Florestas de Coníferas
As coníferas constituem uma ordem de plantas gimnospermas, as quais se
caracterizam por apresentar sementes descobertas e flores pouco vistosas
ou quase imperceptíveis, pois carecem de pétalas. Existem mais de 500
espécies de coníferas, a maioria de porte arbóreo e algumas arbustivas.
Extraordinariamente diversas em tamanho, as coníferas englobam espécies como a Dacrydium laxifolium, da Nova Zelândia, que mede apenas oito centímetros quando adulta, e as gigantescas sequoias dos Estados Unidos, de noventa metros de altura. Entre elas se encontra também o Pinus aristata, cujos exemplares do oeste americano têm idade estimada em cinco mil anos.
Características gerais
A maior parte das coníferas é perenifólia, isto é, suas folhas persistem no ramo durante um período médio de cinco anos. Algumas espécies, como o lariço e o cipreste-do-brejo, porém, perdem as folhas na estação fria. Em geral o tronco é reto, mas as sabinas, os zimbros e muitos pinheiros às vezes o apresentam entortado e retorcido em regiões onde predominam os ventos fortes. A forma da árvore é, em geral, piramidal ou alongada, com algumas espécies de aspecto umbelado, como ocorre com a araucária ou pinheiro-do-paraná.
À exceção dos teixos, todas as coníferas apresentam condutos secretores de resinas, substâncias aromáticas e pegajosas que fluem pelo córtex e servem de proteção contra o ataque de insetos parasitas e de outros organismos.
As folhas são coriáceas e estreitas, em forma de agulha, como ocorre nos pinheiros, abetos e zimbros, ou constituídas de pequenas escamas aderidas umas às outras (escamiformes ou imbricadas), como as das sabinas, ciprestes e tuias. A reduzida superfície das folhas é consequência da adaptação a condições de secura e frio, pela qual a planta reduz a perda de água por evaporação através da superfície foliar. Tal traço evolutivo, associado a outros, possibilita às coníferas desenvolverem-se em lugares onde outras árvores não vingam, como nas frias regiões do Canadá e da Escandinávia, em zonas montanhosas e secas.
As flores, reduzidas aos órgãos reprodutores, são sempre unissexuadas, isto é, ou masculinas ou femininas. De modo geral, cada árvore tem flores dos dois sexos, pelo que se diz que são monoicas. Algumas espécies, porém, como o teixo, as sabinas e os zimbros, só possuem flores de um mesmo sexo em cada árvore e, por isso, se denominam dioicas.
Uma vez fecundadas pelo pólen, as flores femininas geram estruturas frutíferas lenhosas em forma de cone, das quais deriva o nome atribuído à ordem. A forma dessas estruturas, contudo, não é inteiramente cônica e, além disso, varia significativamente de uma espécie para outra: nos pinheiros, podem ser ovaladas ou alongadas e recebem o nome de pinhas, enquanto que nos ciprestes são esféricas e se chamam gálbulas (ou gálbulos). Cada estrutura frutífera, por sua vez, se compõe de uma série de escamas chamadas brácteas, em geral lenhosas, que protegem as sementes.
As coníferas originaram-se na era paleozoica, há cerca de 345 milhões de anos. Diferenciaram-se notavelmente na era mesozoica e chegaram ao auge do desenvolvimento há cem milhões de anos. Daí em diante, foram perdendo terreno para as angiospermas, plantas mais evoluídas cujas sementes são protegidas por invólucros. Na atualidade, seu predomínio em algumas zonas do planeta foi determinado principalmente pelas variações climáticas.
A importância econômica das coníferas decorre sobretudo do fato de muitas espécies, como os pinheiros, os abetos ou as sabinas, serem aproveitáveis como madeira. De algumas também se explora a resina, empregada na fabricação de pasta de papel e outros materiais. Certas espécies, como os pinheiros, são empregadas em reflorestamento. Finalmente, é comum a utilização de coníferas como árvores ornamentais, uma vez que algumas, como os cedros, os abetos, as tuias e os ciprestes, são de grande beleza.
A ordem das coníferas compreende dez gêneros mais comuns em todo o mundo, exceto na Antártica. À família das abietáceas ou pináceas pertencem os abetos, do gênero Abies, cujos cones são eretos; as epíceas, do gênero Picea, às vezes também chamadas abetos por parecerem com estes, embora se diferenciem por apresentarem cones pendentes; os pinheiros, do gênero Pinus, com grande número de espécies, algumas distribuídas por vastas regiões; os lariços, do gênero Larix; e os cedros, do gênero Cedrus. À família das taxodiáceas pertencem as sequoias, dos gêneros Sequoia e Sequoiadendron. Na das taxáceas, enquadra-se o teixo e, na das araucariáceas, a araucária ou pinheiro-do-paraná. A família das cupressáceas compreende os ciprestes, do gênero Cupressus, as tuias, do gênero Thuja, e os zimbros e sabinas, do gênero Juniperus.
www.megatimes.com.br
www.geografiatotal.com.br
www.geografiatotal.com.br