Maconha (Cannabis sativa)
Maconha é o nome vulgar do cânhamo (Cannabis sativa) quando usado para
dele se extrair a droga de mesmo nome, preparada por secagem e
trituração de suas folhas e flores. Consome-se geralmente por aspiração
da fumaça proveniente da combustão da erva em cachimbos ou cigarros, mas
também pode ser mascada ou adicionada a alimentos e bebidas. Todas as
partes da planta, seja ela feminina ou masculina, contêm o princípio
ativo, o tetraidrocanabinol (THC). Da resina das flores da planta
feminina, onde há maior concentração de THC, se extrai o haxixe, droga
mais potente. A planta cresce em qualquer parte do mundo, exceto nos
lugares muito frios.
Mencionada num livro de botânica chinês do ano 2700 a.C., a maconha foi utilizada durante muito tempo como anestésico ou analgésico. Modernamente tornou-se uma das drogas de uso mais generalizado, em virtude do baixo preço e da relativa facilidade de obtenção.
Os efeitos da maconha variam conforme a experiência do usuário, a quantidade e o ambiente em que é consumida, além da potência da droga. Quando fumada, os efeitos fisiológicos se manifestam em minutos e incluem tontura, distúrbios de coordenação e de movimento, sensação de peso nos braços e pernas, secura na boca e na garganta, vermelhidão e irritação nos olhos, aumento da frequência cardíaca, sensação de apetite voraz, entre outros. A maconha não leva à dependência física e a suspensão de seu uso não provoca sintomas. Em certos tipos de usuários, porém, pode causar dependência psicológica.
Muito variáveis, os efeitos psicológicos tendem a predominar. O usuário pode experimentar leve euforia, bem como alterações da percepção com distorções de espaço, tempo, distância e do senso de organização do próprio corpo. Os processos mentais também podem ficar desorganizados, com distúrbios de memória e frequentes desvios de atenção que afetam o fluxo ordenado de ideias. Pelo lado positivo, pode ocorrer fortalecimento do sentido do valor próprio e da sociabilidade.
Há mais de dois mil anos os chineses usavam a maconha como anestésico em cirurgias, prática repetida no Renascimento por alguns cirurgiões europeus. Empregada como alucinógeno pelos muçulmanos, seu uso aos poucos estendeu-se ao Ocidente, onde acentuou-se a partir de meados do século XX. O uso generalizado da maconha e do haxixe em todo o mundo levantou muitas questões médicas e sociais, cuja pesquisa teve impulso na década de 1960, quando se conseguiu isolar e produzir sinteticamente o THC. Até a década de 1990, embora fossem poucos os dados que levassem a conclusões definitivas, resultados confiáveis sugeriam que os efeitos da maconha sobre o organismo eram menos perniciosos que os do álcool. Pesquisas médicas revelaram efeitos terapêuticos da maconha e do THC, úteis na redução da pressão interna dos olhos em pacientes com glaucoma e no alívio da náusea decorrente das drogas quimioterápicas usadas no tratamento do câncer.
O comércio internacional de maconha e haxixe foi primeiramente normatizado em 1925, numa convenção internacional. No fim da década de 1960, a maioria dos países reforçou o controle do tráfico e do uso e impôs punições por posse, venda e fornecimento ilegal dessas drogas. A partir da década de 1970, porém, alguns países reduziram as penas pela posse de pequenas quantidades.
Do ponto de vista dos que defendem a legalização da maconha, a droga é um alucinógeno leve, em nada semelhante aos narcóticos. Afirmam haver suficientes evidências de que seu uso não induz ao consumo de drogas mais potentes, como a heroína, e que não está associado à criminalidade. Como meio para reduzir a tensão e adquirir sensação de bem-estar, acreditam que a maconha é provavelmente mais benéfica e bem menos perigosa que o álcool. Usuários entendem que as medidas exageradas contra o uso da maconha são uma ameaça maior à sociedade do que uma abordagem mais racional e realística do uso de drogas.
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