Primeiro grande predador era um camarão gigante com mega visão
A 500 milhões de anos, criaturas marítimas fugiam de uma criatura
aterrorizante: um gigantesco camarão primitivo, com visão super
desenvolvida. É um dos animais conhecidos mais antigos a ter olhos
compostos, a marca registrada dos insetos modernos e crustáceos.
Anomalocaris – que significa “estranho camarão” – é o
exemplo mais antigo de um bom predador. Com 90 a 200 centímetros, era o
maior animal dos mares Cambriano (fim da era geológica paleozóica). Ele
possuía patas ágeis, que o permitiam agarrar sua presa e coloca-lá na
boca. Sem pernas, ele devia nadar em alto mar.
Os olhos estavam em hastes que saíam da cabeça do camarão, cada um
com dois a três centímetros de diâmetro – o tamanho de uma azeitona.
Eles eram cobertos com lentes, com 70 a 110 micrometros cada. Isso
significa que cada olho tinha pelo menos 16 mil lentes.
“Pouquíssimos animais modernos, particularmente os artrópodes, têm
olhos tão sofisticados”, afirma Paterson. Moscas comuns, por exemplo,
têm apenas 3 mil lentes. As únicas comparáveis são algumas moscas
predadoras que possuem até 28 mil lentes em cada olho.
A visão aguçada do Anomalocaris provavelmente o permitia procurar sua presa nas camadas superiores do oceano, bem iluminadas.
Os primeiros artrópodes – o grupo que abriga os insetos, aranhas e o Anomalocaris – provavelmente tinham olhos compostos. Para utilizar esses olhos, o Anomalocaris
tinha que ter um cérebro razoável. E, de fato, evidências moleculares
sugerem que estruturas chave do cérebro humano vêm desde os primeiros
animais complexos, a pelo menos 600 milhões de anos – muito antes do
estranho camarão.