Melão-de-São Caetano (Momordica charantia L.)
O melão-de-são-caetano é de origem asiática, trazido da África pelos escravos. É um cipó herbáceo da família Cucurbitáceas, muito comum em cercas e entulhos de terrenos abandonados. Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em 3 partes, quando maduro mostra suas sementes vermelhas comestíveis de grande beleza e paladar suave, muito apreciado pelas crianças. A infusão dos frutos maduros é boa para curar hemorroidas.
As folhas desta planta eram usadas pelas lavadeiras para clarear a roupa. Foi trazida da África ao Brasil pelos escravos que usavam o seu chá em banhos para facilitar o parto e para baixar febres.
No Brasil, os frutos são consumidos principalmente pela comunidade nipo-brasileira. São colhidos e vendidos verdes em feiras livres na cidade de São Paulo onde se concentram estas comunidades. Podem ser consumidos também em alguns restaurantes japoneses mais tradicionais. São popularmente conhecidos entre eles como nigauri, nigagori ou goya, sendo esta última denominação utilizada pelos descendentes provindos da província de Okinawa, onde consome-se muito este fruto.
Seu nome Melão-de-são-caetano se deve aos escravos que se estabeleceram na região das minas auríferas e plantaram ao redor de uma capelinha em Mariana. O padroeiro da capela era S. Caetano e os frutos parecidos com melão. Daí o nome Melão de São Caetano.
Nome científico: Momordica charantia L.
Família: Cucurbitaceae.
Sinônimos botânicos: Cucumis argyi H. Lév., Momordica chinensis Spreng., Momordica elegans Salisb., Momordica indica L., Momordica operculata Vell., Momordica sinensis Spreng., Sicyos fauriei H. Lév.
Momordica charantia L. |
Outros nomes populares: balsamina-longa, caramelo, erva-de-são-caetano, erva-de-lavadeira, erva-de-são-vicente, fruto-de-cobra, fruto-negro, melão-de-são-caetano-gigante, melãozinho, meloeiro-de-são-caetano, quiabeiro-de-angola, bittergurke (alemão), balsamina (espanhol), pomme de merveille (francês), balsam pear (inglês).
Constituintes químicos: momordicina (alcalóide), momordipicrina, ácido mormódico, b-alanina, fenilalanina, b-amirina, arginina, lignano-calceolariosídeo, a-caroteno epóxido, b-caroteno, esteróide-charantina, criptoxantina, triterpenos-momordicina, taraxerol, momorcharisídeos A e B, diosgenina, p-cimeno, ácido gentísico, momordica charantia lectina, momordica aglutinina, fator citostático de momordica, inibidor de tripsina momordica, neroldiol, V-insulina, P-insulina, b-sitosterol, derivados de stigmasterol, 5-hidroxitriptamina, verbascócido, vicina e o alcalóide zeatina.
Fruto: polissacarídeos (com 16% de ácido galacturônico).
Sementes: aminoácidos ácido glutâmico e glicina
Propriedades medicinais: adstringente (raiz), adstringente da cútis, afrodisíaca, aperitiva, estomáquica, anticarbunculosa, anti-helmínticos (frutos), anti-hemorroidário, antidiabética, antimicótica, antifebrífugos e antipalúdicos (frutos), antivenéreos (frutos cozidos), antileucorréico, anti-reumática, antiflatulenta, anticatarral, antipirética, cicatrizante (folhas pulverizadas), colerética, depurativa do sangue, emenagoga, emético (folhas), emeto-catárquico, emoliente, estomáquico, febrífuga, hemostáticos (fruto maduros), hipotensora, hipoglicêmica (folhas), laxante, purgativo (folhas), rubefaciente, supurativa, vomitivos (frutos cozidos), vermífugo, vermicida.
Indicações: afecções biliares, catarata, cólicas abdominais, colite, cravos, dartro, dores de ouvido, dor reumática, escabiose, enxaquecas, febre, fígado, gogo das aves, hemorróidas (especialmente a raiz), infecções da pele, irrigação vaginal, leucorréia, malária, menstruações difíceis, mordida de serpentes, morféia, problemas de pele (eczemas, acne, sarna e furúnculos), picadas de insetos, problemas gástricos, pruridos, queimaduras, resfriado, reumatismo, úlceras malignas, vermes.
Parte utilizada: Frutos, hastes, folhas e arilo das sementes.
Contra-indicações/cuidados: gestantes, nutrizes e crianças; as sementes contém compostos tóxicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades.
Efeitos colaterais: causa queda drástica da taxa de glicose sangüínea em poucas horas; pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese protéica; pode causar aborto; alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarreia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sangüineos em suínos.
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