou na de animais domésticos. Há referências de que o caule pode ser usado na produção de açúcares e proteínas.
Apenas seis a oito por cento do peso do fruto correspondem às sementes, que encerram de 65 a 68% de óleo, utilizável na fabricação de sabões e detergentes e, após a refinação, para fins alimentícios e produção de margarina. Esse óleo é semelhante, em suas propriedades, ao de coco e de dendê e, como alguns outros, possui elevada quantidade de ácido láurico.
Calcula-se que cada palmeira produtiva é capaz de dar cerca de 3,5kg de óleo por ano. A torta de sementes, após a extração do óleo, pode ser utilizada na alimentação de animais e como fertilizante nitrogenado e fosfatado. Assemelha-se, em composição, à torta de coco.
Não há plantações sistemáticas de babaçu. Toda a produção provém de palmeiras espontâneas. Os estados do Maranhão e Piauí são os maiores produtores. A cada ciclo de floração e frutificação, formam-se de dois a seis cachos, cada qual com 150 a 300 frutos, de modo que uma palmeira produz por ano cerca de 800 frutos.
O caule e as folhas do babaçu são utilizados na construção de casas rústicas e o palmito na alimentação doméstica.
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