Folha Artificial Transforma CO2 em Metanol
Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveu uma “folha artificial” que é capaz de transformar gás carbônico (CO2) em Metanol. O processo, que é inspirado nas folhas das plantas, “imita a fotossíntese” mas é 10 vezes mais eficiente, segundo Yimin Wu, professor de engenharia que liderou a pesquisa.
Publicada na Nature Energy, os cientistas explicam como funciona um novo processo que cria folhas artificiais, inspirada na fotossíntese, que pode produzir combustível neutro em carbono a baixo custo. O Processo "Imita folhas naturais", diz Yimin Wu, professor de engenharia da Universidade de Waterloo, que liderou a pesquisa. "Estamos usando dióxido de carbono, água e luz solar como insumo e produzindo metanol e oxigênio como produto".
O pesquisador pretende usar gás carbônico produzido pela indústria do aço, automotiva ou de petróleo, convertendo o “lixo” em produtos químicos úteis. Além do benefício econômico, o processo pode ajudar a combater o aquecimento global, reduzindo as emissões de carbono e fornecendo uma fonte de energia sustentável.
O processo é 10 vezes mais eficiente que a fotossíntese em uma planta. Os pesquisadores não são os únicos cientistas que trabalham com esse tipo de tecnologia, que é uma maneira de fazer uso dos bilhões de toneladas de excesso de CO2 na atmosfera. A Climeworks, uma startup que retira CO2 do ar usando a captura direta de ar, está atualmente colaborando com outras pessoas para estudar a viabilidade de uma nova planta que transformará esse CO2 em combustível de aviação renovável. Outra startup, chamada Carbon Engineering, também está começando a produzir combustível de aviação a partir do CO2 capturado. Outros pesquisadores argumentaram que uma folha artificial poderia facilmente alimentar uma casa. A tecnologia geralmente envolve o uso de eletricidade para dividir moléculas de CO2. Mas o novo processo que a equipe de Wu está estudando evita o uso de eletricidade, o que, segundo ele, facilita a expansão, pois é necessária menos infraestrutura.
O processo da equipe de Wu usa um pó vermelho barato feito de cobre chamado óxido cuproso, que atua como um catalisador quando misturado com água e CO2. Quando um feixe de luz branca é apontado para a mistura, desencadeia uma reação química que produz oxigênio e converte o CO2 em metanol. Em seguida, a solução é aquecida e o metanol é capturado à medida que evapora.
Wu planeja continuar melhorando a eficiência da tecnologia e em breve começará a comercializar o processo. Ao contrário de startups como a Carbon Engineering, ele planeja trabalhar com o CO2 capturado da indústria e não diretamente do ar. "O CO2 em si é proveniente de gases residuais da indústria siderúrgica, automotiva ou mesmo da indústria de perfuração de petróleo", diz ele. "Podemos usar esse gás residual e convertê-lo em produtos químicos úteis." O combustível alternativo, seja usado em vez de gasolina em carros ou em vez de combustível de aviação feito a partir de petróleo bruto, deve ser competitivo em termos de custo.
Como o processo reduz as emissões, reduz simultaneamente a necessidade de mais produção de petróleo. "Ajuda a combater as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de CO2, mas também fornece energia sustentável", diz Wu.
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