Figo (Ficus carica)
Fruto da figueira, da família das moráceas, gênero Ficus, o figo é na verdade um fruto composto do tipo sicônio, urna globosa de paredes exageradamente hipertrofiadas e encimada por diminuta abertura. Em seu interior acham-se pequeninos frutos simples do tipo aquênio, que por estarem dentro das urnas são chamados de sementes. O figo mede de três a sete centímetros, tem feitio de pêra e pode ser preto, roxo, vermelho, verde ou amarelo. Existem mais de 750 variedades, que diferem pela forma, tamanho, cor ou época de maturação. Tamanha é a capacidade que tem a planta de adaptar-se às condições mais diversas que é cultivada com sucesso tanto à beira-mar quanto nos frios altiplanos dos Andes.
Citado por Homero, Heródoto e outros autores da época clássica, e também no Antigo e no Novo Testamento, o figo é apreciado desde a pré-história.
Originária da bacia do Mediterrâneo, a figueira tem folhas alternas de superfície áspera com nervuras, e apresenta baixa estatura, que vai de um a dez ou 12 metros. Na Turquia, cultiva-se a variedade mais importante, que não possui a inflorescência monóica característica da espécie, e é fecundada com o pólen de figueiras silvestres. O transporte do pólen é feito por vespas, que habitam a figueira silvestre e nela permanecem até alcançar o estágio adulto. Daí saem para pôr os ovos na figueira comum (F. carica) e assim polinizar as flores. Para o processo dar resultado, deve-se plantar espécies silvestres entre as figueiras comuns.
De forma geral, todos os tipos de figueira necessitam de poda, geralmente feita nos meses de julho e agosto. A figueira é muito perseguida por pragas e moléstias, dentre as quais destacam-se a broca-do-caule, a ferrugem, os pulgões, as cochonilhas e o nematóide das raízes. A cultura do figo no Brasil é muito desenvolvida, sobretudo em Valinhos SP, onde se cultivam diversas variedades.