Feijão | Cultivo e Variedades de Feijão
Feijão é uma planta leguminosa anual da família das papilionáceas
(também chamadas fabáceas), principalmente do gênero Phaseolus,
cultivada desde a pré-história com fins alimentares. Sua ampla difusão
em todo o mundo e a fecundação cruzada permitiram a criação de centenas
de variedades, que, quanto ao porte, dividem-se em dois grupos: o das
anãs, de caule curto e reto, e o das volúveis, de caule longo, alto,
trepador, e que necessitam ser tutoradas.
O cultivo do feijão generalizou-se em grande parte do continente americano e várias outras regiões, graças sobretudo ao elevado valor nutritivo de suas sementes, ricas em proteínas e fibras, e de sua capacidade de adaptação a diferentes solos e condições agrícolas.
Histórico
Embora durante muito tempo se tenha acreditado que o feijão era originário da Índia ou mesmo da Ásia subtropical, gregos e romanos o haviam utilizado na alimentação. Os escritores da época, porém, só o descreveram de forma ligeira e incompleta. Existem vários gêneros e dezenas de espécies de feijão, muitas delas nativas do sul do Brasil e outras regiões das Américas. Ao lado do milho, mandioca, fumo e amendoim, era cultivado pelos índios brasileiros.
Variedades
As variedades anãs têm ciclo mais curto e maturação relativamente uniforme. Costuma-se dividir o feijoeiro anão em dois tipos. Um abrange variedades de ótimo paladar, casca delicada e cozimento fácil, como o roxinho, vermelhinho, rosinha, branco, brancão, preto, carrapatinho e bolinha. O segundo tipo compreende variedades consideradas inferiores, como o mulatinho, chumbinho e bico-de-ouro, mais produtivas e menos exigentes que as de outros feijões. No grupo das variedades volúveis, o ciclo é mais longo, a maturação parcelada, e geralmente se cultivam em hortas. Incluem-se nessa categoria o crista-de-galo, branco alemão, espada-batalha, e amarelo-da-argélia.
A espécie Vigna catjang foi trazida para o Brasil pelos primeiros colonizadores, proveniente da Índia, da China, mais provavelmente de Madagascar. Essa espécie, ao se difundir no país, confundiu-se com a Vigna sinensis, planta mais ou menos ereta, de até sessenta centímetros de altura, ou trepadora prostrada do mesmo comprimento e que provavelmente veio com americanos emigrados após a guerra da secessão. Nos Estados Unidos, tem o nome de cow pea. As duas espécies são muito semelhantes e possuem numerosas variedades, entre as quais o feijão-macassar, o feijão-de-corda, feijão-mineiro, feijão-miúdo, feijão-fradinho, feijão-gurutuba, feijão comprido etc. São menos saborosas que o feijão comum.
Dentre outras espécies encontradas no Brasil destaca-se o feijão-de-lima (Phaseolus lunatus), perene, venenoso em estado silvestre, mas anual e inofensivo quando cultivado ininterruptamente. Originário da América do Sul, é usado na alimentação humana e a fécula extraída de seus grãos possui alto valor nutritivo. A variedade de sementes brancas, popularmente conhecida como fava branca, é a mais difundida no Brasil. Há ainda o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), empregado como forragem.
A soja, ou feijão-de-soja, de grande importância para a economia brasileira, é de origem chinesa e tem sido por milhares de anos a principal fonte de alimento e óleo na China e no Japão. Era desconhecida na América e na Europa até o começo do século XX.
Cultivo no mundo
A difusão extraordinária do cultivo do feijão em todos os continentes deve-se ao fato de que, embora planta tropical e subtropical, se adapta facilmente aos climas temperados, por ter o ciclo vegetativo curto (90 a 120 dias). A maior área cultivada é a do Extremo Oriente e os maiores índices de produtividade ocorrem nos Países Baixos e na Bélgica, com cerca de 2.600 kg/ha.
Valor alimentício e composição
Ingrediente essencial à alimentação da grande maioria dos brasileiros e também consumido em larga escala pela população de diversos países, o feijão comum contém vitaminas B e C, caseína vegetal, globulina, ácido cítrico, sacarose, entre outros componentes.
As sementes do feijão comum e do feijão-de-lima possuem basicamente a seguinte composição: de 21 a 25% de proteínas, de 58 a 64% de carboidratos e cerca de 1,5% de gorduras. A variedade do feijão-fradinho, muito consumido no Brasil (inclusive em pratos de cozinha afro-brasileira como o acarajé), tem a seguinte composição química: água, matéria azotada, graxa não-azotada, fibrosa e mineral. Identificou-se ainda 0,4% de ácido silícico e areia, 34,62% de ácido fosfórico e 4,43% de nitrogênio.
Os grãos, secos ou verdes, prestam-se à preparação de vários pratos regionais. No Brasil, o mais famoso é certamente a feijoada, muito apreciada principalmente no Nordeste e no Sudeste, e apontada na Europa como um dos pratos mais representativos das Américas, com lugar de destaque no Larousse gastronomique. Em São Paulo e Minas Gerais, o virado à paulista e o feijão tropeiro são outros pratos importantes e preparados com o feijão-mulatinho.
Tanto o grão como a rama do feijão também constituem excelente forragem para o gado. Na medicina popular, a fécula é usada no preparo de cataplasmas. Finalmente, as folhas e ramas, após as colheitas, são usadas como adubo, especialmente por sua eficiência na incorporação e fixação de nitrogênio ao solo.
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