Flora no Brasil e no Mundo
Das diversas combinações de fatores ambientais existentes sobre a superfície do globo, compreendidos entre eles as condições geográficas, a existência de sais minerais e água, arejamento, temperatura, luminosidade e competição de outros seres vivos, decorrem a distribuição das diversas floras e suas características regionais.Flora é o conjunto de plantas de todo tipo que integram a vegetação de determinada região. As condições de solo e de clima são os principais determinantes da diversidade das floras, pois cada espécie vegetal, embora capaz de tolerar variações do ambiente, só chega ao pleno desenvolvimento quando a combinação dos diversos fatores ambientais - dos quais o mais decisivo é o regime das águas - atinge um nível ótimo.
Tipos de flora - Doze principais tipos de flora cobrem a superfície do planeta: a flora ártica, a das florestas setentrionais, a das florestas tropicais, a mediterrânea e californiana, a flora do Cabo e do Chile, a da Austrália, Madagascar e outras ilhas oceânicas, a do Himalaia, a dos Andes tropicais, a sino-japonesa, a do Saara e a dos Alpes europeus.
Flora ártica - O pequeno porte das plantas é a principal característica da flora ártica, que se encontra nas regiões próximas aos polos. Como as espécies que a formam são também encontradas em montanhas mais ao sul, a flora ártica não é muito bem caracterizada. Existem nessas regiões aproximadamente 800 espécies de vegetais superiores. Plantas inferiores, em especial musgos e líquens, constituem a massa da vegetação. Nas áreas em que a temperatura é mais baixa, acham-se apenas os musgos e liquens, que dão ao solo coloração escura ou amarelada.
Florestas setentrionais - Características das zonas temperadas, as florestas setentrionais encontram-se logo abaixo da região ártica. Em grande parte substituídas por culturas implantadas pelo homem, nelas estão presentes sobretudo gimnospermas como o bálsamo-do-canadá, na América, e muitas espécies de pinheiros. Entre as angiospermas, há salgueiros, bétulas e choupos, na América, e carvalhos, faias, freixos, castanheiros, tílias e olmos, na Europa e na Ásia. Os campos são em geral constituídos por gramíneas e ciperáceas.
Florestas tropicais - As florestas tropicais cobrem as regiões que se estendem do Equador ao sul do Brasil, na América; do Saara até 20° de latitude sul, na África, e da área das monções até os limites da flora sino-japonesa, na Ásia e na Oceania. As castanheiras-do-pará, seringueiras, lianas, orquidáceas e bromélias são apenas algumas das espécies características dessas florestas em terras americanas. Nas florestas tropicais da África, as lianas são menos numerosas e a vegetação apresenta baobás, figueiras e numerosas espécies do gênero Acacia.
Flora do Cabo e do Chile - Na costa do Chile e na região norte do cabo da Boa Esperança, a flora assemelha-se à que cobre as regiões mediterrânea e californiana, principalmente pela presença de urzes. Ao norte e a leste do Cabo, numa série de transições, a flora passa à dos campos setentrionais africanos e à floresta tropical.
Flora da Austrália, Madagascar e outras ilhas oceânicas - O grande número de espécies próprias é a principal característica da flora da Austrália, Madagascar e outras ilhas oceânicas. Em Madagascar destaca-se a árvore do viajante, que acumula água na bainha de folhas enormes, e vários gêneros de palmeiras. A Austrália tem clima tropical ao norte, quase mediterrâneo ao sul e, na região central, um deserto comparável ao Saara. Apesar disso, existe concordância entre as coberturas vegetais das diversas regiões, com número considerável de espécies e grande variedade do gênero Eucalyptus, casuarinas e araucárias.
Flora do Himalaia e dos Andes tropicais - Na vertente sul do Himalaia, pteridófitas arborescentes, bananeiras e altas palmeiras marcam a paisagem até os dois mil metros de altitude. Lauráceas e magnoliáceas são encontradas até os 3.700m e, a partir dessa altitude, a cobertura vegetal passa a ser constituída por uma floresta temperada que, aos 4.900m, dá lugar a uma vegetação análoga à dos Alpes. Nos Andes tropicais, a vegetação da base é semelhante à do Himalaia. Acima da região das pteridófitas e palmeiras vem a floresta tropical, com carvalhos e quinas. Dos 2.700m aos 3.300m as compostas marcam uma região subalpina de monções. Mais ao alto, a flora lembra a alpina, com gramíneas em profusão.
Flora sino-japonesa - Embora nos dois países as chuvas sejam regulares e o inverno mais rigoroso, a China e o Japão têm floras que se assemelham, em alguns aspectos, às da Califórnia e do Mediterrâneo. Em grande parte é constituída, porém, de vegetais lenhosos, o que a aproxima das floras tropicais.
Flora dos Alpes europeus - A exemplo do que ocorre nos Andes e no Himalaia, a cobertura vegetal dos Alpes é organizada em andares. Na base, estão as árvores de folhas caducas. O segundo andar, o subalpino, é coberto por bosques de pinheiros. A flora mais típica da região é a do andar alpino, com o pinheiro-negro (Pinus pumilio) e flores como o jasmim alpino, a violeta e a anêmona-dos-alpes.
Floras do Brasil - O Brasil possui quatro tipos principais de flora: mata atlântica, floresta amazônica, caatinga e cerrado. Formações secundárias, mas mesmo assim características, são as vegetações litorânea e ribeirinha, as regiões dos pinhais e dos cocais e a vegetação artificial, que inclui as culturas de plantas alimentícias.
Mata atlântica - A mata atlântica tem origem na serra do Mar, que nasce na Bahia e se estende, ao longo do litoral, até o sul do país. Com uma altitude média de 900m, a região possui umidade que favorece a proliferação de samambaias e musgos. As árvores são altas e entre elas se destacam o ipê, os paus-d'arco e as quaresmeiras, entre muitas outras.
Floresta amazônica - A floresta amazônica estende-se da cordilheira dos Andes ao Atlântico e ao planalto central do Brasil, formada por três tipos de mata: a de terra firme, a de várzea e a de alagado. Tem árvores mais altas do que as da floresta tropical africana (como a imensa sumaúma) e um maior número de espécies de madeiras de lei. São também características as seringueiras e as castanheiras-do-pará. Nas matas dos alagados, além de numerosas lianas como o guaraná e o toá, sobressai a vitória-régia, com sua flor de quarenta centímetros de diâmetro.
Caatinga - A vegetação da caatinga cobre quase todo o Nordeste e marca a paisagem das áreas em que os ventos locais são escassos e não existe água nem no solo, nem no ar. As árvores maiores, como o ipê-amarelo, o pau-d'arco e a quixabeira, deixam cair as folhas e entram em vida latente. A barriguda, o xique-xique, o mandacaru, a palmatória-de-espinhos e as coroas de frades retêm água para o gado e o homem.
Cerrado - A vegetação do cerrado é característica do planalto central do Brasil, onde só ocorrem chuvas entre os meses de outubro e abril, período a que se segue grande estiagem. Na época da seca, ervas e arbustos baixos desaparecem e as árvores de pequeno porte e tronco retorcido constituem a principal característica da paisagem. A barriguda é peculiar ao cerrado, assim como diversas cactáceas.
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