Banana (M. acuminata, M. balbisiana)
Banana (M. acuminata, M. balbisiana) é o fruto da bananeira, planta da família das musáceas, oriunda do sudeste asiático e cultivada desde tempos imemoriais. Sua classificação no gênero Musa, algo complexa, reúne em quatro espécies as variedades comestíveis mais conhecidas. As variedades nanica e nanicão pertencem assim à espécie M. cavendishii; as bananeiras de frutos muito ricos em amido, e por isso não comidos crus, à M. paradisiaca; as variedades com frutos também ricos em amido, porém maiores e em pequeno número nos cachos, à M. corniculata; as demais variedades, à M. sapientum.
Alimento forte e facilmente digestível, a banana contém cerca de vinte por cento de açúcares e fornece aproximadamente cem calorias por cem gramas de polpa. Além do consumo in natura, que assegura sua intensa comercialização mundial, é também industrializada sob a forma de doces, passa, vinho, farinha e outros produtos.
A essa divisão do gênero em termos práticos contrapõe-se a tendência para classificar as variedades de acordo com sua origem, a partir das bananeiras ancestrais, M. acuminata e M. balbisiana, considerando-se o número de cromossomos existentes nas células. As variedades de maior importância são triplóides, com 33 cromossomos, mas há outras diplóides ou tetraplóides.
Propagação e cultivo
A bananeira cresce a partir de um rizoma que aflora à superfície do solo para a seguir desenvolver-se num pseudocaule de até dez metros de altura. Desse modo, com a seqüência de brotações, ocorre a formação de touceiras. Os pseudocaules são constituídos pela superposição das folhas, que nascem enroladas e se abrem paulatinamente.
Cada pseudocaule dá uma só inflorescência e, por conseguinte, um só cacho, para depois morrer ou ser cortado. Mas a produção de novos cachos fica assegurada pelo desenvolvimento de outros rebentos lançados pelo rizoma. A propagação da bananeira é feita por via vegetativa, com o plantio de partes do rizoma que sejam portadoras de brotos.
Como planta tropical, a bananeira exige temperaturas em torno de 25o C e precipitações mensais de 100 a 150mm. Cultiva-se nos mais variados tipos de solo, mas não se adapta aos que são muito compactos e mal drenados. O cultivo intensivo é feito sob desbaste, com a eliminação dos rebentos fracos e a manutenção de outros, que darão continuidade à touceira.
As doenças mais comuns das bananeiras, combatidas em geral com pulverizações, são as causadas pelos fungos fusarium (mal-de-panamá) e cercospora (mal-de-Sigatoka). Das pragas, a mais temível é a broca, larva de um coleóptero, Cosmopolites sordidus, que perfura os rizomas.
A bananeira foi introduzida na atual República Dominicana em 1516. Na segunda metade do século XIX iniciou-se o comércio mundial, em larga escala, de bananas produzidas na América Central e Antilhas.
O cultivo de banana na América Latina, que passaria a responder, com o tempo, por metade da produção mundial, foi feito a princípio em plantações modestas, por grupos isolados de agricultores. Mais tarde, passou à responsabilidade de companhias estrangeiras -- à frente delas a poderosa United Fruit Co. --, que introduziram técnicas altamente rentáveis de produção. Essas empresas, a maioria de origem americana, instalaram-se graças a concessões feitas por alguns países, principalmente do Caribe, e assumiram o controle do mercado em termos monopolísticos. Devido ao alto índice de rendimento obtido, a banana se tornou sem demora um dos principais produtos da região.
O Brasil, a Colômbia e o Equador situam-se entre os maiores exportadores mundiais. Mas é também muito expressiva a produção em outros países latino-americanos como México, Costa Rica e Honduras, e no Extremo Oriente (Índia, Indonésia, Filipinas e Tailândia).
As variedades mais comuns no Brasil são as chamadas nanica, nanicão, prata, ouro, maçã, figo, d'água, da terra, pai-antônio e são-tomé. A primeira colheita, nas variedades mais precoces, ocorre cerca de um ano após o plantio. Cada cacho, que pode pesar até cinqüenta quilos, contém de cinco a 15 pencas.
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