PAINEL INTERGOVERNAMENTAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC) - RELATÓRIO 2014

Relatório final do IPCC não deixa dúvidas: precisamos agir agora

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) lançou hoje a parte final de seu 5º Relatório de Avaliação do clima. Esse volume sintetiza os documentos e as descobertas do órgão do último ano e traz, pela primeira vez, a clara mensagem aos governantes de que nossa visão deve ser zerar as emissões de gases de efeito estufa.

Entre 2000 e 2010 as emissões cresceram mais rapidamente do que na década anterior, sobretudo em razão do aumento do uso de carvão para geração de energia. Hoje, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera é a mais alta desde últimos 800 mil anos. Se nada for feito, a previsão é de que até 2100 a temperatura média global aumente 5ºC.

A maneira mais fácil de reduzir essa tendência é acelerar a adoção de energias renováveis, um processo que já tem acontecido ao redor do mundo. “Para os cientistas, não há nenhuma dúvida sobre como devemos lidar com as mudanças climáticas. Os Governos podem entender isso e começar a reduzir imediatamente o uso de carvão e óleo, ou podem ignorar essa realidade e só lidar com ela mais tarde, a um custo econômico e social muito mais elevado. Não há porque ignorar o elevado potencial das energias renováveis e atrasar nossa migração para um futuro sustentável.”, disse Martin Kaiser, diretor de política climática internacional do Greenpeace.

A eliminação do uso de combustíveis fósseis juntamente a outras medidas (como o fim do desmatamento) pode levar a que, em 2100, as emissões globais de gases de efeito estufa sejam quase zeradas. Se considerarmos somente as emissões de geração de eletricidade, contudo, esse número precisa ser alcançado ainda em 2050.

As conclusões do relatório final do IPCC não deixam dúvidas referentes ao que pode acontecer caso nada seja feito para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa. “Agora, é preciso que, no próximo ano, em Paris, os governantes traduzam esses fatos em um compromisso de redução de emissões que reflita a urgência e a importância do momento em que estamos.”, disse Bárbara Rubim, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

Como as mudanças climáticas afetarão o Planeta

Um planeta mais quente, com nível do mar mais alto, derretimento de geleiras e maior variabilidade climática será um mundo com milhões de pessoas sob risco de inundações, escassez de água potável, impacto sobre a segurança alimentar e extinção de espécies.

Essa deve ser a mensagem que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) vai trazer ao divulgar a segunda parte do seu quinto relatório de avaliação nesta semana, em Yokohama, no Japão. É o que se pode concluir de uma versão preliminar do Sumário para Formuladores de Políticas que vazou na internet, há alguns meses.

Cientistas e representantes de governos se reúnem na cidade japonesa para definir o conteúdo final desta parte do relatório - um resumo acompanhado de tom político das principais conclusões do documento do grupo de trabalho 2 do IPCC, que trata de impactos, adaptação e vulnerabilidade dos países a mudanças climáticas.

O texto é lançado cerca de seis meses após a divulgação da primeira parte do relatório. A mensagem agora é mais enfática sobre o que o aumento da concentração de gases do efeito estufa e as mudanças climáticas trazem de impacto para a vida das pessoas e dos ecossistemas.

Até 2100, sem adaptação, centenas de milhões de pessoas serão afetadas por inundações nas áreas costeiras, principalmente no leste, sul e sudeste asiático.

Solução

A principal forma de evitar que a temperatura não ultrapasse os 2°C em 2100 é a drástica redução das emissões de gases do efeito estufa. Entre 2040 e 2070 terão que ser 90% menores do que foram em 2010.

Mudança significativa na da matriz energética mundial até 2100, incluindo a participação massiva de renováveis, energia nuclear e a plantação de florestas para fins energéticos e eliminando a geração de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis sem sistemas de Captura e Sequestro de Carbono (CCS, em inglês).

A tecnologia de CCS é desenvolvida desenvolvida no mundo, inclusive pela Petrobras, mas ainda não é comercialmente viável.

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