Rio Pelotas, um rio a ser preservado
Estas são rimas de uma canção popular que faz parte das tradições do povo que convive com o Pelotas, rio que fica na divisa dos estados de Santa Catarina e rio grande do Sul e que é o principal afluente do rio Uruguai, formando uma das maiores bacias hidrográ- ficas do Sul do Brasil. essas águas passam ainda pela Argentina e pelo Uruguai e mais tarde se juntam ao rio Paraná para formar o grande rio da Prata.
É um rio que historicamente esteve presente na vida das pessoas. Foi lugar de passagem dos antigos tropeiros, que nele tinham que atravessar suas mulas. Aliás, foi dessa maneira que ele ganhou seu nome. os tropeiros atravessavam a mula-guia amarrada numa espécie de botezinho, feito com couro de boi, ao qual
Davam o nome de pelota. nessa “pelota” iam dois remadores. Daí para virar nome de rio foi um pulo. o Passo de Santa Vitória, na foz do rio dos Touros, era o local de travessia dos tropeiros e foi também palco de um evento importante da revolução Farroupilha, foi lá que aconteceu o combate de Santa Vitória, em 1839, com a presença de Anita garibaldi lutando para derrubar as forças do império.
Mas o Pelotas não é só história. É também um ver- dadeiro paraíso para ambientalistas e aventureiros. Suas águas foram cavalgadas pela primeira vez numa expedição de rafting em setembro de 2006. nesta expedição, foi possível constatar a enorme riqueza que será perdida, caso seja construída a Usina hidrelétrica de Paiquerê, a quarta sina em seqüência no mesmo rio. Já foram construídas: itá, machadinho e Barra grande.
Depois do enchimento do lago da Usina hidrelétrica de Barra grande, que inundou praticamente as últimas áreas ciliares primárias de floresta com araucárias, são nestas margens do Pelotas que agora sobrevivem as últimas áreas de transição das florestas ombrófila mista e estacional e também de campos naturais da região. isso confere ao local um alto índice de biodiversidade. estas formações são atualmente as mais ameaçadas do bioma mata Atlântica.
Nas suas matas, existem árvores bem conhecidas, como a araucária, o cedro e algumas canelas, mas também outras de nomes esquisitos e peculiares, como o miguel-pintado, a carne-de-vaca, o pau-toucinho e o rabo-de- mico. nas matas ciliares, surgem majestosas as araucárias que se destacam em meio aos açoita-cavalos e branqui- nhos que, no inverno, perdem suas folhas e imprimem uma visão deslumbrante à paisagem. o coqueiro jerivá e o pinheiro bravo também aparecem como bordaduras no meio da mata e ainda, para enfeitar as cachoeiras dos afluentes, surgem os butiás-da-serra.
Um fato impressionante é a regeneração da flo- resta com araucárias, provavelmente um trabalho feito
Pelas gralhas e cotias que vivem na região. mas não é só de cotias e gralhas que vive o rio. os que se aventuram nas águas podem ter contatos inesperados com lontras, capivaras, veados e várias espécies de pássaros, sem falar nas inúmeras estórias sobre os pumas da região, contadas pela população.
Inesperadas também são as surpresas encontradas nos afluentes que surgem nas curvas do Pelotas, que com suas águas límpidas muitas vezes despencam em cachoeiras belíssimas de se contemplar. Com seu leito rochoso, o rio oferece aos visitantes águas volumosas e transparentes e, em vários trechos, paredões de pedra e serras. É sem dúvida um grande corredor ecológico, que pode ser apreciado tanto nos seus remansos, quanto em suas corredeiras.
Falando em corredeiras e paisagens, não se pode deixar de enfatizar que o Pelotas é um rio que tem ainda muitas oportunidades a oferecer, não somente por seu passado e sua história, mas por seu presente e futuro. Ao ser cavalgado pela primeira vez por um bote de rafting, foi comparado pelo comandante ao famoso rio Zambezi, paraíso do rafting na África.
E para os que pensam que acabou, tem ainda uma surpresa final. Ao saírem do rio, encontrarão a acolhida amistosa da população, poderão se aquecer e saborear uma sapecada de pinhões no fogo de chão, comer um jantar típico, quem sabe dar de cara com um pouco de neve e, com sorte, apreciar um belo pôr-do-sol. esse é talvez um dos mais belos do mundo, quando o sol, ao bailar das curicacas, tenta de esconder por detrás das magníficas copas das araucárias.
Um rio que tem essa história, que faz nascer a cultura, que guarda um ambiente natural de alta qualidade, verdadeiro e único refúgio de vida silvestre ainda preservado naquela região e que tem um alto potencial turístico, importante para o desenvolvimento sustentável, deve ser protegido e preservado para as presentes e futuras gerações.
É um rio que historicamente esteve presente na vida das pessoas. Foi lugar de passagem dos antigos tropeiros, que nele tinham que atravessar suas mulas. Aliás, foi dessa maneira que ele ganhou seu nome. os tropeiros atravessavam a mula-guia amarrada numa espécie de botezinho, feito com couro de boi, ao qual
Davam o nome de pelota. nessa “pelota” iam dois remadores. Daí para virar nome de rio foi um pulo. o Passo de Santa Vitória, na foz do rio dos Touros, era o local de travessia dos tropeiros e foi também palco de um evento importante da revolução Farroupilha, foi lá que aconteceu o combate de Santa Vitória, em 1839, com a presença de Anita garibaldi lutando para derrubar as forças do império.
Mas o Pelotas não é só história. É também um ver- dadeiro paraíso para ambientalistas e aventureiros. Suas águas foram cavalgadas pela primeira vez numa expedição de rafting em setembro de 2006. nesta expedição, foi possível constatar a enorme riqueza que será perdida, caso seja construída a Usina hidrelétrica de Paiquerê, a quarta sina em seqüência no mesmo rio. Já foram construídas: itá, machadinho e Barra grande.
Depois do enchimento do lago da Usina hidrelétrica de Barra grande, que inundou praticamente as últimas áreas ciliares primárias de floresta com araucárias, são nestas margens do Pelotas que agora sobrevivem as últimas áreas de transição das florestas ombrófila mista e estacional e também de campos naturais da região. isso confere ao local um alto índice de biodiversidade. estas formações são atualmente as mais ameaçadas do bioma mata Atlântica.
Nas suas matas, existem árvores bem conhecidas, como a araucária, o cedro e algumas canelas, mas também outras de nomes esquisitos e peculiares, como o miguel-pintado, a carne-de-vaca, o pau-toucinho e o rabo-de- mico. nas matas ciliares, surgem majestosas as araucárias que se destacam em meio aos açoita-cavalos e branqui- nhos que, no inverno, perdem suas folhas e imprimem uma visão deslumbrante à paisagem. o coqueiro jerivá e o pinheiro bravo também aparecem como bordaduras no meio da mata e ainda, para enfeitar as cachoeiras dos afluentes, surgem os butiás-da-serra.
Um fato impressionante é a regeneração da flo- resta com araucárias, provavelmente um trabalho feito
Pelas gralhas e cotias que vivem na região. mas não é só de cotias e gralhas que vive o rio. os que se aventuram nas águas podem ter contatos inesperados com lontras, capivaras, veados e várias espécies de pássaros, sem falar nas inúmeras estórias sobre os pumas da região, contadas pela população.
Inesperadas também são as surpresas encontradas nos afluentes que surgem nas curvas do Pelotas, que com suas águas límpidas muitas vezes despencam em cachoeiras belíssimas de se contemplar. Com seu leito rochoso, o rio oferece aos visitantes águas volumosas e transparentes e, em vários trechos, paredões de pedra e serras. É sem dúvida um grande corredor ecológico, que pode ser apreciado tanto nos seus remansos, quanto em suas corredeiras.
Falando em corredeiras e paisagens, não se pode deixar de enfatizar que o Pelotas é um rio que tem ainda muitas oportunidades a oferecer, não somente por seu passado e sua história, mas por seu presente e futuro. Ao ser cavalgado pela primeira vez por um bote de rafting, foi comparado pelo comandante ao famoso rio Zambezi, paraíso do rafting na África.
E para os que pensam que acabou, tem ainda uma surpresa final. Ao saírem do rio, encontrarão a acolhida amistosa da população, poderão se aquecer e saborear uma sapecada de pinhões no fogo de chão, comer um jantar típico, quem sabe dar de cara com um pouco de neve e, com sorte, apreciar um belo pôr-do-sol. esse é talvez um dos mais belos do mundo, quando o sol, ao bailar das curicacas, tenta de esconder por detrás das magníficas copas das araucárias.
Um rio que tem essa história, que faz nascer a cultura, que guarda um ambiente natural de alta qualidade, verdadeiro e único refúgio de vida silvestre ainda preservado naquela região e que tem um alto potencial turístico, importante para o desenvolvimento sustentável, deve ser protegido e preservado para as presentes e futuras gerações.