Campo, Gramíneas ou Ciperaceas
Trato extenso de terra, em que predominam as gramíneas e ciperáceas, o campo pode apresentar relevo horizontal ou ondulado. Região apropriada ao pastoreio, pela abundância de forrageiras e pela facilidade de localização e manejo das reses.
Os campos têm papel destacado na história da pecuária extensiva, e recebem no Brasil vários qualificativos, que buscam traduzir peculiaridades regionais.
São muitas as expressões regionais qualificativas do campo. Assim, campo de lei é aquele de qualidade ideal para a pecuária; campo limpo é o coberto por gramíneas e ervas rasteiras, ao contrário do sujo, que é aquele onde também ocorrem arbustos e outras plantas; campo nativo é a pastagem natural, por oposição ao campo feito, que é o plantado pelo homem, quase sempre de grama ou de qualquer outra forragem. É o campo artificial, contrário ao natural.
Há campos em que abundam arbustos e espinhos, que prejudicam a pastagem própria para o gado -- são os campos ditos carrasquentos; outros apresentam a flora baixa misturada a uma vegetação lenhosa xerófila, com árvores baixas, de troncos irregulares -- são os campos cerrados. O campo coberto é o de transição entre os campos e as matas, e embora ofereça pastagem, está entremeado de arvoredo escasso. O campo de baixada ou de várzea é o que se opõe ao de sertão, o primeiro por ser facilmente alagável, o outro pela secura. Há ainda o campo dobrado, com altos e baixos, e o campo de serra, localizado nas abas e altos das serras e também dito pelada.
A distribuição dos campos no Brasil é bastante irregular. Na planície amazônica, os campos são geralmente de várzea, e permanecem alagados na época das cheias. Recebem por vezes a designação de campinaranas ou falsas campinas. Entre Minas Gerais e Rio de Janeiro são mais comuns os campos de serra, ou serranos, como se observa na parte superior do maciço do Itatiaia e das serras de Caparaó, Órgãos e Caraça. Em São Paulo encontram-se os campos limpos, também abundantes no Mato Grosso do Sul.
No Centro-Oeste os campos não ocupam grandes extensões contínuas, em meio ao domínio geral do cerrado. Com exceção dos campos de várzea, como os varjões do Araguaia, ocupam geralmente superfícies altas e planas e assumem aspectos diversos, correspondentes às denominações de campo limpo e sujo. No Sul a ocorrência do campo beneficia-se de uma topografia suave, com cobertura herbácea contínua, entremeada de tufos ou de subarbustos isolados, principalmente na área da campanha gaúcha. A região Sul é a mais rica do Brasil em áreas campestres com aproveitamento de pastagens, o que explica o desenvolvimento de sua pecuária.
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