MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA TERRA

Nas últimas décadas, a temperatura da Terra elevou-se 0,7 graus Celsius (°C). Em fevereiro de 2007, mais de 500 cientistas e representantes governamentais, reunidos para análise do 4o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das nações Unidas (OnU), confirmaram formalmente o que vinham dizendo desde o final da década de 1980: que a maior parte desse aumento se deve às ações humanas, especificamente às emissões de gases que intensificam o efeito estufa. O relatório apresentou dados de consenso entre os cientistas, com mais de 90% de probabilidade de acontecer. Isso significa que, se esses gases continuarem a serem lançados na atmosfera no ritmo atual, até o final do século XXI a temperatura pode elevar-se entre 1,8°C – na melhor das hipóteses - e 4°C. Para se ter uma idéia do que esse aumento representa, a variação da temperatura média da Terra, desde a última era glacial – que terminou em torno de 10 mil anos atrás - até os dias de hoje, foi de cerca de 6°C. As conseqüências do aquecimento global podem ser desastrosas para o Planeta: secas e inundações, tufões, ciclones e maremotos podem se intensificar significativamente; a desertificação poderá atingir um terço do mundo e espécies animais e vegetais poderão estar ameaçadas. Os oceanos poderão elevar-se de 18 cm a 58 cm (por causa do aumento da temperatura dos oceanos e derretimento de geleiras) e inundar diversas regiões costeiras, onde vive grande parte da população da Terra. Além disso, mais de 30 países localizados em ilhas poderão desaparecer. Há indícios de que algumas dessas mudanças já estão acontecendo, com o aumento da temperatura nos pólos. Onze dos últimos doze anos (1995 -2007) foram os mais quentes já registrados em toda a história.

Desde a Conferência das nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de janeiro em 1992, a Rio-92, a população mundial vem sendo alertada para os níveis críticos de degradação socioambiental sofrida pelo Planeta. Dez anos depois, porém, a Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, realizada em 2002, em joanesburgo, África do Sul, analisou os resultados das resoluções tomadas anteriormente e chegou à conclusão de que os avanços foram poucos. Por exemplo, na Convenção sobre Mudanças Climáticas, aprovada em 1992, os países signatários comprometeram-se a não ultrapassar os níveis de emissão de gases que intensificam o efeito estufa determinados em 1990. Mas já os aumentaram em 18,1%. O Protocolo de Quioto, aprovado em 1997 para regulamentar essa convenção, determina que os países industrializados – responsáveis por 60% do dióxido de carbono na atmosfera, principal causador do aquecimento global - reduzam suas emissões, no conjunto, em 5,2% até 2012. Os Estados Unidos, responsáveis por 25% desses poluentes que estão na atmosfera, recusam-se a ratificá-lo.

Você sabia?

Desde 2003, diversas catástrofes naturais estiveram relacionadas à água: o fura- cão Katrina, que devastou nova Orleans, nos Estado Unidos; grandes enchentes no leste europeu e secas drásticas em alguns lugares da África e Europa, além da grande seca na Amazônia em 2005. Estudos, inclusive o Relatório do IPCC, mostram que esses desastres estão relacionados às mudanças nos ciclos naturais da Terra, entre elas o aquecimento global.
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